Cidadania
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#COMENTÁRIO
Analisando esta reportagem abaixo,
podemos dizer com toda certeza que só paulistas e em menor proporção, habitantes
das grandes cidades brasileiras é que conhecem a extensão dessa triste realidade
de vida. A quantidade de pessoas no estado de São Paulo que estão enquadradas
nessas condições de extrema pobreza é enorme, é superior a quantidade de
habitantes de centenas de cidades pelo interior do País. O padrão de vida
dessas pessoas pode ser comparado friamente à vida de animais crias de rua,
definitivamente abandonados pela estrutura governamental e só fazendo parte de
estatísticas publicitárias do governo, quando ressurgem para a população. Fora
disso, a própria população os ignora.
Apesar de ter-me alongado no revoltante
assunto, o que deveríamos estar realmente preocupados é que se R$77,00 por mês delimita
a linha divisória entre miseráveis e
pobres, quem ganha R$100,00 por mês o governo já o acha em condições de ter uma
vida razoável. È possível isso? Você já parou para pensar o que você pode fazer
com uma nota de R$100,00? E essas pessoas têm que sobreviver o mês todo com
isso. E a hipocrisia política passa a doar um auxílio-pobreza qualquer de mais
ou menos R$50,00 mensais a eles, os pobres não aos miseráveis e saem cantando
glórias da ação benemérita do governo à mídia nacional e internacional. Eles
acresceram a metade de sua renda à renda mensal. Essa é a ideia que se tem de
proteção do povo brasileiro? Ou eles não são considerados?
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
A hipocrisia política apresentada e
decantada nos últimos tempos, como ela é vista?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
JOÃO CARLOS MAGALHÃES – BRASÍLIA -
29/11/2014
Estado mais rico e populoso, São Paulo foi a
unidade da Federação que mais contribuiu para a piora da miséria no país no ano
passado.
A conclusão é de um estudo feito a pedido da Folha por pesquisadores
associados ao Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade) com base nas
informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2013, a pobreza extrema
parou de cair pela primeira vez desde 2003. Como o aumento em números absolutos
foi muito pequeno e a pesquisa é feita com base numa amostra, os estatísticos
preferem falar em estagnação da miséria em vez de aumento. O trabalho de
Andrezza Rosalém e Samuel Franco focou nas pessoas que disseram viver com renda
mensal inferior a R$ 70. Esse era o limite adotado pelo governo na época da
Pnad para definir quem é miserável. O valor foi reajustado para R$ 77 neste
ano.
De acordo com o estudo, surgiram em 2013 no país
mais 834 mil pessoas extremamente pobres. Desse total, 125 mil viviam em São
Paulo, o equivalente a cerca de 15%. Em nenhum outro Estado, o aumento do
número de miseráveis foi maior nesse ano. Como São Paulo é o Estado mais
populoso do país, com 44 milhões de habitantes, naturalmente um mau resultado
tem peso numérico maior. Em segundo lugar está o Maranhão, com um aumento de
118 mil miseráveis numa população de quase 7 milhões de pessoas. Em terceiro,
está o Pará, que aparece com 80 mil pessoas a mais abaixo da linha de miséria
entre 8 milhões de habitantes.
O estudo ajuda a qualificar a noção de que o
Nordeste é a região que mais contribui para a extrema pobreza no país. Ela
ainda é a área com maior número de miseráveis, com 3,6 milhões, mais da metade
do total de pessoas extremamente pobres do país. Somados todos os Estados do
Nordeste, a região foi a que teve maior aumento da extrema pobreza, seguida
pelo Sudeste. Mas três Estados nordestinos (Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte)
estão entre os que menos contribuíram para a evolução da miséria em 2013,
segundo o estudo. O número de miseráveis na Bahia diminuiu nesse ano. Com 61
mil pessoas a menos abaixo da linha adotada para definir a extrema pobreza, o
Estado foi o que teve maior diminuição da miséria em 2013. Além dela, só o
Distrito Federal teve também decréscimo.
TRABALHO
Não estão claras ainda as causas da desaceleração
da queda da miséria no país, nem suas especificidades regionais, mas os números
da Pnad oferecem algumas pistas. Primeiro, apontam uma piora generalizada no
acesso da população extremamente pobre ao mercado de trabalho. As taxas de
ocupação na semana da pesquisa e no ano foram as mais baixas desde 2004, diz o
estudo. Houve também uma deterioração da qualidade dos postos de trabalho. O
tempo médio de permanência no trabalho entre os ocupados, em meses, caiu quase
32%.
Por outro lado, a Pnad mostrou que a escolaridade
dos miseráveis melhorando e o analfabetismo continuou diminuindo em 2013, ainda
que num ritmo mais lento do que nos anos anteriores. Procurada pela Folha para comentar os dados do
estudo, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo não quis
opinar. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que os números
da Pnad mostram apenas "uma flutuação estatística", e que a miséria é
menor do que sugerem algumas interpretações. Segundo o Iets, 6% dos brasileiros
eram extremamente pobres em 2013. Para o ministério, a taxa cai para 3% se
forem descontadas da amostra pessoas que se declararam sem renda e os que não
têm perfil de miseráveis, pelo nível de educação e pelo acesso a bens e
serviços.
"Significa que o país alcançou 15 anos antes a
meta [de redução da pobreza] estabelecida para 2030 pelo Banco Mundial para o
conjunto de países do mundo", diz a nota.
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