Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos: novas promessas para conquistar a indústria (Divulgação/VEJA)
#COMENTÁRIO
Estava hoje de manhã na fila do caixa
de um supermercado e prestava atenção à conversa entre duas pessoas na fila (aquelas
que falam alto...), pessoas simples, detentoras de informações superficiais e
às vezes deturpadas por opiniões. Mas o que chama a atenção é como o povo se
expressa hoje com relação à eleição e os candidatos propostos. Não se preocupam
ou dão pouca importância à política citadina, mas dão grande ênfase à política
federal, de uma maneira geral.
É interessante como reagem quando uma
expectativa, uma esperança até, se tornam em pura decepção, dão-lhes ímpetos
agressivos improváveis de realização, mas uma descarga natural de suas iras reprimidas...
Os anti-heróis de outrora, vistos como
políticos safados e que só sacrificaram os pobres estão aí novamente para serem
votados. Os de hoje no poder, antes vistos como esperança de redenção da
verdade, dos sofrimentos acumulados, das perdas no padrão de vida,
esqueceram-se de suas promessas simples e os decepcionaram também. Tornaram-se
como os outros... Não há nada à frente no caminho da esperança de melhoras... E
as eleições vem aí... Votar, anular o voto, abster-se de votar... A máquina
eleitoral está aparelhada de tal forma que em qualquer ação o voto irá para o
vencedor...
Não há o que fazer. Não há em quem
votar...
Então lendo a notícia abaixo, veiculada
pela Revista Veja, vemos que a sabedoria do povo está retratada nas palavras do
autor da matéria em todas as palavras ouvidas.
Lamentavelmente, candidatos procuram
intensamente um defeito na ação do outro, na promessa do outro e simplesmente
esquecem-se de apresentar algo concreto e com datas definidas para realização.
Não têm um projeto arrojado, de ações arrojadas e de corte na carne como Brasil
está carecendo...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Revista Veja
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No pior ano para o setor desde a crise de
2008, Aécio, Dilma e Campos se encontrarão com empresários em debate da CNI num
intento de costurar apoio e prometer retomada econômica
Em setembro de 2011, sob o pretexto de socorrer fabricantes nacionais e
preservar empregos no Brasil, a presidente Dilma Rousseff editou um decreto
elevando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis que
não tivessem pelo menos 65% de conteúdo nacional. A medida, de forte caráter
protecionista, foi questionada na Organização Mundial do Comércio (OMC) e acabou
anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um ano antes, em um dos primeiros
ensaios da postura errática adotada pelo governo federal em relação à
indústria, a presidente Dilma Rousseff anunciara, com pompa, o plano Brasil
Maior, num intento de reduzir em 25 bilhões de reais os impostos cobrados
do setor produtivo. Nos dois casos, à semelhança de políticas de reserva de
mercado típicas dos anos do general Geisel, o Palácio do Planalto viu a
indústria permanecer a reboque da desaceleração econômica mundial, freando
a produção, cortando vagas e paralisando o lançamento de produtos mais
inovadores ou eficientes.
Depois de um amontoado de medidas setoriais desconexas, que por óbvio
não conseguiram reverter o cenário de retração da indústria, somadas a um
relacionamento tortuoso com o setor empresarial, a presidente Dilma
Rousseff se encontra forçada a fazer acenos para a indústria no
último ano de seu governo. Candidata à reeleição, a petista apresentará nesta
quarta-feira à Confederação Nacional da Indústria (CNI) mais um rol de
promessas para aumentar a competitividade nacional e combater o etéreo Custo
Brasil. Seus principais adversários, o senador Aécio Neves (PSDB) e o
ex-governador Eduardo Campos (PSB), também farão loas à importância do
setor industrial no evento e pretendem elencar as prioridades de seus governos,
casos saiam vitoriosos nas eleições de outubro. O momento é oportuno para
entender como Aécio e Campos querem conquistar o empresariado sem um programa
de governo que preveja pacotes de bondades inúteis, porém, constantes, como os
que foram oferecidos pela candidata petista em sua gestão.
O principal
pleito
A única saída para os dois candidatos
da oposição é oferecer um alento na questão da carga tributária. “Em todos os
países, a reforma tributária precisa ser encampada pelo Poder Executivo. Dadas
as imperfeições no nosso sistema tributário, o Brasil é hoje um país de
empresas tímidas e pouco ambiciosas para enfrentar o mundo”, diz o diretor de
Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Fernandes. Produzir no país é pelo
menos 37% mais caro do que na Alemanha ou nos Estados Unidos, aponta a
Associação das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Resultado de um
conjunto de problemas estruturais na economia, do emaranhado de impostos
municipais, estaduais e federais, do excesso de burocracia e da falta de marcos
regulatórios claros e de projetos sólidos de infraestrutura. Apenas os
impostos, isoladamente, elevam em 10,6% o valor de um investimento.
Para além das distorções históricas no sistema de tributos e na
burocracia imposta às empresas no Brasil, a instável política industrial do
governo federal, que ora tenta combater a concorrência externa, ora estimula os
investimentos estrangeiros, tem agravado a cada dia o índice de confiança da
indústria. Nesta terça-feira, o indicador chegou à sétima queda seguida e ao
pior resultado desde abril de 2009. Com as perspectivas de baixo crescimento
econômico e inflação alta, mais do que nunca o ano de 2015 passa a ser um
período difícil de ajuste fiscal e marco fundamental para reconquistar a
confiança de investidores e do empresariado. E está justamente nessa
necessidade de economizar o maior desafio dos candidatos. Com o superávit
primário cada vez menor, será tarefa de primeira ordem reverter a curva de
arrecadação e gastos públicos em 2015. Dilma terminará seu governo tendo
implementado uma desfavorável tendência de alta nos gastos, acompanhada de
desaceleração das receitas. “É preciso definir onde se pretende chegar. Um
novo governo não pode iniciar sem um plano para a melhoria do sistema
tributário”, diz a CNI nas propostas enviadas aos candidatos.
Programas
vagos
Nos programas de governo registrados
na justiça eleitoral, porém, Dilma, Aécio e Campos elencam um conjunto de
generalidades, sem apontar, via de regra, como ou quando cada meta deverá ser
alcançada. “Estimularemos a modernização do parque fabril. Avançaremos na
desburocratização de processos e procedimentos nos negócios, incluindo ampla
simplificação tributária, e na redução de custos financeiros e de insumos”, diz
o programa de governo de Dilma. Em 2010, quando a petista participou pela
primeira vez do debate da CNI com candidatos, assumiu o compromisso de fazer uma
reforma tributária por considerar que a simplificação do sistema de impostos no
Brasil seria “a reforma das reformas”. A promessa é recorrente nos programas
dos candidatos desde o início da década, mas jamais saiu do papel.
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