Sociedade
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Hospedagem para idosos no bairro Alto de Pinheiros;
a procura aumenta durante as férias
#COMENTÁRIO
Eis uma tendência que está se mostrando
muito prático, apesar de caro a qualquer bolso. Há que se admitir que idosos
costumam ter problemas em viagens longas e programas agitados. E não é mais
verdade que esses mesmos idosos quase sempre se tornam um peso extra e um
problema quando se vai a lugares em que eles não se sentiriam bem, ou até incomodados.
Sentimentalismos exóticos à parte, a
utilização de casas temporárias de repouso para esses anciãos passa a ser uma saída
muito confortante para ambas as partes. O que não se pode é depositar esses parentes
na casa e simplesmente esquecê-los por lá. Há que se manter um constante
contato, como se estivessem em casa, fazendo suas coisas e o mais importante,
mantê-los informados do que como está indo sua viagem.
#Disse
Carlos Leonardo
#CONVITEAPROSA
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A psicóloga Maria Helena Trigo, hospedada em
residencial
JAIRO MARQUES - DE SÃO PAULO - 28/12/2014
Em vez de
enfrentar aeroportos lotados, muvucas na praia e quebra de rotina, idosos têm
optado por passar a temporada de festas e de férias em residenciais exclusivos,
deixando de acompanhar as famílias em viagens.
Entre dezembro e
fevereiro, os locais de apoio à terceira idade na cidade de São Paulo trabalham
com quase lotação máxima.
As casas
tornaram-se alternativas para quem não quer agitação e muito barulho ou
necessita de uma estrutura de apoio complexa fora de casa, como ajuda de
cuidadores e alimentação controlada.
Para atender ao
público de temporada, os residenciais oferecem programações especiais, com
aulas de ginástica e atividades de memória, lazer, saúde e esportivas.
"Temos uma
preocupação de evitar o isolamento. A pessoa que fica conosco é sempre
incentivada para a socialização", diz Gilberto Camilo da Silva, 40,
gerente do residencial Lar Sant'Ana, administrado pela Liga Solidária.
Para janeiro, o
local já tem 98% da ocupação preenchida, com diárias que variam de R$ 450 a R$
500. Uma pessoa de referência precisa estar localizável o tempo todo.
O local tem lan
house 24 horas, biblioteca, capela, sala de TV, sala de ginástica, salão de
beleza, enfermagem, entre outros espaços.
As suítes são
espaçosas, com TV a cabo, e acessíveis para usuários de cadeiras de rodas ou
andadores.
Os idosos podem
levar assistentes pessoais ou contar com os 220 profissionais do residencial,
que incluem equipe de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas.
No residencial
Santa Catarina, no Paraíso (zona sul), 90% da ocupação de final de ano é gerada
pelos clientes temporários.
Para o Réveillon,
o local vai preparar um jantar especial para os hóspedes com direito a atração
musical e baile.
As casas mais
renomadas não aceitam a hospedagem compulsória e fazem avaliação rigorosa sobre
as necessidades de atendimento de cada um dos clientes.
Antes de fechar a
estadia, o idoso faz uma visita prévia ao local, testa os serviços e precisa
estar em pleno acordo com a família para ficar. Há casas que exigem autonomia
mínima do idoso –física e intelectual– para a estadia.
A realidade de um
residencial que hospeda idosos nas férias não guarda relações com os antigos
asilos, embora em um canto ou outro haja pessoas sozinhas e, aparentemente,
pensando longe.
Em geral, os
idosos vistos pela reportagem estavam em grupos assistindo TV, conversando no
restaurante, fazendo atividades físicas ou mesmo tomando sol.
A psicóloga Maria
Helena Trigo, 88, que passa a sua segunda temporada em um residencial, diz que
a estrutura é um dos atrativos. "Gosto da segurança e da equipe e não
gosto de regras como os horários estabelecidos para comer. Isso tira um pouco
da independência", afirma.
Os residenciais
recomendam contatos diários, por telefone, e-mail ou vídeo, entre os familiares
e os idosos que ficam. O uso de telefones celulares e tablets é livre.
A filha de um
cliente, que não quis se identificar, disse que mantém contato telefônico
diário com o pai, de 86 anos. "Tenho dois filhos e meu pai, apesar de
ativo, não tem mais a mesma energia para passar as férias conosco. As
adaptações com mudanças de clima, viagens longas e alimentação acabam sendo
penosas para ele."
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