Sociedade
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O médico Carl Vaernet fugiu para a Argentina após
tentar buscar cura gay em campos nazistas
#COMENTÁRIO
Falar sobre esse tema sempre foi muito
problemático e melindroso, principalmente nos dias de hoje com a ascensão dos
movimentos em defesa aos homossexuais, afins e simpatizantes. É uma tênue linha
que separa os realmente nascidos sob a influência tendencial de opção sexual
diferente ao sexo físico presente e os que passaram a apresentar essas
características por convivência familiar ou por opção profissional.
A sociedade aceita muito bem as
divergências sexuais em qualquer dos sexos, o que a faz revoltar são os atos
agressivos ao “pudor” social que não são praticados por nativos assexuados, mas
por optantes profissionais que necessitam chamar a atenção das pessoas à sua
volta, porém o fazem com extremo exagero.
As situações de imitação do sexo oposto,
na visão dos expectadores ocasionais e gratuitos, podem ser cômicas ou
revoltantes.
Mas voltando ao tema, nada disso
justifica os atos agressivos historicamente relatados da época da segunda
guerra mundial, e em tempo nenhum...
As pessoas têm direito a optar por qualquer
situação em sua vida, logicamente, respondendo por seus atos; e estas são as razões que fazem com que a
sociedade às vezes sé volte contra esses movimentos sociais. Nada está acima da
razão e do respeito ao próximo.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITEAPROSA
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FELIPE GUTIERREZ - DE BUENOS
AIRES - 02/01/2015
Um nazista que buscou uma "cura" para a
homossexualidade por meio de experimentos feitos em homens gays no campo de
concentração de Buchenwald (Alemanha) virou tema do documentário
"Triângulo Rosa".
Carl Vaernet, o nazista, era um médico dinamarquês
e foi um dos colaboradores que fugiram para o país sul-americano após a derrota
do Eixo.
"[Heinrich] Himmler autorizou a pesquisa de
Vaernet e demandou o extermínio de existência anormal'", relata o
militante LGBT Peter Tatchell, que, na década de 1990, pressionou o governo
dinamarquês a abrir os documentos sobre o médico.
Segundo Tatchell, os nazistas perseguiram
homossexuais por entender que traíam o ideal ariano masculino e por temer que
pudessem causar um "dano" demográfico.
"Os nazistas descreviam os gays como
sabotadores sexuais'", explica. "Eles pensavam que a homossexualidade
enfraquecia o Terceiro Reich, que precisava aumentar a população alemã para
criar um exército e uma força de trabalho cada vez maior para conquistar a
Europa", diz.
Em suas experiências, Vaernet dava testosterona aos
pacientes. O nazista desenvolveu uma cápsula que liberava o hormônio aos poucos
(uma espécie de glândula artificial) após ser inserida cirurgicamente. De
tempos em tempos, ele abria novamente os "pacientes" para trocar o
aparato. Segundo Tatchell, trata-se do único caso conhecido de experimentos
feitos em gays detidos em campos de concentração.
O argentino Esteban Jasper, um dos diretores do
documentário "Triângulo Rosa", afirma que cerca de 20 homens foram
submetidos aos experimentos, e que três morreram no processo. "Ele não era
um cientista com todas as letras", diz Jasper.
Inicialmente, Vaernet não fazia pesquisa. Ele tinha
uma clínica em Copenhagen, mas sua ligação com o nazismo o tornou alvo da
resistência dinamarquesa. Ele viajou para a Alemanha e, com seus contatos,
conseguiu trabalho em hospitais locais e acesso aos presos que usou como cobaia.
Logo depois da derrota do Eixo, Vaernet voltou à
Dinamarca. "Ele foi preso logo, mas pouco depois enganou as autoridades
dizendo que tinha uma doença séria que tinha de ser tratada na Suécia. De lá
foi para a Argentina", relata Jakob Rubin, autor de um livro sobre o
nazista.
O médico chegou a Buenos Aires em 1947 e conseguiu
um emprego no Ministério da Saúde da Argentina.
Segundo Rubin, Vaernet também teve uma clínica em
Buenos Aires. Não se sabe, porém, se ele voltou a procurar a "cura"
para a homossexualidade na Argentina.
Quando foi ao país, o médico deixou para trás os
filhos do primeiro casamento. O empresário Jan Vaernet, de Copenhagen, é um dos
descendentes que ficaram na Europa. Ele só soube do passado nazista de sua
família quando era adolescente, pelos jornais dinamarqueses.
"Eu sabia que o meu avô paterno tinha ido para
a Argentina. Mas meu pai era antinazista e tinha vergonha dos problemas e do
nome do pai dele, que era reconhecidamente o de um colaboracionista. Eles se
distanciaram antes de eu nascer."
Os netos argentinos de Vaernet também cresceram
desconhecendo a filiação ao nazismo e as experiências no campo de concentração.
O veterinário Sérgio Vaernet, que mora na cidade de
Resistencia, na província do Chaco, nasceu quando o avô já estava morto.
"Na minha família simplesmente não se falava da Dinamarca ou do passado.
Era um tema que trazia muita dor. Só fui descobrir a história depois de
adulto", conta.
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