Cotidiano
|
#COMENTÁRIO
Não há quem não conheça os efeitos
desse mal... Uma situação gostosa, um dia gostoso, um momento gostoso e de
repente, aquela demonstração animalesca, irracional, que passa a nós uma
sensação que vai de raiva a medo, um ataque de ciúmes normalmente infundados.
Tudo se transforma a começar pelo ambiente, as belezas somem e dão lugar a um
sentimento de vazio, de tristeza profunda, de impotência... Nunca conheci
alguém com ciúmes extremos, mas o pouco que vi, deixa quem está de fora do
problema numa situação desconfortável, com uma vontade muito grande de
interferir, mas no fundo sabemos que só iremos atrapalhar a ambos, complicar uma
situação que já não é boa. É muito desagradável presenciar uma cena assim,
fazer parte dela então é muito pior. Todos já passaram por momentos rompantes
de ciúmes infundados e que causaram problemas difíceis de serem contornados
posteriormente. Às vezes uma relação a dois pode ser terminantemente abalada e
até extinta por momentos bobos infundados ou não, mas a reação à notícia é
extremamente agressiva e arranha a outra pessoa profundamente, sejam em laços
amorosos ou profissionais.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: R7.com
#CONVITE
Você já teve uma experiência dessa monta?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
"A
mulher mais ciumenta do mundo" virou notícia nos jornais britânicos
na última semana por submeter seu marido a testes em um detector de mentiras
toda vez que ele chega em casa.
O ciúme de Debbi Wood, de 31 anos, é patológico e
ela foi diagnosticada com "síndrome de Otelo".
O nome é inspirado na famosa obra de Shakespeare,
Otelo - na qual o personagem principal, possuído por um ciúme doentio, mata sua
esposa, Desdêmona. As pessoas que têm síndrome de Otelo sofrem com o delírio de
que seus parceiros ou parceiras são infiéis. "A pessoa fica obcecada com a
ideia de traição e infidelidade e tenta fazer de tudo para buscar provas que
mostrem que ela está certa", explicou à BBC o psiquiatra Walter Ghedin.
"Por exemplo, ela tenta fuçar no computador ou
no celular do parceiro ou se mostra violenta, humilhando o outro."
Casos extremos
Em casos extremos, a pessoa que sofre com o
transtorno pode chegar a matar o objeto de seu ciúme.
"Quando se chega ao homicídio é porque existe
outro tipo de personalidade patológica, que se desenvolve a partir de uma
paranóia ou em um ciúme delirante", diz o especialista. Segundo Ghedin, há
casos em que o ciúme é reforçado pela influência de terceiras pessoas. Ele
lembra que na obra de Shakespeare, Yago ajudou a convencer Otelo que Desdêmona
seria infiel. "As pessoas ciumentas podem ser influenciadas pelas opiniões
de outras pessoas - ou pelos meios de comunicação", diz o psiquiatra. Segundo
o especialista, a melhor forma de tratar a síndrome de Otelo é buscar ajuda o
quanto antes e entender as causas do problema.
A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos
extremos, se recomenda medicação. "Em alguns pacientes a ideia de
infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações
com outras pessoas. Nesses casos, uma medicação pode atenuar a intensidade
dessa ideia fixa", diz Ghedin.
Tipos de ciúme
O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico
quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas.
Segundo Ghedin, há quatro tipos de ciúmes:
- Reação emocional normal: trata-se de um
sentimento transitório, que não condiciona a vida de quem o sente.
- Reação emocional desmedida: afeta sobretudo as
relações amorosas. Pode ou não ter sido precedida de situações de infidelidade
- Ciúme como traço distinto da personalidade:
típico dos que têm personalidade desconfiada. O ciúme afeta todas as áreas da
vida de uma pessoa: família, amor e relações de trabalho. Em geral é
característico de pessoas calculistas, que veem ameaças onde elas não existem e
estão convencidas de que seu ponto de vista é uma verdade indiscutível. Está
ligado ao chamado Transtorno Paranoico de Personalidade.
- Síndrome de Otelo: como dito anteriormente, um
distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que
alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas
também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral
ou de alcoolismo crônico.
Homens
A síndrome de Otelo é mais comum em homens do que
em mulheres. Segundo Ghedin, isso acontece por razões psicológicas e culturais.
No homem, "o apego real e simbólico à figura da mãe" atuaria
inconscientemente gerando sentimentos "ambivalentes" de amor e ódio
com relação a outras mulheres. No que diz respeito a influência da cultura,
segundo o psiquiatra, o problema é que em muitas sociedades ainda é forte a
ideia de poder e dominação dos homens sobre as mulheres. Como resultado, alguns
homens esperam que suas companheiras se submetam a suas regras e qualquer
conduta de autonomia é vista como suspeita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?