Xi Jinping chega para encontro dos Brics em
Fortaleza; países divergem sobre a sede do banco do grupo
#COMENTÁRIO
O projeto
de criação de um grupo de países independentes (Brics) na economia mundial é
bem visto, mas o grande entrave é a não-homogeneidade das nações que o compõe.
Da Rússia à África do Sul, as divergências são muito grandes entre elas e em
todas as áreas como a social, a econômica, o nível de desenvolvimento de seus
povos... Amostra de como a costura dos acordos acontecerão é a simples decisão
de onde será a sede do Banco de Desenvolvimento e a conseqüente administração,
que está sendo discutido em Fortaleza. Este e outros temas terão longos e
morosos debates até que se chegue a uma conclusão.
Na contra
mão dos objetivos do encontro, a Presidente Dilma irá ater-se a criticar (bem
ao estilo PT de governar) a lentidão das reformas do FMI e Banco Mundial...
Como uma pretensa Líder Mundial não deveria estar preocupada na solução das
discussões do grupo?
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: A Folha de São Paulo
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO, SOFIA
FERNANDES (ENVIADAS ESPECIAIS A FORTALEZA) e ANDRÉ UZÊDA DE
FORTALEZA - 15/07/2014
Ministros da Fazenda e presidentes de
bancos centrais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não conseguiram
ainda chegar a um acordo sobre a sede e o presidente do novo banco de
desenvolvimento dos Brics, a ser oficializado na sexta cúpula do bloco, em
Fortaleza. O impasse indica que as negociações para criar uma alternativa ao
Banco Mundial -primeira realização concreta do bloco, a ser anunciada no evento
- serão mais complexas do que o esperado.
A Índia se opôs veementemente às
pretensões chinesas. Os ministros marcaram outra reunião para esta terça (15)
às 9h30, antes do encontro dos chefes de Estado.
A China tem feito forte pressão para
Xangai ser a sede. Para Pequim, teria peso político sediar um banco
multilateral, o que mostraria a solidez do sistema financeiro do país, alvo de
questionamentos. Mas a Índia bateu o pé e não retirou Déli da disputa. O
Brasil, por sua vez, abriu mão de sediar o banco, mas quer indicar seu primeiro
chefe. A presidência, de cinco anos, será rotativa.
Os países terão sete anos para dar sua
contribuição de US$ 2 bilhões cada um, num total de US$ 10 bilhões de capital
integralizado. O capital subscrito será de US$ 50 bilhões, com autorização para
chegar a US$ 100 bilhões por meio de captações ou da entrada de outros países. Além
disso, a instituição administrará fundos especiais em infraestrutura e
desenvolvimento sustentável abertos a outros países.
Assim, o banco dos Brics serviria, na
concepção dos governos envolvidos, de alternativa às instituições multilaterais
onde EUA e potências europeias têm mais voz. Nesta terça, a presidente Dilma
Rousseff deve voltar criticar a lentidão nas reformas do FMI (Fundo Monetário
Internacional) e do Banco Mundial, apurou a Folha.
Ontem, em comunicado, os ministros do
Comércio dos cinco países criticaram a política monetária dos países
desenvolvidos, afirmando que estas "podem aumentar a volatilidade do
mercado financeiro e desdobramentos não desejáveis da economia".
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