terça-feira, 18 de novembro de 2014

Indústrias consomem cerca de 40% da água de SP, mas fazem pouco em reuso


Cotidiano



#COMENTÁRIO

Realmente esse é um grande problema. Se compararmos diretamente o uso por residências e indústrias, é discrepante a diferença no consumo. Poderíamos falar de algo em torno de cem residências para uma empresa. O grande problema é o custo estrutural, de manutenção do serviço, e de pessoal especializado para limpeza da água já utilizada. Os governos deveriam criar condições, incentivos e a exigência no cumprimento das normas ambientais para indústria. Órgãos como a Cetesb deveriam acirrar a inspeção ambiental no seio de empresas já antigas e conhecidamente, grandes poluidoras de mananciais. Há muito trabalho a se fazer nessa área, mas precisamos de muito boa vontade para comece a mudar esse quadro. Por trás dessa morosidade nas ações estão ocultos interesses e favorecimentos especiais para deixar para depois o fechamento de um processo.
Fiscalizações à parte, o governo federal antes de ações estaduais, deveria criar mecanismos de incentivo à indústria nacional a reutilizar suas próprias águas e desestimular o despejo em mananciais com multas severas e reais irrecorríveis, como um crime hediondo, que é o que está acontecendo na realidade.

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

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EDUARDO GERAQUE - DE SÃO PAULO - 18/11/2014

O setor industrial utiliza 40% de toda a água disponível para abastecimento em rios, poços e reservatórios da Grande São Paulo e da Baixada Santista, mostram números oficiais do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo).
Apesar do volume, a política de reuso é considerada insuficiente por especialistas.
Segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), os 42 projetos de conservação e reuso de água do setor na Grande São Paulo geram economia de 10 milhões de litros de água por ano – o equivalente a 1% da vazão do sistema Cantareira no mesmo período.
O valor representa menos de 5% da demanda anual do segmento na mesma área.
"A indústria não tem atrativos' para economizar sua água bruta", afirma Mateus Simonato, consultor e pesquisador do CEPAS (Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas do Instituto de Geociências da USP).
O pesquisador diz que não vê a indústria como um vilão, mas afirma que a sociedade está perdendo uma grande chance com a atual seca.
"A crise deveria deflagrar, entre outras medidas, políticas públicas de incentivos às empresas que adotassem ações para a diminuição do consumo de água", afirma.
Atualmente, os custos de captação da água são bem inferiores aos tratamentos necessários para o reúso, afirma Simonato.
Para ele, a diminuição do consumo deveria ser discutido por todos os segmentos diante da atual crise. "A obrigação de consumir menos está ficando somente na conta do cidadão comum (residências)", afirma.
Já Anícia Pio, gerente de meio ambiente da Fiesp, afirma que o uso da água pela indústria não compete com o abastecimento da população. "Retiramos água de rios poluídos, como o Tietê", afirma. Dentro dos 40%, existe 17% que é destinado a produção de energia, na usina Termoelétrica de Piratininga.
Nem toda a água que chega à torneira dos moradores da Grande São Paulo está computada nos números da Grande São Paulo. Em outras regiões do Estado, a irrigação também gasta bastante água da natureza.
Para o geógrafo Wagner Ribeiro, professor titular da USP, se a indústria não mudar seu padrão de consumo, medidas mais drásticas podem entrar em discussão – inclusive a saída das indústrias da região metropolitana.
"Já passou da hora de discutirmos a presença de grandes consumidores de água na região metropolitana, que é uma área de escassez hídrica reconhecida no mundo. É fundamental reavaliar a conveniência de manter indústrias funcionando aqui", diz. 


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