quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Preço do petróleo desaba e zera defasagem da gasolina no Brasil


Cotidiano
  

Operário em refinaria da australiana Caltex, em Kurnell; preço do petróleo voltou a cair 


#COMENTÁRIO

No meio do alvoroçado mar de notícias ruins no Brasil, quando surge uma boa é como se acendesse no céu uma nova estrela... Pois é, parece que por hora, não há motivos para subir o preço do petróleo no Brasil. Isso é muito bom por que, pode se dizer que é um motivo a menos para que os preços se elevem por “estas bandas”... Em razão da alta produção de barris de petróleo, o preço caiu no mercado internacional e isso desonera nossos compromissos de compra desses barris.
Bom para a economia nacional onde o governo federal desembolsa menos valores de nossa reserva e economizando, não tem porque efetuar o aumento dos preços internos como já se pronunciava em rumores.
Bom para nós que deixaremos de ver os preços das mercadorias “in natura” e industrializadas se elevando corroendo nosso “rico dinheirinho”.

#Disse

Carlos Leonardo


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RAQUEL LANDIM - DE SÃO PAULO
VALDO CRUZ - DE BRASÍLIA
15/10/2014

A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano. "Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel", disse um assessor do governo à Folha. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições pela presidente Dilma. O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3% ontem para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados. A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%. Esses porcentuais não levam em consideração o frete, que onera o combustível importado em cerca de 10%. Se incluído esse custo, a defasagem na gasolina ainda estaria próxima de 7%.

Sem reajustes
"No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis", disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. "Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa", disse Fábio Silveira, economista da GO Associados.
Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta. A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação. Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina.
Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009. A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira. Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.

MINÉRIO DE FERRO
Os preços do minério de ferro também recuaram. A tonelada saiu de US$ 120 no início do ano para US$ 80. Segundo José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos da Vale, houve um forte aumento de produção dos concorrentes na Austrália. Ele diz que as cotações devem se recuperar, mas não voltarão ao patamar anterior. É uma má notícia para a balança comercial. "A única saída para o Brasil não perder divisas é desengavetar projetos, que estão travados por restrições ambientais", diz Martins. 


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