Sociedade
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#COMENTÁRIO
Um fato que já é de conhecimento de muita
gente. Os motivos que fazem com que as coisas aconteçam dessa maneira, é que
deve ser levado em consideração. Como a própria pesquisa detalhada abaixo nos
mostra, pessoas que poderiam pagar mensalidades sem muito esforço, representam
cinquenta por cento do efetivo de alunos que adentraram a universidade neste
ano. Eles são oriundos de escolas particulares cujos cursos foram pagos.
Tomando-se por base que a escola pública está em franca decadência com seus
métodos de ensino muito abaixo das escolas particulares, é fácil presumir que
as chances desses alunos ingressarem em uma universidade são muito pequenas por
seus conhecimentos adquiridos e fixados. Outro fator muito importante e que
influencia em muito o resultado dessa pesquisa é o apoio familiar ao aluno. No
seio da antiga classe média era considerada uma prioridade que seus filhos
fizessem algum curso e especial em faculdades ou se possível, numa
universidade. Essa realidade não se aplica na maioria das famílias de classes
menos abastadas, cuja prioridade das mesmas é o aumento de receita com a
entrada desse jovem ao mercado de trabalho.
Essa diferenciação altera totalmente os
resultados de ingressos nas faculdades e universidades do País e é exatamente
sobre isso que deveria haver um plano governamental de incentivo às famílias,
para que possamos elevar o nível de escolaridade brasileiro.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Não deveria haver mais programas
governamentais de incentivo à universidade?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
DE SÃO PAULO - 08/11/2014
Metade dos alunos ingressantes na Universidade de
São Paulo se situa no quinto mais elevado da pirâmide de distribuição de renda
do país.
O rendimento domiciliar per capita mensal dos
brasileiros 20% mais ricos era superior a R$ 1.200 em 2013. No mesmo ano, cinco
em cada dez estudantes da universidade tinham renda familiar per capita acima
de R$ 1.270.
As estimativas foram feitas pelo economista Sergio
Firpo, da Fundação Getulio Vargas.
As contas referentes aos calouros da USP se
basearam em informações prestadas pelos alunos que fizeram o vestibular para
ingresso em 2014. Os dados inéditos foram fornecidos pela universidade a pedido
da Folha.
As estatísticas relativas à população foram
calculadas por Firpo a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios). Outro recorte dos números indica que a renda dos alunos
ingressantes na USP é cerca de duas vezes superior aos ganhos da população
brasileira de forma geral. "Essa diferença é semelhante em todas as faixas
de renda", diz Firpo, que tem doutorado na universidade de Berkeley e está
entre os dez economistas brasileiros com maior número de publicações e citações
por outros pesquisadores. Dos ingressantes da USP, os 10% menos favorecidos,
por exemplo, têm rendimento familiar per capita de, no máximo, R$ 390, ante um
teto de R$ 169 entre os 10% mais pobres do país. Já entre os calouros 10% mais
ricos da USP, aqueles com menor renda atingem R$ 3.751, ante R$ 1.876 no mesmo
grupo da população. Dos calouros da Fuvest de 2014, 65,4% cursaram todo o
ensino médio, o antigo colegial, em escolas particulares.
MENSALIDADE
O nível de renda dos alunos ingressantes na USP
indica que cerca de 60% deles pagariam mensalidade se fossem considerados os
critérios do ProUni (programa federal de bolsas para estudo em faculdades
privadas).
Desses, 29,3% têm rendimento per capita mensal
superior a 3 salários mínimos e, portanto, não teriam direito a bolsa pelas
regras do programa. Outros 30,7% possuem renda acima de 1,5 e inferior a 3
salários mínimos e seriam elegíveis à bolsa de 50%. Os quase 40% restantes
preenchem os critérios do ProUni para bolsa integral.
Os números convergem com a estimativa feita pela Folha, em reportagem publicada em 2 de
junho, que indicava que 6 em cada 10 alunos da graduação da USP poderiam pagar
alguma mensalidade. Os cálculos daquela reportagem se basearam nas estatísticas
referentes às faixas de renda familiar mensal dos calouros divulgadas pela
Fuvest para o vestibular de 2013. Para estimar a renda per capita, a Folha usou o número médio de 3
pessoas por família do país como um todo. Errou ao não ter empregado a cifra
mais exata, de 3,7, que poderia ser calculada a partir dos dados então
disponíveis no site da Fuvest. Refeita a estimativa com o fator 3,7, não houve
mudança significativa nos resultados publicados. Esse fato foi uma vez mais
confirmado, agora pelos cálculos feitos por Firpo a pedido da Folha, após a obtenção de estatísticas
de renda familiar per capita mais completas cedidas pela universidade.
Os dados fornecidos combinam informações de faixa
de renda (por exemplo, entre 7 e 10 salários mínimos) e o número de pessoas por
família para cada um dos 11.018 alunos que ingressaram na USP em 2014 e dos
10.902 calouros de 2013. Apenas para um pequeno grupo (menos de 5% do total), o
número de pessoas por família informado era "seis ou mais" e,
portanto, não exato.
MODELO
Firpo utilizou técnicas estatísticas avançadas para
estimar a distribuição de renda per capita completa que originou as faixas de
rendimento familiar com base no número de pessoas por família de cada aluno. O
modelo usado por ele supõe que a distribuição de renda na USP é suave o
suficiente para, por exemplo, evitar grandes saltos ou uma concentração
excessiva de pessoas em apenas uma faixa de rendimento. As estimativas para
2013 feitas pelo economista indicam resultados muito próximos aos cálculos para
2014.
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