domingo, 30 de novembro de 2014

Sobe número de alunos que mudam para escola pública em SP


Sociedade


 Victor Marques e Giovanna Ricci, que mudaram para escola pública



#COMENTÁRIO

“N” situações e condições de readaptação de vida estão ocorrendo no perfil brasileiro. Não queremos admitir, mas apesar de se falar muito em elevação social, o que sentimos na pele é que estamos a cada dia ficando mais e mais pobres, nosso poder aquisitivo se esvai bem devagarinho e quase não o sentimos diminuir. Esse é o resultado de se baixar o corte divisionário das classes sociais, camufla o empobrecimento da população, essas dificuldades que a cada dia aumenta mais em exposições da mídia, já eram sentidas na faixa inferior de poder aquisitivo, mas que galgou uma posição social acima por força da mudança no corte implementada pela política socioeconômica do governo nos últimos doze anos.  
Será muito frequente divisarmos com notícias com essa contundência, que nos dá uma sensação profunda de perda, de vermos se esvair ao ar tudo aquilo que construímos e fizemos por conquistar. Uma política social comprometida a mascarar situações à deriva, a maquiar benefícios sociais que só representam números estatísticos e em nada acresce de real ajuda aos pobres nos mais diversos escalões sociais. Agora que você leu meu breve comentário, leia com muita atenção a reportagem que transcrevo na íntegra ou no linque do jornal que a publicou, ambos abaixo lincados. Pense um pouco...

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

Você a situação reportada um fato isolado?                                                                                    

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THAIS BILENKY - SÃO PAULO - 30/11/2014 

Giovanna Ricci, 18, estudou a vida toda em colégio particular. No ano passado, sua mãe perdeu o emprego. A mensalidade de R$ 680 mais os gastos com reforço escolar, uniforme e livros didáticos começaram a pesar no orçamento da família.
A estudante sugeriu mudar para uma escola pública, mas a mãe resistia à ideia. Giovanna, então, esperou fazer 18 anos e se matriculou por conta própria na escola estadual Romeu de Moraes, na região da Lapa (zona oeste de SP).
O número de alunos que, como ela, deixam a rede privada e vão para a estadual cresceu 25% desde 2011, segundo a Secretaria da Educação de São Paulo. Neste ano, 190 mil estudantes fizeram esse movimento, dos quais 118 mil na capital e Grande São Paulo. Em 2011, eram 151 mil.
Além de razões econômicas, há quem mude para a rede estadual para entrar em programas como o ProUni, que oferece bolsas em universidades privadas para alunos de baixa renda. Para ser selecionado, é preciso ou ter estudado em escola pública ou em privada com bolsa integral.
É o motivo apontado por Victtoria Bernardo, 17. "A maioria [migra] por causa da cota", diz. Quando mudou para a escola estadual, ela achou o ensino mais fraco. Pretende fazer um curso para complementar os estudos, mas se diz satisfeita. Estudantes que conversaram com a reportagem elogiaram o empenho dos professores na rede estadual, embora critiquem a frequência com que faltam às aulas.
A infraestrutura deficitária, às vezes, prejudica atividades letivas. Na escola Romeu de Moraes, alunas gastam tempo de aula para varrer a sala quando faltam faxineiras.
A unidade diz que orienta os estudantes a manterem o local limpo, mas não os obriga a fazer faxina.
Priscila Halcsik, diretora, relata que alguns alunos chegam da rede privada "como se mandassem" na escola. "Coisa de adolescente", diz. "Depois vão se adaptando."
Victor Hugo Marques, 18, disse que sofreu gozação dos colegas da escola privada quando contou que mudaria para uma pública. "Disseram que eu era 'moiado' [gíria para dizer que algo é ruim]."
Seu desempenho melhorou, diz, e o interesse pelos estudos cresceu. "Os laboratórios eram bem mais modernos [na particular], mas nunca pusemos os pés lá dentro."
No Ideb, índice federal de qualidade da educação, a rede privada de São Paulo teve nota 5,6 para o último ano do ensino médio em 2013 (escala de 0 a 10). A média da estadual é de 3,7. Nem uma rede nem outra cumpriu a meta. 


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