quinta-feira, 24 de julho de 2014

Israel repudia crítica do Brasil sobre bombardeios na faixa de Gaza




#COMENTÁRIO

Estamos navegando por mares estranhos, agitados e traiçoeiros... Essa é a situação a que nos colocamos quando definimos um lado de uma contenda. As razões históricas que levam esses dois povos a se atritarem continuamente não se resolvem com simples gestos de repúdio. Aliás, até hoje, nunca vi algo se resolver com os tais “gestos de repúdio” que é muito valorizado por determinadas alas da sociedade. Acredito que se não temos algo concreto a dar na tentativa de resolução de um problema, opinar ou demonstrar desagravo para com uma das partes, é algo infantil, irresponsável.

Como retorno a esse ato, recebemos uma resposta do governo israelense um tanto taxativa, riscando invisivelmente uma linha divisória na situação. As palavras ditas devem ser analisadas a fundo, elas retratam um pouco de verdade, por mais doída que sejam.

Já não tivemos experiência suficiente com atos de protestos sem base fundamentada aqui no Brasil? Temos ainda que mostrar ao mundo “in loco” do que somos capazes?
Estamos cutucando vespas com vara curta...

#Disse

Carlos Leonardo






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DIOGO BERCITO - ENVIADO ESPECIAL A GAZA - 24/07/2014  

O governo israelense respondeu, nesta quinta-feira (24), com repúdio ao gesto diplomático realizado pelo Brasil no dia anterior – quando convocara seu embaixador em Tel Aviv, Henrique Pinto, para consultas sobre a morte de civis na faixa de Gaza. À Folha a chancelaria de Israel afirmou oficialmente que "o Brasil está escolhendo ser parte do problema, em vez de integrar a solução". "Seu comportamento nesta questão ilustra a razão por que esse gigante econômico e cultural permanece politicamente irrelevante."
O gesto foi recebido, porém, com loas na faixa de Gaza. Palestinos se aproximavam da reportagem da Folha para agradecer-lhe. "Obrigado por convocar seu embaixador", diz Tawfiq Abu Jamaa, em Khan Yunis. "O Brasil é melhor do que os países árabes, como o Egito, que não fazem nada", diz.
Para Sabri Abu Jamaa, "a população civil, em Gaza, não precisamos de recursos. Precisamos de palavras de apoio, como as brasileiras".
O governo brasileiro havia afirmado, na quarta-feira (23), considerar "inaceitável" o "uso desproporcional da força". Israel tem bombardeado a faixa de Gaza em uma operação militar há mais de duas semanas, com mais de 700 mortos, a maioria deles considerados civis. A nota brasileira não cita, porém, os ataques da facção palestina Hamas, que já lançou mais de 2.000 foguetes contra o território israelense, levando à suspensão temporária de voos chegando a Israel ou partindo do país. Três civis e 32 soldados já foram mortos.
O Itamaraty, além de convocar de volta a Brasília o embaixador Pinto, chamou o embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, para protestar. Os gestos são vistos pela comunidade diplomática como sinais de repressão.
O descontentamento expresso pela chancelaria brasileira veio na sequência de uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, onde foi aprovada uma investigação da ação israelense, com o apoio do Brasil.

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