#COMENTÁRIO
Nós mais velhos já passamos por
essa situação antes. Não nos traz boas lembranças o futuro que isso nos
remete... Não há como negar que estes sãos primeiros reflexos do estado sem
comando e liberado demais para que quaisquer pequenos motivos gerem balbúrdias
em nossas ruas. Estamos mais preocupados com a combinação das cores do cadarço
com o sapato do que com o furo na sola...
Perdeu-se o controle e já se vê
as primeiras fumaças saindo pela trinca no ovo que represava o dragão... Essa
geração que aí está mascarando-se e quebrando tudo por onde passa não faz a
menor idéia, a exceção de poucos que a conhecem através de literatura, o
tamanho do problema de convivermos com a volta da inflação declarada. Ela vem
chegando devagar, comendo pedaços de nossos direitos adquiridos enquanto
ficamos assistindo nossos governantes criarem paliativos e fazerem-se acusações
mútuas de culpabilidade na situação criada. Impossibilitados de qualquer
reação, esperneamos e atritamos com nossos patrões... Mal sabemos que eles
também estão sofrendo nas mesmas condições... Quando abrimos os olhos, estamos
vendendo o almoço para comprar a janta.
#Disse
Carlos Leonardo
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JOANA CUNHA - FOLHA DE SÃO PAULO - 06/07/2014
"Há duas semanas, fui ao
supermercado e não tinha o molho que costumo comprar. Semana passada, ele
estava de volta, mas era o macarrão da marca que eu gosto que estava em falta.
Agora apareceu, mas voltei sem o presunto. Tem acontecido muito, com vários produtos",
conta a cozinheira Jovina Ribeiro.
A queixa tem sido compartilhada por
grande parte dos consumidores e reflete uma elevação do índice de ruptura nos
supermercados, termo usado no setor para medir a falta de certas marcas e
produtos. O índice subiu de 7,9% no primeiro trimestre de 2013 para uma média
de 9,1% no mesmo período deste ano, segundo
a Apas (Associação Paulista de Supermercados). Em maio, último dado disponível, recuou para 8,5%, mas permanece muito acima dos 4,6% registrados no mesmo mês do ano passado.
a Apas (Associação Paulista de Supermercados). Em maio, último dado disponível, recuou para 8,5%, mas permanece muito acima dos 4,6% registrados no mesmo mês do ano passado.
"Eu já fiquei sem comprar a
garrafa d'água", diz a administradora Maíra Meyer.
O superintendente da Apas, Carlos
Corrêa, explica que a ruptura pode ser provocada por diversos fatores. No
histórico recente, os protestos nas ruas atrapalharam a logística, enquanto a
variação de demanda devido à Copa dificultou o planejamento das empresas. No
plano macroeconômico, o baixo crescimento e a persistência da inflação acirram
o cabo de guerra entre a indústria e o varejo.
Na tentativa de postergar ou atenuar a
elevação dos preços ao consumidor final, e consequentemente proteger suas
vendas, os supermercadistas endureceram as relações com seus fornecedores, com
o objetivo de distribuir ao longo da cadeia o aumento de custos de produção. O
resultado é um alongamento das negociações.
"A demanda do consumidor está
menor e os custos sobem. Como o varejo enfrenta alta concorrência e trabalha
com margens baixas, precisa negociar para evitar o repasse de preço ao
consumidor", diz Sussumu Honda, presidente do conselho consultivo da Abras
(Associação Brasileira de Supermercados). Um dos sinais do varejista para
rejeitar a alta é deixar de comprar o produto temporariamente, segundo Fernando
de Bairros, presidente da Afrebras (que reúne
fábricas de refrigerante). "É um meio de pressão. Ele substitui o produto e tira da gôndola até que a indústria abaixe", diz. "Está difícil colocar aumento. O varejo não aceita porque não está em um ano bom", diz Alexandre Colombo, presidente da Anib (indústria de biscoitos).
fábricas de refrigerante). "É um meio de pressão. Ele substitui o produto e tira da gôndola até que a indústria abaixe", diz. "Está difícil colocar aumento. O varejo não aceita porque não está em um ano bom", diz Alexandre Colombo, presidente da Anib (indústria de biscoitos).
A tensão varia nas regiões do país,
segundo Juracy Parente, professor da FGV-SP. E a disputa piora nas indústrias
de produtos mais perecíveis. Se o impasse não cede, o estoque do varejo pode
acabar, levando o produto a faltar nas lojas por alguns dias, até que se chegue
ao acordo.
"Esse tipo de ruptura que vem por
causa de negociação é normal e aceitável pois não significa que há crise de
abastecimento e falta de produto. As empresas estão brigando por preço
baixo", diz Honda.
Segundo pesquisa do site de defesa do
consumidor Reclame Aqui com 2.000 clientes, mais de 76% foram às compras nos
últimos dois meses e ficaram sem algum item.
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