Saúde
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Fidyka foi esfaqueado em 2010 e não apresentava
sinais de recuperação
#COMENTÁRIO
É muito bom ver que esforços no desenvolvimento
de novas técnicas laboratoriais de medicina estão obtendo sucesso. Muito mais
gratificante ainda é poder ver o semblante de um paciente realizado e ao mesmo
tempo esperançoso de voltar à normalidade perdida em sua vida.
Fidyka cumpre um programa de exercícios de cinco horas por dia, cinco
dias por semana
Numa realidade hoje existente no
Brasil, onde muitos e muitos brasileiros perdem seus movimentos total ou
parcialmente por causa de acidentes de trabalho ou mesmo de trânsito nas cidades
e estradas brasileiras, uma notícia desta, embora certamente não seja acessível
a todos por motivo de custos, muitos poderão se
beneficiar dessa nova tecnologia. O ideal seria que todos usufruíssem de
desenvolvimentos dessa monta, mas a realidade brasileira é bem diferente, é
outra coisa.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: BBC
Brasil
#CONVITE
Não acha que todos deveriam ter acesso às
melhorias da medicina?
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Darek Fidyka voltou a andar após receber transplante de células
olfativas
Um homem paralisado conseguiu andar novamente após
um tratamento inovador que envolveu o transplante de células de sua cavidade
nasal para a medula espinhal.
Fergus
Walsh Correspondente de Medicina da BBC
Darek
Fidyka, de 40 anos, ficou paralisado do peito para baixo após ser esfaqueado
várias vezes em 2010. Agora, ele pode andar usando um andador. Ele também
recuperou algumas funções da bexiga e intestino e funções sexuais.
Antes do
tratamento, Fidyka estava paralisado havia quase dois anos e não mostrava
nenhum sinal de recuperação, apesar de meses de fisioterapia intensiva. Ele
disse que andar novamente foi "uma sensação incrível".
"Quando
você não pode sentir quase metade do seu corpo, você é impotente, mas quando
ele começa a voltar, é como se você tivesse nascido de novo". O
tratamento, inédito no mundo, foi realizado por cirurgiões poloneses em
colaboração com cientistas em Londres. Detalhes da pesquisa foram divulgados na
publicação científica Cell Transplantation.
O programa de TV Panorama, da BBC, teve acesso
exclusivo ao projeto e passou um ano acompanhando a reabilitação do paciente.
O chefe
de regeneração neural do Instituto de Neurologia da Universidade College, de
Londres, liderou a equipe de pesquisadores. Ele disse que o resultado é
"mais impressionante do que o homem andar na lua".
Como foi
O tratamento
utilizou células especiais que fazem parte do sentido do olfato (OECs, na sigla
em inglês). Elas agem como células de direção, que permitem que as fibras
nervosas do sistema olfativo sejam continuamente renovadas.
Na
primeira de duas operações, os cirurgiões removeram um dos bulbos olfativos do
paciente e as células cresceram em cultura. Duas semanas depois, eles
transplantaram as células para a medula espinhal, que tinha sido reduzida a uma
pequena faixa de tecido, à direita.
Eles
tinham apenas uma pequena porção de material para trabalhar - cerca de 500 mil
células. Cerca de 100 microinjeções de células olfativas foram feitas acima e
abaixo da lesão.
Quatro tiras
finas de tecido nervoso foram tiradas do tornozelo do paciente e colocadas
através de uma lacuna de 8mm no lado esquerdo da medula espinhal.
Os
cientistas acreditam que as células olfativas forneceram uma direção,
permitindo que as fibras acima e abaixo da lesão se reconectassem, usando os
enxertos de nervos para preencher a lacuna na medula espinhal.
Fidyka
mantém o programa de exercícios que já realizava antes do transplante - cinco
horas por dia, cinco dias por semana. Ele notou pela primeira vez que o
tratamento havia sido bem sucedido após cerca de três meses, quando sua coxa
esquerda começou a desenvolver músculos. Seis meses depois, ele foi capaz de
tentar dar seus primeiros passos com a ajuda de barras paralelas, usando
muletas e com o apoio de um fisioterapeuta. Dois anos após o tratamento, ele
agora pode andar fora do centro de reabilitação utilizando um andador.
O
neurocirurgião Pawel Tabakow, consultor no Hospital Universitário de Wroclaw,
que liderou a equipe de pesquisa polonesa, disse: "É incrível ver como a
regeneração da medula espinhal, algo que era considerado impossível por muitos
anos, está se tornando uma realidade". Fidyka ainda se cansa rapidamente
ao caminhar, mas disse: "Eu acho que é realista que um dia irei me tornar
independente". "O que eu aprendi é que você nunca deve desistir, mas
continuar lutando, porque alguma porta se abrirá na vida". Um fator
determinante para o sucesso do procedimento em Fidyka foi que os cientistas
puderam usar céulas do bulbo olfatório do paciente. Isso significa que não
havia perigo de rejeição, por isso não houve a necessidade de medicamentos
imunossupressores usados em transplantes convencionais. A maior parte da reparação de medula espinhal
de Fidyka ocorreu no lado esquerdo, onde havia uma lacuna de 8mm. Desde então,
ele recuperou massa muscular e movimento principalmente nesse lado.
Os
cientistas acreditam que esta é uma evidência de que a recuperação se deve à
regeneração, já que sinais do cérebro que controlam os músculos da perna
esquerda viajam para baixo pelo lado esquerdo da medula espinhal.
Exames
mostraram que a lacuna na medula espinhal fechou-se após o tratamento.
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