Saúde
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#COMENTÁRIO
Chegando ao Brasil uma novidade que
pode vir a alterar os costumes de muitos brasileiros. Para ser substituto
imediato ao sal, que já foi colocado no rol dos ingeríveis que nos trazem
problemas enormes à saúde, o produto que já existe em uso há muito tempo nos
EUA e Europa, é denominado salgante e sua composição é totalmente diferente das
do sal iodado, que estamos acostumados a ingerir.
Segundo as informações, ele deixa um
sabor diferente em nosso paladar, há que se acostumar a ele. Se por um lado nos
traz benefícios o seu consumo, por outro pode acarretar problemas sérios a
pessoas com determinadas deficiências ou doenças crônicas, ele exige um auto-conhecimento
de seu corpo e suas reações. Uma vez que ele é um componente importante no dia
a dia de hipertensos, deveria ser usado somente após uma responsabilidade médica
por que há outros fatores de saúde que podem impedir o seu uso. Há casos em que
podem ser levados a óbito, por uso indiscriminado e sem acompanhamento médico.
Mostra-se um belo aliado a tratamentos,
mas não deve ter uso liberado abertamente.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Como você vê a presença do salgado no
mercado?
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MARIANA VERSOLATO - EDITORA-ASSISTENTE
DE "CIÊNCIA+SAÚDE" - 21/11/2014
Os grãos têm cor e textura de sal e servem para
salgar os alimentos, mas a grande diferença está na composição: no lugar do
sódio, potássio.
O produto atende pelo nome de salgante. Vendido há
pelo menos uma década nos EUA e na Europa, acaba de ser aprovado no país pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Como substitui completamente o sódio, vilão da
pressão arterial, pelo potássio, nutriente presente em frutas e verduras que
ajuda a combater doenças cardiovasculares, poderia ser uma espécie de salvação
para hipertensos.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a
maioria da população ingere muito sódio e pouco potássio, presente em alimentos
como banana, castanha, feijão, ervilha e verduras em geral.
A entidade não estabelece limite máximo para o
consumo do nutriente, que pode reduzir a pressão arterial e o risco de doenças
cardiovasculares e tem efeitos benéficos sobre a saúde dos ossos.
O salgante, porém, chega ao país com uma lista de
ressalvas e contraindicações.
Pessoas com insuficiência renal, que tendem a acumular
potássio no organismo, correm risco de morte se consumirem o salgante. O
excesso do nutriente pode causar parada cardíaca.
Hipertensos e diabéticos – público-alvo do produto,
já que costumam receber orientações para reduzir o consumo de sal – também
devem ter cautela. Um terço desses pacientes pode ter algum grau de
insuficiência renal.
Quem tem hipertensão e toma remédios que retenham
potássio (como os diuréticos poupadores de potássio e os inibidores da enzima
de conversão da angiotensina) também não deve consumir o produto, diz Celso
Amodeo, médico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
As informações sobre os riscos e contraindicações
não constam no site ou na embalagem do produto.
"A verdade é que estamos preocupados com esse
lançamento", diz Daniel Rinaldi, presidente da Sociedade Brasileira de
Nefrologia. "É preciso se certificar de que seus rins estão funcionando
plenamente antes de usar o produto." Em pessoas com função renal normal, o
excesso de potássio é excretado pela urina.
"A suplementação é uma opção para aumentar o
consumo de potássio, mas não acredito que trocar o pote de sal pelo de salgante
seja o melhor caminho. O ideal é reduzir o consumo de sódio, em vez de
cortá-lo", afirma o médico nutrólogo Celso Cukier.
ACEITAÇÃO
O salgante começou a ser disponibilizado no mercado
brasileiro pelo preço de R$ 16,90 por cada pote de 100 g
(www.biosalgante.com.br).
O produto, que tem cor e textura de sal, deixa um
sabor residual amargo e metálico na boca. Caso seja aquecido a mais de 180
graus, esse gosto se acentua.
"O sal light, que é metade sódio e metade
potássio, também tem esse problema. Imagino que a aceitação de um produto que é
puro potássio será ainda mais difícil", diz Marcia Gowdak, diretora do
departamento de nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
Nilson Capozzi, diretor da Matrix Health, que faz o
Bio Salgante, compara o produto aos adoçantes: "Adoçante in natura é
horrível, mas, quando é misturado aos alimentos, esse efeito é
minimizado".
"O primeiro teste causa estranheza, mas peço
sempre que repitam o teste uma, duas, três vezes. O paladar humano se adapta
rapidamente. Acho que a maioria das pessoas vai gostar."
Sobre a segurança do produto, ele lembra que o
salgante está disponível há anos em outros países e foi testado durante cinco
anos em parceria com cientistas da USP e da Unifesp. "Só há problema para
quem tem insuficiência renal crônica", diz.
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