#COMENTÁRIO
Um título com números frios, que
escondem muitos problemas sócio-estruturais no Brasil. Para tentar se
aproximar dos números apresentados, poderíamos fatiar os problemas em diversas
camadas, como por exemplo: as etnias, os locais de busca dos números-fonte, relação
educacional dos menores, o sistema que não protege verdadeiramente os menores,
simplesmente os empurram a criminalidade.
Outro fator importante que concorre a má
formação desses menores são as leis inibidoras dos métodos tradicionais de
ensino dos pais, elas retiram todo pátrio poder, retiram o poder de se impor
sobre a criança de uma maneira que possa haver respeito, essa ausência de
respeito do menor com relação aos pais, se reflete futuramente na relação dela com
a sociedade, criando um leque muito maior de problemas e consequências.
Como outro fator agravante da situação,
poderíamos levar em consideração as necessidades de que as famílias, hoje em
dia, ambos os pais trabalharem fora de casa; deixando assim os filhos com babás
ou empregadas, com avós e às vezes em escolas períodos por períodos integrais. Essas
crianças crescem sem os parâmetros familiares paternos, constroem a sua
formação, de acordo com a somatória das coisas que como lhes são ensinadas, por
diferentes pessoas, diferentes cabeças às vezes até conflitantes entre uma e
outra instrução dada. Nessa confusão toda, as crianças agem de acordo com o que
lhes dá a cabeça criando assim problemas enormes à sociedade.
#Disse
Carlos Leonardo
Saiba mais sobre o que você vai ler na matéria:
#CONVITEAPROSA
Você acredita que nós podemos assimilar somente os números da violência
contra o menor? Ele representa na verdade todo problema social deste país?
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Por Jamil
Chade, correspondente | Estadão Conteúdo
Uma coalizão de ONGs internacionais e brasileiras denunciou na terça-feira, 3,
na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, o aumento do número de
chacinas envolvendo crianças. A reunião entre os peritos e os ativistas foi
realizada em total sigilo, sem a presença nem de imprensa nem de governo.
A última vez que a
ONU examinou a condição da infância no Brasil foi em 2003. Naquele momento, o
governo estava atrasado na entrega de seu informe e prometeu que cinco anos
depois apresentaria sua versão. >Quase nada aconteceu depois disso, e a
entidade chegou a ameaçar examinar o Brasil mesmo sem um informe apresentado
pelo governo. Diante da pressão, o País apresentou sua posição e um exame vai
ocorrer em setembro, mais de sete anos depois do previsto.
Os peritos da ONU,
porém, convocaram representantes da sociedade civil para prestar informações da
situação no Brasil. Ontem, o que ouviram foi um relato de uma profunda crise,
em um informe elaborado por entidades como a Save the Children, Fundação Abrinq,
Action Aid e Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do
Adolescente. A constatação é de que, na última década, a situação se deteriorou
de forma profunda no que se refere à segurança juvenil.
Números
Segundo dados passados às Nações Unidas, entre 1997 e 2011, o número de
homicídios passou de 6,6 mil para 8,8 mil, aumento de 33%. A taxa de mortes
para cada 100 mil jovens passou de 19,6, em 1980, para 57,6 em 2012 (194%). Um
dos casos retratados nas reuniões foi o de Belém. Na madrugada de 5 de novembro
de 2014, 11 pessoas foram mortas supostamente por milícias que entraram em
bairros da periferia da cidade atacando principalmente jovens. A chacina
aconteceu depois da morte de um policial militar no bairro do Guamá.
Para apresentar a
voz dos jovens brasileiros, as ONGs levaram até Genebra Douglas dos Santos, de
17 anos, de Terra Firme, um dos bairros atingidos pelos ataques em Belém.
"Venho de um bairro que enfrenta discriminações e sei como a juventude é
reprimida."
Segundo a denúncia
das ONGs, o homicídio "tem cor" no Brasil. Houve entre 2002 e 2012
uma redução nos assassinatos de jovens brancos, com queda de 32%. No caso dos
negros, a tendência é inversa, com alta de 32%. Morreram proporcionalmente 168%
mais de negros do que brancos em 2012.