Sociedade
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Victor Marques e Giovanna Ricci, que mudaram para
escola pública
#COMENTÁRIO
“N” situações e condições de
readaptação de vida estão ocorrendo no perfil brasileiro. Não queremos admitir,
mas apesar de se falar muito em elevação social, o que sentimos na pele é que
estamos a cada dia ficando mais e mais pobres, nosso poder aquisitivo se esvai
bem devagarinho e quase não o sentimos diminuir. Esse é o resultado de se
baixar o corte divisionário das classes sociais, camufla o empobrecimento da
população, essas dificuldades que a cada dia aumenta mais em exposições da
mídia, já eram sentidas na faixa inferior de poder aquisitivo, mas que galgou
uma posição social acima por força da mudança no corte implementada pela política
socioeconômica do governo nos últimos doze anos.
Será muito frequente divisarmos com
notícias com essa contundência, que nos dá uma sensação profunda de perda, de
vermos se esvair ao ar tudo aquilo que construímos e fizemos por conquistar.
Uma política social comprometida a mascarar situações à deriva, a maquiar
benefícios sociais que só representam números estatísticos e em nada acresce de
real ajuda aos pobres nos mais diversos escalões sociais. Agora que você leu
meu breve comentário, leia com muita atenção a reportagem que transcrevo na
íntegra ou no linque do jornal que a publicou, ambos abaixo lincados. Pense um
pouco...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Você a situação reportada um fato
isolado?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
THAIS BILENKY - SÃO PAULO
- 30/11/2014
Giovanna Ricci, 18, estudou a vida toda em colégio particular.
No ano passado, sua mãe perdeu o emprego. A mensalidade de R$ 680 mais os
gastos com reforço escolar, uniforme e livros didáticos começaram a pesar no
orçamento da família.
A estudante sugeriu mudar para uma escola pública,
mas a mãe resistia à ideia. Giovanna, então, esperou fazer 18 anos e se
matriculou por conta própria na escola estadual Romeu de Moraes, na região da
Lapa (zona oeste de SP).
O número de alunos que, como ela, deixam a rede
privada e vão para a estadual cresceu 25% desde 2011, segundo a Secretaria da
Educação de São Paulo. Neste ano, 190 mil estudantes fizeram esse movimento,
dos quais 118 mil na capital e Grande São Paulo. Em 2011, eram 151 mil.
Além de razões econômicas, há quem mude para a rede
estadual para entrar em programas como o ProUni, que oferece bolsas em
universidades privadas para alunos de baixa renda. Para ser selecionado, é
preciso ou ter estudado em escola pública ou em privada com bolsa integral.
É o motivo apontado por Victtoria Bernardo, 17.
"A maioria [migra] por causa da cota", diz. Quando mudou para a
escola estadual, ela achou o ensino mais fraco. Pretende fazer um curso para
complementar os estudos, mas se diz satisfeita. Estudantes que conversaram com
a reportagem elogiaram o empenho dos professores na rede estadual, embora
critiquem a frequência com que faltam às aulas.
A infraestrutura deficitária, às vezes, prejudica
atividades letivas. Na escola Romeu de Moraes, alunas gastam tempo de aula para
varrer a sala quando faltam faxineiras.
A unidade diz que orienta os estudantes a manterem
o local limpo, mas não os obriga a fazer faxina.
Priscila Halcsik, diretora, relata que alguns alunos chegam da rede privada "como se mandassem" na escola. "Coisa de adolescente", diz. "Depois vão se adaptando."
Priscila Halcsik, diretora, relata que alguns alunos chegam da rede privada "como se mandassem" na escola. "Coisa de adolescente", diz. "Depois vão se adaptando."
Victor Hugo Marques, 18, disse que sofreu gozação
dos colegas da escola privada quando contou que mudaria para uma pública.
"Disseram que eu era 'moiado' [gíria para dizer que algo é ruim]."
Seu desempenho melhorou, diz, e o interesse pelos
estudos cresceu. "Os laboratórios eram bem mais modernos [na particular],
mas nunca pusemos os pés lá dentro."
No Ideb, índice federal de qualidade da educação, a
rede privada de São Paulo teve nota 5,6 para o último ano do ensino médio em
2013 (escala de 0 a 10). A média da estadual é de 3,7. Nem uma rede nem outra
cumpriu a meta.
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