#COMENTÁRIO
Reflexo da ausência da educação
nas bases familiares, estamos vendo acontecer esses atos de desrespeito ao ser
humano, para não dizer outras coisas...
Chegamos ao cúmulo de ter que
separar ambientes para sexos distintos, para proteger as mulheres. Por onde
anda o respeito, a educação, o cavalheirismo...
É bastante aceitável que as
mulheres decidam sobre a validade da providência tomada de separá-las em trens.
Se por um lado está-se protegendo-as, por outro está segregando. E ainda há que
se considerar que embora separadas, existem ainda alguns espertalhões que se
infiltram em seu meio ambiente isolado.
Há que se deflagrar urgentemente
uma reestruturação nos conceitos educacionais no seio das famílias e não ficar
buscando paliativos para um problema que a cada dia que passa, gera mais e mais
transtornos, dores e sentimentos feridos na sociedade.
Nada mais que isso...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
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LEANDRO MACHADO – FOLHA DE SÃO PAULO - 12/07/2014
Grupos feministas de São Paulo estão
divididos sobre o "vagão rosa", que é exclusivo para mulheres no
metrô e nos trens da CPTM.
Criada pelo deputado Jorge Caruso
(PMDB), a medida foi aprovada na Assembléia no dia 4 para proteger as mulheres
de abusos sexuais no transporte superlotado.
O governo afirma estar estudando o
projeto, que deve ser vetado ou aprovado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB)
nos próximos dias.
- A estudante Giulia Ribeiro, 18, do
grupo Tática Feminista, se diz totalmente contra o vagão, pois ele "aumenta
a segregação entre os gêneros". "E os estupradores podem fazer suas
viagens livremente sem serem culpabilizados", completa.
- Militante da Marcha Mundial das
Mulheres, Sonia Coelho, 55, também reprova. "Ele reforça o imaginário de
que a mulher é culpada pela violência que sofre. Quem for agredida em outro
vagão, que não o exclusivo, pode ser questionada sobre o motivo de não estar na
parte das mulheres."
- A estudante de letras Isadora Szklo,
21, e militante do grupo "RUA - Juventude Anticapitalista", também se
posicionou contra o vagão feminino. "Existem formas simples e imediatas de
diminuir os casos de agressão de forma educativa, como capacitar agentes e
seguranças do metrô sobre as causas de assédio e criação de um órgão presente
em todas as estações para denúncia", diz ela.
- Já a estudante da USP Letícia Pinho,
26, do Mulheres em Luta, diz que o vagão não resolve o problema do assédio, mas
seria uma medida protetiva importante -o coletivo já distribuiu, em estações da
Grande São
Paulo, alfinetes para mulheres se defenderem dos "encoxadores".
Paulo, alfinetes para mulheres se defenderem dos "encoxadores".
"A superlotação deixa a mulher
mais vulnerável. Já que o transporte de qualidade está demorando, a gente
precisa do mínimo de segurança urgentemente", diz.
- O Juntas, grupo feminista ligado ao
PSOL, se posicionou a favor da medida. "Sou a favor porque tenho a
impressão de que a população é favorável. Acho que falta ao movimento feminista
ouvir mais as mulheres que enfrentam o transporte lotado todos os dias",
argumenta Giulia Tadini, 24, militante do movimento.
Pesquisa do Datafolha feita em abril
apontou que 73% dos paulistanos se revelaram favoráveis ao "vagão
rosa".
- A vendedora Carolina do Nascimento,
19, aprova. "Seria ótimo. Já briguei com um rapaz que me apertou",
diz ela, que usa trem e metrô nos horários de pico.
Um protesto contra o "vagão
rosa" está programado para o próximo dia 18, na praça da Sé. Cerca de mil
pessoas já confirmaram presença na rede social Facebook.
RIO
O vagão para mulheres existe no
Distrito Federal desde 2013 e no Rio, desde 2006.
No Rio, uma lei estadual obriga as
concessionárias a destinarem vagões femininos nos horários de pico. A lei não
determina, porém, punição em caso de descumprimento. Segundo a concessionária
MetrôRio, o passageiro identificado é convidado pelos seguranças a se retirar. Tanto
a MetrôRio quanto a SuperVia, que administra os trens urbanos do Rio, investem
em campanhas de conscientização.
Os esforços, contudo, não impedem que
homens descumpram a medida. De acordo com relatório da Agetransp, a agência
reguladora dos transportes do Estado, em cerca de 200 vistorias feitas em
janeiro nos vagões femininos no metrô, foi registrada a presença masculina em
3,05% das vezes.
Já nos trens da SuperVia, a situação é
pior. Dos 1.612 vagões inspecionados em janeiro, havia homens em pelo menos 50%
dos casos. O ramal de Japeri, cidade da Baixada Fluminense, registrou o maior
percentual: em quase 80% das inspeções havia homens nos vagões exclusivos.
*
Dúvidas sobre
o "vagão rosa". Entenda o projeto de lei aprovado na semana passada.
O que é?
A proposta prevê a criação de um vagão só para mulheres em cada trem do Metrô e da CPTM, com o objetivo de evitar casos de abuso sexual.
Quem é a
favor?
Grupos como o Movimento Mulheres em Luta (ligado à CSP-Conlutas) e o Juntas (ligado ao PSOL) defendem que o vagão diminui assédios e agressões.
Quem é
contra?
Grupos autônomos como a Marcha Mundial das Mulheres e o Tática Feminista defendem que o vagão aumenta a segregação e culpabiliza as mulheres pelos ataques.
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