Cotidiano
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Contra a crise hídrica, a síndica Paula Bardal
pretende começar um racionamento noturno no prédio e fechar a piscina
#COMENTÁRIO
Dois grandes problemas da humanidade: “Tomada
de decisão coletiva, isoladamente e falta de interesse em discutir uma situação
antes de partir para briga”. Pois é, as pessoas por mais se instruam ainda
continuam a criarem atrititos de graça, sem a menor necessidade. Um bocadinho
de “bom senso” não custa nada a ninguém, mas parece que os egos salientes são
mais fortes que o razão. Este caso é um caso típico de intolerância desmedida
sem uma pré-negociação de interesses. Ambas, não deixam de ter razão sob suas
óticas, mas o que levou a tomarem essas decisões insensatas? E agora com o
estrago já feito, só podem resolver essa pendenga judicialmente.
As pessoas deveriam procurar conversar mais,
negociar antes de agir, por mais sejam de interesses coletivos as ações.
Está-se perdendo o poder do relacionamento, enclausuramos entre quatro paredes
em nossa vida e às vezes achamos que o que vamos fazer melhorará para todos,
mas esquecemos de perguntar se realmente as pessoas querem que as coisas
melhorem... E se quiserem, eles querem que sejam da maneira que imaginamos?
Falta muito diálogo no mundo!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Não acha que deveríamos conversar um
pouco mais?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
O advogado Cesar Barbone conseguiu uma liminar
contra seu condomínio que, segundo ele, cortava o fornecimento de água
EMILIO SANT'ANNA - FERNANDA
MENA - SÃO PAULO
- 23/11/2014
A disputa pela melhor vaga na garagem, o salto alto
no andar de cima, a música alta da festinha noite adentro e, agora, as
torneiras secas. A crise hídrica se juntou ao nada seleto rol das reclamações
em condomínios que ensejam brigas entre vizinhos e vão parar até na Justiça.
Longe de atingir as metas de economia, um edifício
em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, resolveu seguir, no mês passado, o
que outros prédios da cidade já fizeram: instituir o
"autorracionamento" de água.
O corte no fornecimento foi estabelecido das 23h30
à 6h em caráter experimental - sem que o tema fosse levado à assembleia de
condôminos.
Afixado no elevador, o aviso informava que era
preciso economizar - na sexta (21), o sistema Cantareira operava com 9,7% de
sua capacidade - e que, com a baixa pressão do fornecimento da Sabesp, a medida
era necessária para abastecer a caixa-d'água.
Em menos de um mês, a conta do prédio de R$ 3.200
caiu quase à metade, e a meta da Sabesp para o desconto de 30% na fatura foi
atingida.
Com a boa notícia, porém, veio uma surpresa menos
agradável: uma liminar obrigou o condomínio a reestabelecer o abastecimento 24
horas por dia, sob pena de multa diária de R$ 100.
Síndica do prédio, a professora Maria Bachcivangi
Garcia não sabia, mas a poucos andares do seu apartamento, "dormia o
inimigo".
Incomodado com a falta de água quando chegava em
casa após o trabalho, o advogado Celso Henrique Barbone, 34, resolveu acionar a
Justiça.
Para ele, não havia justificativas para a medida. "A
síndica tomou uma atitude completamente arbitrária. Pela lei, o que ela deve
fazer é zelar pelo fornecimento", diz.
O oficial de Justiça chegou ao edifício quase na
hora em que o registro seria fechado, para surpresa da professora. "Nunca
deixei de dialogar, por isso não imaginava que ele fosse à Justiça."
O tema ainda divide opiniões. Para Hubert Gebara,
vice-presidente de Administração Imobiliária do Secovi-SP (Sindicato da
Habitação), o que deve imperar é a decisão aprovada em assembleia.
"Se a maioria aprovar que não vai ter água, é
uma decisão soberana", diz Gebara.
Já o presidente do Comitê de Habitação da OAB-SP,
Marcelo Tapai, afirma que não basta a decisão da maioria: é preciso que 100%
dos moradores concordem. Agir por conta própria, então, muito menos. "Em
casos assim, cabe até indenização por danos morais", diz ele.
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