sábado, 29 de novembro de 2014

Miséria cresceu mais em SP que em Estados do Nordeste


Cidadania




#COMENTÁRIO

Analisando esta reportagem abaixo, podemos dizer com toda certeza que só paulistas e em menor proporção, habitantes das grandes cidades brasileiras é que conhecem a extensão dessa triste realidade de vida. A quantidade de pessoas no estado de São Paulo que estão enquadradas nessas condições de extrema pobreza é enorme, é superior a quantidade de habitantes de centenas de cidades pelo interior do País. O padrão de vida dessas pessoas pode ser comparado friamente à vida de animais crias de rua, definitivamente abandonados pela estrutura governamental e só fazendo parte de estatísticas publicitárias do governo, quando ressurgem para a população. Fora disso, a própria população os ignora.
Apesar de ter-me alongado no revoltante assunto, o que deveríamos estar realmente preocupados é que se R$77,00 por mês delimita a linha divisória  entre miseráveis e pobres, quem ganha R$100,00 por mês o governo já o acha em condições de ter uma vida razoável. È possível isso? Você já parou para pensar o que você pode fazer com uma nota de R$100,00? E essas pessoas têm que sobreviver o mês todo com isso. E a hipocrisia política passa a doar um auxílio-pobreza qualquer de mais ou menos R$50,00 mensais a eles, os pobres não aos miseráveis e saem cantando glórias da ação benemérita do governo à mídia nacional e internacional. Eles acresceram a metade de sua renda à renda mensal. Essa é a ideia que se tem de proteção do povo brasileiro? Ou eles não são considerados?

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

A hipocrisia política apresentada e decantada nos últimos tempos, como ela é vista?

Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).




JOÃO CARLOS MAGALHÃES – BRASÍLIA - 29/11/2014

Estado mais rico e populoso, São Paulo foi a unidade da Federação que mais contribuiu para a piora da miséria no país no ano passado.
A conclusão é de um estudo feito a pedido da Folha por pesquisadores associados ao Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade) com base nas informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2013, a pobreza extrema parou de cair pela primeira vez desde 2003. Como o aumento em números absolutos foi muito pequeno e a pesquisa é feita com base numa amostra, os estatísticos preferem falar em estagnação da miséria em vez de aumento. O trabalho de Andrezza Rosalém e Samuel Franco focou nas pessoas que disseram viver com renda mensal inferior a R$ 70. Esse era o limite adotado pelo governo na época da Pnad para definir quem é miserável. O valor foi reajustado para R$ 77 neste ano.
De acordo com o estudo, surgiram em 2013 no país mais 834 mil pessoas extremamente pobres. Desse total, 125 mil viviam em São Paulo, o equivalente a cerca de 15%. Em nenhum outro Estado, o aumento do número de miseráveis foi maior nesse ano. Como São Paulo é o Estado mais populoso do país, com 44 milhões de habitantes, naturalmente um mau resultado tem peso numérico maior. Em segundo lugar está o Maranhão, com um aumento de 118 mil miseráveis numa população de quase 7 milhões de pessoas. Em terceiro, está o Pará, que aparece com 80 mil pessoas a mais abaixo da linha de miséria entre 8 milhões de habitantes.
O estudo ajuda a qualificar a noção de que o Nordeste é a região que mais contribui para a extrema pobreza no país. Ela ainda é a área com maior número de miseráveis, com 3,6 milhões, mais da metade do total de pessoas extremamente pobres do país. Somados todos os Estados do Nordeste, a região foi a que teve maior aumento da extrema pobreza, seguida pelo Sudeste. Mas três Estados nordestinos (Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte) estão entre os que menos contribuíram para a evolução da miséria em 2013, segundo o estudo. O número de miseráveis na Bahia diminuiu nesse ano. Com 61 mil pessoas a menos abaixo da linha adotada para definir a extrema pobreza, o Estado foi o que teve maior diminuição da miséria em 2013. Além dela, só o Distrito Federal teve também decréscimo.

TRABALHO
Não estão claras ainda as causas da desaceleração da queda da miséria no país, nem suas especificidades regionais, mas os números da Pnad oferecem algumas pistas. Primeiro, apontam uma piora generalizada no acesso da população extremamente pobre ao mercado de trabalho. As taxas de ocupação na semana da pesquisa e no ano foram as mais baixas desde 2004, diz o estudo. Houve também uma deterioração da qualidade dos postos de trabalho. O tempo médio de permanência no trabalho entre os ocupados, em meses, caiu quase 32%.
Por outro lado, a Pnad mostrou que a escolaridade dos miseráveis melhorando e o analfabetismo continuou diminuindo em 2013, ainda que num ritmo mais lento do que nos anos anteriores. Procurada pela Folha para comentar os dados do estudo, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo não quis opinar. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que os números da Pnad mostram apenas "uma flutuação estatística", e que a miséria é menor do que sugerem algumas interpretações. Segundo o Iets, 6% dos brasileiros eram extremamente pobres em 2013. Para o ministério, a taxa cai para 3% se forem descontadas da amostra pessoas que se declararam sem renda e os que não têm perfil de miseráveis, pelo nível de educação e pelo acesso a bens e serviços.
"Significa que o país alcançou 15 anos antes a meta [de redução da pobreza] estabelecida para 2030 pelo Banco Mundial para o conjunto de países do mundo", diz a nota. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qual a sua opinião sobre isso?