Cidadania
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O país
investiu os recursos derivados do petróleo em outras áreas produtivas que
ajudaram a manter a estabilidade econômica
Foto: BBCBrasil.com
#COMENTÁRIO
Nós temos um histórico já de berço que não nos dá qualquer garantia de que possamos conseguir isso, está incrustada em nossas veias a malandragem, a necessidade de se ter vantagens... Essas são as primeiras coisas que deveriam desaparecer do nosso dia a dia para que pudéssemos conseguir sermos iguais, independentemente de raças, religiões, deficiências estas talvez sejam os maiores problemas à igualdade, porque que nós disfarçamos, insistimos em dizer que nós não temos discriminação, nós não somos racistas, que nós não somos elitistas. Um problema muito grande quando se para, para pensar em igualdade, o que se vê na sociedade brasileira de um modo geral é que os excluídos quando são quando recebem dos governos, do próprio estado ou das autarquias que os reconhecem, em vez de integrarem-se nessa sociedade, tornar se um membro ativo para ajudar outras pessoas com necessidades diferentes, ela simplesmente levanta um muro de autoproteção e passa a encarar essa sociedade que o acolheu como um provável futuro inimigo. Simplesmente se isola, cuidando do seu mundinho. No máximo, tenta ajudar aos iguais a eles. Na sociedade, de uma maneira geral não é assim que funcionam as coisas, todos os caminhos têm âmbitos gerais e participativos...
#Disse
Carlos Leonardo
a Fonte: Terra
#CONVITEAPROSA
Você acredita que um dia conseguiremos ser sociáveis, sermos iguais?
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A cidade de Eidfjord, na costa oeste da Noruega, é conhecida por suas cascatas de gelo, que formam o cenário perfeito para combinar o trabalho do fotógrafo Thomas Senf e da equipe de escaladores Mammut
Foto: BBCBrasil.com
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As instituições públicas norueguesas
são bastante valorizadas
Foto: BBCBrasil.com
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A igualdade é considerada um conceito
chave na política do país, que tem um passado de austeridade
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A capital da Noruega, Oslo, tem uma
vibrante cultura urbana
Foto: BBCBrasil.com
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Cabo de energia conecta Alemanha à
Noruega
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Especialistas concordam que instituições públicas
fortes, uma cultura baseada na confiança e na baixa desigualdade são essenciais
BBC BRASIL.com - 31 JAN2015
O país investiu os recursos derivados do petróleo
em outras áreas produtivas que ajudaram a manter a estabilidade econômica
Ao falar de vikings, petróleo e fiordes, a Noruega
imediatamente vem à mente. Mas à lista de conceitos típicos associados ao país
nórdico será preciso adicionar mais um: a democracia.
Pelo quinto ano consecutivo, a Noruega conseguiu ser
considerada o país mais democrático do mundo, segundo o Índice de Democracia
2014 publicado pela The Economist Intelligence Unit (EIU) no dia 20 de janeiro.
O país escandinavo obteve 9,93 pontos em uma escala
de 10 pelo terceiro ano consecutivo. A presença do país no topo da lista já é
mais tradição do que surpresa dentro da lista de 165 países e dois territórios
que o índice contempla.
A Noruega conseguiu a pontuação máxima em quatro
dos cinco fatores avaliados pela medição (processo eleitoral e pluralismo,
liberdades civis, funcionalidade do governo, participação política e cultura
política).
Mas o que permitiu que o país nórdico se tornasse o
mais democrático do mundo?
Igualdade, igualdade e igualdade
Os especialistas consultados pela BBC concordam que
instituições públicas fortes, uma cultura baseada na confiança e na baixa
desigualdade são essenciais.
"Um estado forte com pouca corrupção e
favoritismo gera confiança e tem os instrumentos necessários para contribuir
para baixar a desigualdade através de altos impostos que criam bons serviços
públicos", disse à BBC Benedicte Bull, líder da Rede Norueguesa de Estudos
Latino-americanos (Norlarnet).
No país, a igualdade parece ser um conceito chave.
"A Noruega é um país com uma forte cultura
igualitária cujas origens estão na religião protestante, de ter sido um país
pobre e austero e com uma profunda tradição de proximidade entre o poder
público e a sociedade", disse à BBC Mariano Aguirre, diretor do Centro
Norueguês para a Construção da Paz (NOREF), com sede em Oslo.
A alta valorização da igualdade tem muito a ver com
a história do país. A Noruega é diferente de outros países europeus, já que
nunca foi potência colonial. Na verdade, é o contrário.
O país foi historicamente dominado por outras
potências como a Dinamarca, a Suécia e a Alemanha, durante a Segunda Guerra
Mundial. Segundo Aguirre, "a sociedade norueguesa não tem a melancolia do
poder que alguns dos países que foram potências coloniais têm".
"Também acho que nós temos uma cultura de
participação que vem de muito tempo atrás. Ela surgiu com os grandes movimentos
sociais (de trabalhadores, movimentos laicos, etc.) do século 19 e alguns, pelo
menos, continuam sendo fortes", completa Bull.
É a Noruega ou é a Escandinávia?
Mas o bom desempenho da Noruega no índice da EIU
coincide com o do resto de sua região. Quatro dos cinco países mais
democráticos, segundo o índice, são os nórdicos.
Historicamente, o primeiro lugar da lista quase
sempre ficou com um país escandinavo: a Noruega nas últimas cinco medições e a
Suécia nas edições de 2006 e de 2008.
"É uma sociedade pequena (menos de seis
milhões de habitantes), rica devido a seu inteligente manejo do petróleo e a
ter usado a renda que este recurso produz para desenvolver outros setores
produtivos (como a pesca e a indústria hidráulica)", afirma Aguirre.
"Todos estes países têm estados de bem-estar
social que geram confiança no sistema e também nivelam as desigualdades, o que,
por sua vez, gera confiança nas instituições democráticas", explica Bull.
No entanto, a pesquisadora adverte que estes
fatores podem estar em retrocesso em vários países escandinavos. Mesmo assim,
"a cultura política que geraram permanece, pelo menos por enquanto".
O caso da Suíça
A Suíça é provavelmente o lugar mais emblemático da
democracia direta, já que seus eleitores têm a oportunidade de participar
frequentemente de referendos e iniciativas populares vinculantes, que costumam
fazer parte da agenda do poder Executivo.
No índice do EIU, no entanto, o país não aparece em
primeiro lugar, e, sim, em sexto.
"O processo de consulta cidadã que a Suíça tem
foi, em muitos sentidos, um modelo. No entanto, algumas dessas consultas deram
resultados que não são muito democráticos", diz Francisco Panizza, da
London School of Economics.
Por exemplo, a Suíça foi um dos últimos países a
aceitar o voto feminino e graças às consultas populares foram tomadas decisões
polêmicas, como a de proibir a construção de minaretes em mesquitas.
"A cidadania às vezes toma decisões que não
parecem compatíveis com certos valores da democracia."
Críticas e riscos
Apesar do bom desempenho da Noruega, há aqueles que
advertem que a democracia também tem problemas nesses países.
"Nos últimos anos aumentou o déficit
democrático", afirma Erik Oddvar Eriksen, diretor do Centro de Estudos
Europeus (ARENA), da Universidade de Oslo.
Eriksen diz que, uma vez que a Noruega é parte do
Espaço Econômico Europeu, mesmo que seus cidadãos exerçam o direito a voto,
eles não necessariamente estão elegendo as pessoas que tomam as decisões finais
que afetarão suas vidas.
Hoje, o principal teste para a democracia
norueguesa tem a ver com a imigração. "O desafio mais importante é
integrar todos os grupos de imigrantes nas instituições democráticas", diz
Benedicte Bull.
E um dos principais obstáculos é a integração da
comunidade muçulmana.
"Há um risco de que parte da comunidade
norueguesa se contagie e se radicalize contra a comunidade de imigrantes
muçulmanos. O partido de extrema direita, Partido Progressista, ganhou votos
suficientes nas últimas eleições para ser hoje parte do governo de
coalizão", ressalta Mariano Aguirre.
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