Mundo
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#COMENTÁRIO
È outra lambança internacional à vista
ou fumaça no ar anunciando problemas? Imagine só a saia justa que se mete o
Supremo Tribunal Federal ao questionar e pedir informações oficiais sobre atos
internos ocorridos na Venezuela. Se por um lado o STF faz muito bem de levantar
hipóteses, uma vez que o relacionamento Brasil/Venezuela normalmente é visto
como um problema futuro pelos interesses e intenções não democráticas disfarçadas
que estão se desenrolando nestes dois países, por outro lado, pode muito bem se
tratar de ação exclusiva com cidadãos venezuelanos de Sucre. Se essa segunda
hipótese for a verdadeira, teremos certamente problemas de inferência em
atitudes internas de outro país (irmão?) e isso é caso de se passar por cima
das leis de soberania do país. Isso poder considerada agressão internacional e
pode vir a criar problemas sérios de relacionamento entre os dois países.
Como se diria, “Take it ease, gentlemen”.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Como você acha que o STF se sairá dessa?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
SAMY ADGHIRNI – CARACAS -
28/11/2014
Um inquérito do Ministério Público Federal de Goiás
para apurar suposto recrutamento ideológico de menores brasileiros pela
Venezuela foi provavelmente aberto por um erro de interpretação sobre o
significado da palavra "Brasil".
No dia 17 de novembro, o procurador Ailton Benedito
de Souza assinou sindicância "para apurar ações ou omissões ilícitas da
União, relativamente às condutas praticadas pelo governo venezuelano, ao levar,
desde 2011, crianças e adolescentes brasileiros à Venezuela, com o fim de
transmitir conhecimentos relativos à 'revolução bolivariana'".
O texto diz que "Brigadas Populares de
Comunicação contam com a participação de 26 crianças e adolescentes da
comunidade do Brasil".
O inquérito, que gerou debate em blogs políticos e
redes sociais, menciona, porém, comunicado do site do Ministério das Comunas e
Movimentos Sociais da Venezuela de março de 2011.
O texto chegou agora às mãos do procurador goiano e
o levou a pedir a investigação – embora Goiás não tenha elo direto com a
questão.
O comunicado venezuelano fala da comunidade
"de" Brasil – uma localidade com o mesmo nome, mas nenhuma relação,
com nosso país.
"Com a participação de 26 meninos, meninas e
adolescentes da comunidade de Brasil, no Estado Sucre, e durante uma semana,
formou-se a Brigada da Comunicação Popular [que irá] transmitir tudo aquilo
relacionado com os avanços em matéria infantojuvenil que a revolução bolivariana
leva adiante", diz o texto do site do Ministério das Comunas.
As brigadas são um tipo de curso de jornalismo
comunitário e propaganda oficial.
A comunidade de Brasil é um bairro popular situado
na cidade de Cumaná, no Estado de Sucre, 400 km a oeste de Caracas. "A
comunidade Brasil não tem nada a ver com o país Brasil nem é conhecida por
abrigar comunidade brasileira", disse em entrevista à Folha, por telefone, uma moradora de
Cumaná.
A procuradoria estipulou prazo de dez dias para que
o Itamaraty comunicasse a identidade dos jovens supostamente levados para a
Venezuela e fornecesse informações sobre possível rede de tráfico humano.
O prazo venceu nesta quinta-feira, mas o Itamaraty
diz não ter recebido ofício da Procuradoria da República.
A suspeita acirrou ânimos no Brasil por surgir no
rastro do episódio da babá da família do ministro venezuelano das Comunas,
Elías Jaua, que foi presa no mês passado no aeroporto internacional de
Guarulhos (São Paulo) com um revólver na mala.
Jaua disse que a arma era sua e estava na mala da
babá por engano. O episódio irritou o Itamaraty, que não havia sido informado
da visita.
OUTRO LADO
O Ministério Público de Goiás afirma que a
sindicância tem o objetivo de levantar informações sobre uma suspeita e que não
se trata de uma investigação – embora o pedido feito ao Itamaraty não contenha
essa ressalva.
"O MPF/GO não está afirmando ou deixando de
afirmar que houve, de fato, o recrutamento de jovens brasileiros à
Venezuela", disse a assessoria de comunicação da Procuradoria em e-mail.
"O que se busca, de início, é exatamente verificar a verossimilhança de
notícia nesse sentido, trazida ao conhecimento do MPF/GO", diz o
comunicado.
O MP diz que o pedido enviado ao Itamaraty é apenas
uma "requisição preliminar" pedindo esclarecimentos.
O ministro das Comunas, Elias Jaua, foi procurado,
mas não atendeu à reportagem.
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