Uma voluntária preenche caixas com frutas e vegetais na cooperativa
"Fruta Feia", em Lisboa
#COMENTÁRIO
Alguns conceitos de qualidade de produtos postos para venda no mercado parecem estarem sendo mudados na Europa. As necessidades geradas por problemas econômicos estacionados na União Européia, estão fazendo mudar hábitos que se tornam cada dia mais caros e segregam classes do povo.
Parece que a idéia de cooperativa de consumo aqui objetivada e que ocorre em Portugal, seja o caminho para os demais países que encontram nas mesmas situações. Infelizmente o desperdício de alimentos “in natura” é muito grande nos quatro cantos da Terra. Padrões de qualidade são criados pela máquina da produção industrial e não levam em consideração as tradições e costumes rurais, que sempre valorizou a atenção às necessidades básicas da pessoa e não a aparência do produto.
No Brasil, já se faz informalmente algo parecido, mais em caráter voluntário ou filantrópico.
Deveríamos pensar mais seriamente esse exemplo. Talvez uma #ONG com representatividade a nível nacional. O País ém muito extenso e casos isolados não refletem as benfeitorias geradas à comunidade.
Está aí uma idéia que poderia ser usada em todas regiões pelo nosso governo dito defensor das ideologias comunitárias.
#Falei!
Carlos Leonardo
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Numa época de dificuldades econômicas para muitos na União Europeia, onde o afã regulatório se estende até aos formatos, tamanhos e cores dos alimentos consumidos por seus cidadãos, Isabel Soares apostou em um mercado para frutas e legumes que burocratas governamentais, supermercados e outros varejistas consideram feios demais para ser vendidos a seus consumidores. Há mais ou menos sete meses, Soares e alguns voluntários fundaram a cooperativa Fruta Feia.
A
organização foi bem recebida pelos consumidores em dificuldades, aplaudida por
setoresindignados com o crescente desperdício de alimentos na Europa e representou um tapa na cara dos criadores das regras da União Europeia.
Discretamente, subverteu as ideias de praxe sobre o que é belo -ou pelo menos comestível. "As normas da UE se baseiam na ideia equivocada de que qualidade é aparência", disse Soares, 31, que antes trabalhava em Barcelona como consultora de energia renovável.
...
As regras
alimentares da Europa fizeram crescer o sentimento anti-UE, especialmente no
Reino Unido, onde os tabloides ridicularizam os burocratas de Bruxelas por
supostamente tentarem proibir "bananas tortas" ou "pepinos
curvos".
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A
cooperativa Fruta Feia tem uma lista de espera de mil consumidores e, desde sua
criação, já vendeu 21 toneladas de alimentos em dois centros de distribuição em
Lisboa. A associação tem 420 fregueses registrados. Eles pagam uma taxa de US$
6,81 para se filiarem, mais o custo de sua caixa semanal de hortifrútis: US$
4,77 por mais de três quilos de frutas e verduras. Soares
contou que, num primeiro momento, foi difícil persuadir agricultores a lhe
venderem seus hortifrútis indesejados. "Acho que alguns desconfiavam que
eu fosse uma fiscal sanitária disfarçada." Agora,
porém, ela recebe um abraço de Paulo Dias, pequeno produtor familiar de
Cambaia, a 72 quilômetros de Lisboa, e fornecedor da Sonae, uma das maiores
redes de supermercados de Portugal. Seu sítio tem 7,5 hectares. De sua
produção anual de 900 quilos de tomates, Dias disse que um quarto não atende
aos padrões de qualidade da Sonae e seria jogado fora. A Fruta
Feia compra os tomates indesejados por metade do preço pelo qual os produtores
o venderiam aos supermercados. Dias comentou: "Me sinto bem por saber que
meus tomates não são desperdiçados e que pessoas com pouco dinheiro têm a
oportunidade de comer um produto tão bom quanto o que comeriam se pudessem
pagar os preços do supermercado."
O
agricultor José Manuel Santos, da cidade de Mafra, estima que metade de sua
safra de espinafre deste ano seria jogada fora porque as variações climáticas
repentinas fizeram as folhas amarelarem. "O mercado decidiu que espinafre tem que ser verde, então estou tendo que
jogar fora espinafre da mesma qualidade", disse.
...
Quando os
últimos fregueses estavam indo embora, Soares olhou para ver se ainda havia
frutas nas caixas onde voluntários colocam alimentos que sobram, que os fregueses
são incentivados a levar de graça. "Aqui, nada se desperdiça."
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