Cidadania
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Brasil tem
155,3 mil pessoas em situação análoga à escravidão, segundo relatório / FOTO: EBC
#COMENTÁRIO
Quando leio uma notícia assim, fico
pensando comigo mesmo: -“Num país em que o sindicalismo é tão forte como o
existente por aqui, como podemos ainda estar comemorando uma pequena redução
dos índices de quase-escravidão?” Não deveriam os ditos sindicatos, tão ativos
e ágeis, estar defendendo essas pobres pessoas em vez de estarem estacionados
em portões de fábricas nos períodos de negociação salarial, pois só nessa época
é são ativos e ruidosos. Há uma enormidade de condições para que esses números
não consigam baixar como a alta quantidade de imigrantes que são aceitos ou
simplesmente adentram ao País, sem um destino, sem uma promessa sequer de
trabalho e aí se sujeitam a fazerem qualquer coisa em troca de onde dormir e
comer. Essas pobres almas, subjugadas e não aceitas pela sociedade, só podem
engrossar números já tão preocupantes de brasileiros desamparados pelo sistema.
Esse é um batalhão de pessoas que
sequer faz parte dos números auspiciosos anunciados pelo governo. São obsoletos
e sem futuro melhor qualquer, não fazem parte da Força!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: A
Rede
#CONVITE
É possível acabar com esses sofrimentos
no Brasil?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
Gabriel Sartini - Ponta Grossa - 18/11/2014
Pela primeira vez, o número de pessoas resgatadas
no setor da construção civil foi maior que no setor rural
O Brasil tem 155,3 mil pessoas em situação análoga
à escravidão, segundo o relatório Índice de Escravidão Global 2014, da Fundação
Walk Free, divulgado nesta segunda-feira (17). Houve significativa queda em
relação ao levantamento do ano passado, que apontou mais de 210 mil pessoas
submetidas ao trabalho escravo no país. De acordo com a organização, dos
200.361.925 de brasileiros, 0,078% estão nesta condição.
Pela primeira vez, segundo o levantamento, o número
de pessoas resgatadas em situação de trabalho forçado no setor da construção
civil (38% dos casos) foi maior que no setor rural do país. De acordo com a
Walk Free, o Brasil atraiu bilhões de dólares em investimentos para a execução
da Copa do Mundo, o que propiciou o aumento do número de casos em áreas
urbanas. O relatório também destaca que a exploração sexual concentrou um
grande número de pessoas em situação de trabalho forçado por causa do grande
fluxo de turismo nas cidades-sede do Mundial. A Walk Free ressaltou que
Fortaleza concentrou boa parte dos casos de abuso sexual de crianças por
turistas.
O documento ressalta que ainda há muitas crianças
trabalhando como empregadas domésticas. Em 2013, segundo a organização, 258 mil
pessoas entre 10 e 17 anos estavam atuando como trabalhadoras domésticas no
Brasil. Segundo um dos autores do relatório, Kevin Bales, também há preocupação
com a participação de crianças no tráfico ilegal de drogas. De acordo com a
Walk Free, outro dado relevante no país é o fato de muitos bolivianos e
peruanos serem explorados na indústria têxtil. Mais da metade dos 100 mil
imigrantes bolivianos entraram no Brasil de forma irregular e são facilmente
manipulados por meio da violência, das ameaças de deportação, e da servidão por
dívida, segundo a pesquisa. A organização ressaltou o progressivo
comprometimento do governo e das empresas com a erradicação do trabalho forçado
no Brasil. Um das medidas lembradas foi a aprovação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, que determina a expropriação de imóveis
urbanos e rurais onde seja constatada a exploração de trabalho análogo à
escravidão. Outra medida importante é a lista suja do trabalho escravo,
elaborada pelo Ministério do Trabalho.
“O Brasil é um dos líderes mundiais no combate à
escravidão. A lista suja e os grupos móveis de combate ao trabalho escravo são
muito importantes e nenhum outro país tem medidas como essa”, disse Bales.
O documento destacou que somente Estados Unidos,
Brasil e Austrália estão tomando medidas para eliminar o trabalho escravo na
contratação pública e nas cadeias de fornecimento das empresas que atuam em
seus países.
O Brasil está em 143º dos 167 países avaliados
proporcionalmente em relação à população. A Mauritânia, na Costa Oeste da África,
está em 1º lugar no ranking e é apontado como o pior caso. No ano passado, o
Brasil estava em 94º entre os 162 países avaliados. No ranking das Américas, o
Brasil está em 24º em um total de 27 países avaliados, melhorando também em
relação ao primeiro relatório, que apontou que o país estava em 13º. Mais de
35,8 milhões de pessoas em todo o mundo vivem em situação análoga à escravidão,
aponta o relatório Índice de Escravidão Global 2014. O número de pessoas
escravizadas aumentou 20,13% em relação ao levantamento em 2013. O primeiro
relatório da organização mostrou que o mundo tinha 29,8 milhões de vítimas da
escravidão moderna.
De acordo com a Walk Free, o trabalho escravo nos
dias atuais ocorre por meio do tráfico de seres humanos, do trabalho forçado,
da servidão por dívida, do casamento forçado ou servil e ainda pela exploração
sexual comercial.
“Não temos que ter escravidão no mundo. Deve haver
vontade política para implementar as leis contra a escravidão como acontece com
os homicídios. Gostaria de ver a escravidão se tornar um crime tão raro no
mundo como acontece com o canibalismo hoje”, disse Kevin Bales. A África e
Ásia, segundo o documento, continuam sendo os continentes com a maior
incidência de pessoas nestas condições. Proporcionalmente, a Mauritânia, na
Costa Oeste da África, lidera novamente o ranking dos países com maior
prevalência, com 4% da população escravizada. Ela é seguida do Uzbequistão
(3,97%), Haiti (2,3%), Qatar (1,36%) e da Índia (1,14%). Em números absolutos,
a Índia permanece no topo da lista com mais de 14,29 milhões de pessoas
escravizadas, seguida da China (3,24 milhões), do Paquistão (2,06 milhões),
Uzbequistão (1,2 milhão) e da Rússia (1,05 milhão). Juntos, estes países
representam 61% da escravidão moderna mundial, ou seja, quase 22 milhões de
pessoas. De acordo com a Walk Free, apesar de o índice de 2014 estimar que há
mais 20,13% de pessoas escravizadas no mundo ante os dados de 2013, “este
aumento significativo deve-se à melhoria dos dados e da metodologia, que inclui
inquéritos representativos a nível nacional em alguns dos países mais
afetados”. Este ano, o ranking foi elaborado com base em 167 países avaliados.
Taiwan, Sudão do Sul, Coreia do Norte, Kosovo e Chipre foram incluídos no
relatório de 2014. No ano passado, foram 162 países avaliados.
Informações do portal EBC.
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