Cotidiano
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Em SP, mercado Mel e Pimenta está na Bela Vista há
20 anos e recentemente ganhou um concorrente
#COMENTÁRIO
Toda modernidade existente no mundo não
paga a ausência do contato físico, do bate papo “tête à tête” que acontece
entre o comerciante e o seu freguês. Esse é o carro chefe dos supermercadinhos
de bairro, tão comuns nas cidades grandes de todo Brasil. Traídos inicialmente
pelos seus fregueses, por causa das novidades e diversidades de opções que os
hipermercados traziam há anos atrás, esses pequenos comerciantes começaram a
ver a população retornar porque começaram a sentir na pele a frieza, a falta de
atendimento pessoal que esses monstros de estoques oferecem. O atendimento
preferencial, aquele conhecimento adquirido ano após ano de atendimento que
antecipa o que você precisa quando adentra pela porta, o sorriso e o
cumprimento personalizado, a facilidade de se estar muito próximo de sua casa,
tudo isso faz com que as pequenas diferenças de preços a mais, na se tornem empecilhos
e dificuldades para sua utilização desse nicho de atendimento.
Bem vindo de volta Supermercadinhos...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Você tem experiência de relacionamento
com esses pequenos comércios?
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CLAUDIA ROLLI - SÃO PAULO
- 09/11/2014
Eles são comandados em sua maior parte por gestões
familiares, possuem no máximo quatro caixas de atendimento, vendem um pouco de
tudo em suas prateleiras e se espalham por diversas regiões do país.
Os minimercados, conhecidos também como mercadinhos
de vizinhança, cresceram 62,5% nos últimos cinco anos e já somam 390 mil lojas
no Brasil, segundo estudo do Sebrae, que mapeou como a mudança de hábito de
consumo tem impactado nesse segmento do varejo.
Com menos tempo disponível para passar horas
fazendo as compras do mês, o consumidor passou a buscar comodidade, proximidade
e praticidade na hora de abastecer a sua casa. Entre os Estados que lideram a
abertura desse modelo de comércio estão São Paulo, Minas, Bahia, Ceará e Rio
Grande do Sul.
"Nas regiões metropolitanas, os mercadinhos
crescem impulsionados por questões relacionadas à mobilidade. No Norte e no
Nordeste, em razão da melhoria na renda de consumidores, principalmente nas
classes C e D", afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae nacional.
Com a inflação em patamares menores, com a
necessidade de estocar menos produtos e com o maior nivelamento de preços entre
o grande e o pequeno varejo, os mercadinhos se favoreceram na hora de disputar
clientes.
Em 2001, eles tinham 30% de participação no varejo.
Dez anos depois, eram quase 35%. Na contramão, os grandes (com 20 caixas ou
mais) perderam espaço – passaram de 36,1% para 22,5%.
SOB MEDIDA
"Se o consumidor tem menos tempo e maior
necessidade de encontrar tudo perto de casa ou do trabalho, é assim que vou
trabalhar. Foi o que pensei ao abrir meu negócio há 20 anos", diz a design
de interiores Adriana Chalita, 47, dona do Mel e Pimenta, mercadinho na Bela
Vista, bairro no centro de São Paulo.
De produtos orgânicos a colares, é possível
encontrar, segundo ela, um pouco de tudo no local.
"Há quatro anos decidi abrir um canto, no
fundo da loja, para oferecer pequenos presentes, como bijuterias, biquínis e
echarpes. Deu certo", diz. "Também posso trazer um produto para
pratos especiais, como folha de uva, usada por alguns clientes."
O que era um negócio montado para complementar a
renda da família virou o trabalho principal. De três, o número de empregados
passou para seis. Cinco reformas já ocorreram no local e até um vizinho
concorrente chegou ao lado do mercadinho, além de um supermercado de uma grande
rede de varejo.
"No início, 10% da clientela foi experimentar
as novidades na concorrência, mas acabou voltando", diz.
A cerca de dez quilômetros de distância do Mel e
Pimenta, o empresário Luiz Carlos Dias Roiz, 53, dono do minimercado Pam Gui,
em Osasco, atende os clientes mais antigos entregando muitas vezes até dois
pãezinhos franceses quando necessário.
De agricultor em um pequeno sítio no Paraná passou
a empacotador e, anos depois, a comerciante. "Quando montei o mercadinho,
éramos eu e mais um. Hoje, somos dez, além das redes que chegaram ao
bairro", diz.
CONCORRÊNCIA
A concorrência não o assusta. "Tem espaço para
todos. Para quem quer fazer a compra do mês ou comprar um item para o almoço do
dia. Atendimento de qualidade é que faz a diferença. Comecei a fazer entregas
em uma favela das proximidades há muitos anos, muito tempo antes de o grande
varejo chegar à periferia", explica.
De olho nesse mercado de proximidade, o grupo Pão
de Açúcar decidiu lançar o Minimercado Extra e o Minuto Pão de Açúcar. Hoje são
215 lojas em SP, e a meta é abrir mais 300 até 2016. O concorrente francês
lançou o primeiro Carrefour Express há dois meses e promete
"centenas" nos próximos anos.
Conhecer o cliente de perto, ter um relacionamento
mais próximo com o funcionário, conhecer as características da região onde
atua, além de ter serviços customizados, são alguns pontos que favorecem os
mercadinhos.
Na outra ponta, baixa profissionalização, menor
poder de barganha com a indústria e sistemas pouco automatizados estão na lista
de lições de casa, dizem especialistas.
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