Cotidiano
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#COMENTÁRIO
Como citado na reportagem abaixo,
existem muitos motivos para desistência de se procurar um emprego nas cidades
grandes. Os altos custos de deslocar e alimentar-se nos grandes centros
inviabilizam a busca de empregos de baixa remuneração, às vezes é muito mais
compensador se manter em casa fazendo pequenos “bicos” próximos à moradia do
que se aventurar a trabalhar no centro da cidade. Este é apenas um dos motivos
que com que a taxa de desemprego esteja em padrões aceitáveis para o País,
quando se diz que esses índices são manipulados não refletem diretamente a
verdade, eles apenas não consideram vários fatores em relação ao emprego. Não
analisam o crescente surgimento de profissões informais, os contratos de serviços
sob regime de profissionais autônomos, a desistência de trabalhadores ainda em
idade produtiva, porém com idade avançada para o mercado. É pura “conversa
fiada” a estória que o mercado busca profissionais “seniors” por sua
experiência, são raríssimos os casos recém-admitidos.
Infelizmente, os números estatísticos e
econômicos brasileiros não refletem em nada a realidade do País. Os brasileiros
desconhecem e o mundo não crê no que é divulgado, somente os políticos que
utilizam-se deles para ilustrar necessidades e até realizações fantásticas ao “bel
prazer”. Lamentável, isso é Brasil!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITEAPROSA
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ÉRICA FRAGA - DE SÃO PAULO - 09/01/2015
A principal causa
do baixo desemprego recente no Brasil não é mais o dinamismo do mercado de
trabalho, mas a desistência de muitos brasileiros em idade ativa de procurar
uma ocupação.
Não fosse esse
fenômeno, a taxa de desemprego nas grandes regiões metropolitanas estaria mais
perto de 8% do que dos 4,8% atuais, segundo cálculo dos economistas André
Gamerman e José Márcio Camargo, da Opus, gestora de investimentos.
As causas da queda
da chamada taxa de atividade ou de participação – percentual de pessoas em
idade ativa que trabalham ou buscam uma ocupação – têm atraído o interesse de
especialistas.
Os dados fornecem
pistas interessantes. O recuo, em anos recentes, foi mais marcante entre jovens
de 18 a 24 anos, mulheres e moradores de grandes centros urbanos.
Para Camargo,
parte da explicação para a queda no percentual de brasileiros ativos é o
aumento do custo de trabalhar fora de casa.
Os preços dos
serviços tiveram forte alta nos últimos anos. A alimentação fora do lar, por
exemplo, subiu 8,37% nos 12 meses encerrados em novembro, acima da inflação
como um todo (5,58%). Também entram na conta fatores não mensuráveis, como a
perda de bem estar causada pelos longos deslocamentos nas grandes metrópoles.
A hipótese de
Camargo é reforçada pelo fato de que jovens e mulheres se destacam entre os que
deixam o mercado. "São membros secundários da força de trabalho. Em um
cenário em que aumentou a renda do membro principal da família e subiu o custo
de trabalhar fora, muitos preferem ficar de fora", diz.
SITUAÇÃO
TEMPORÁRIA
A cabeleireira Pladice
de Jesus da Silva, 32, se encaixa nessa situação. Com um filho de um ano e dois
meses, ainda não conseguiu voltar a ter um emprego fixo. Ela espera, há sete
meses, por uma vaga em creche pública.
A ideia de gastar
de quatro a seis horas por dia no trânsito também a desanima.
"Eu chegaria
em casa moidíssima e não conseguiria ficar com meus filhos", diz. Enquanto
isso, a família vive apertada apenas com a renda do marido, afirma.
Casos como o de
Pladice são considerados temporários e suscetíveis a mudanças na conjuntura
econômica.
"Uma queda na
renda ou a perda do emprego do chefe da família tende a levar essas pessoas a
voltar à força de trabalho, mesmo com o desconforto do deslocamento e do
estresse", diz Camargo.
Economistas
esperam que esse retorno ao mercado comece a ocorrer agora, devido ao ambiente
de fraqueza da economia, que já levou a uma severa desaceleração na geração de
empregos formais.
Esse movimento já
pode ter se iniciado nos últimos dois meses, quando a taxa de participação
voltou a subir, contribuindo para uma modesta alta do desemprego.
A dúvida é sobre o
tamanho provável desse impacto, já que as causas estruturais da queda na taxa
de participação são mais difíceis de serem revertidas.
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