#COMENTÁRIO
Estamos navegando por mares estranhos,
agitados e traiçoeiros... Essa é a situação a que nos colocamos quando
definimos um lado de uma contenda. As razões históricas que levam esses dois
povos a se atritarem continuamente não se resolvem com simples gestos de
repúdio. Aliás, até hoje, nunca vi algo se resolver com os tais “gestos de
repúdio” que é muito valorizado por determinadas alas da sociedade. Acredito
que se não temos algo concreto a dar na tentativa de resolução de um problema,
opinar ou demonstrar desagravo para com uma das partes, é algo infantil,
irresponsável.
Como retorno a esse ato, recebemos uma resposta do governo israelense um tanto taxativa, riscando invisivelmente uma linha divisória na situação. As palavras ditas devem ser analisadas a fundo, elas retratam um pouco de verdade, por mais doída que sejam.
Já não tivemos experiência suficiente
com atos de protestos sem base fundamentada aqui no Brasil? Temos ainda que
mostrar ao mundo “in loco” do que somos capazes?
Estamos cutucando vespas com vara
curta...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: A Folha de São Paulo
-----------------------------------------------------------
DIOGO BERCITO - ENVIADO
ESPECIAL A GAZA - 24/07/2014
O governo israelense respondeu, nesta
quinta-feira (24), com repúdio ao gesto diplomático realizado pelo Brasil no
dia anterior – quando convocara seu embaixador em Tel Aviv, Henrique Pinto,
para consultas sobre a morte de civis na faixa de Gaza. À Folha a chancelaria de Israel
afirmou oficialmente que "o Brasil está escolhendo ser parte do problema,
em vez de integrar a solução". "Seu comportamento nesta questão
ilustra a razão por que esse gigante econômico e cultural permanece politicamente
irrelevante."
O gesto foi recebido, porém, com loas
na faixa de Gaza. Palestinos se aproximavam da reportagem da Folha para agradecer-lhe. "Obrigado
por convocar seu embaixador", diz Tawfiq Abu Jamaa, em Khan Yunis. "O
Brasil é melhor do que os países árabes, como o Egito, que não fazem
nada", diz.
Para Sabri Abu Jamaa, "a população
civil, em Gaza, não precisamos de recursos. Precisamos de palavras de apoio,
como as brasileiras".
O governo brasileiro havia afirmado, na
quarta-feira (23), considerar "inaceitável" o "uso desproporcional
da força". Israel tem bombardeado a faixa de Gaza em uma operação militar
há mais de duas semanas, com mais de 700 mortos, a maioria deles considerados
civis. A nota brasileira não cita, porém, os ataques da facção palestina Hamas,
que já lançou mais de 2.000 foguetes contra o território israelense, levando à
suspensão temporária de voos chegando a Israel ou partindo do país. Três civis
e 32 soldados já foram mortos.
O Itamaraty, além de convocar de volta
a Brasília o embaixador Pinto, chamou o embaixador de Israel no Brasil, Rafael
Eldad, para protestar. Os gestos são vistos pela comunidade diplomática como
sinais de repressão.
O descontentamento expresso pela
chancelaria brasileira veio na sequência de uma reunião de emergência do
Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, onde foi aprovada uma
investigação da ação israelense, com o apoio do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?