Cotidiano
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#COMENTÁRIO
Estamos à beira de um caos sem limites
imagináveis. Governos estadual e municipal de São Paulo não deram a menor
importância ao crescimento do problema e o pior as medidas hoje executadas,
continuam não trazendo solução alguma e vemos governantes que se aventuram a
falar sobre o assunto quase que rezando aos céus para que chova. E tem chovido
muito no estado, mas o calor extremo e os desperdícios por parte da estrutura
de distribuição e dos próprios munícipes, simplesmente anulam a quantidade de
água que cai sobre os mananciais quase secos.
Quase dois anos se passaram sem relevantes
investimentos por parte dos governos, quando ainda era possível se preparar
para este momento que já era previsto por técnicos na época. O documento abaixo relacionado, com base em
dados criados por técnicos da área, dá-nos a perfeita visão do que nos espera
muito proximamente. Não haveria uma maneira de se contornar esse problema, por
mais que começássemos agora, não há tempo disponível. Resta-nos unir preces às
dos políticos em mandato para que chova, mas chova muito, não como solução do
problema, mas como uma prorrogação de continuarmos vivendo em São Paulo.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: De
Olho no Tempo
#CONVITEAPROSA
Você acredita que somente com as chuvas, o sistema hidráulico paulista
voltará ao normal?
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05, janeiro, 2015
A mais grave crise
de abastecimento de água potável no estado de São Paulo e principalmente na
Região Metropolitana, ainda não foi tratada com realismo por parte da mídia e
das autoridades.
Até agora o que se
viu e ouviu sobre o nível dos reservatórios, não retrata a verdadeira “guerra
civil” que se aproxima nos meses seguintes, garantem especialistas.
Desde o segundo
semestre de 2013, a irregularidade de precipitação atrelada ao consumo
excessivo, à péssima malha de distribuição de água e a falta de investimento
por parte do governo levou a uma redução muito drástica do nível dos principais
reservatórios que abastecem as regiões de Campinas, Itu e São Paulo.
O maior destaque dado pela mídia, o Sistema Cantareira, que já não possui mais capacidade natural de armazenamento de água, está agonizando com sua segunda reserva técnica sendo retirada e com data para acabar.
Nesta
segunda-feira (05), o nível de armazenamento do conjunto de represas do
Cantareira atingiu apenas 7% da capacidade máxima, levando-se em consideração a
segunda cota do “volume morto”. Em maio de 2014 foram acrescidos 182,5 bilhões
de litros de água da reserva técnica e que já estão acabando.
O governo do
estado de São Paulo, que expôs ao mundo a falta de gerenciamento para com o bem
mais importante que existe para a sobrevivência de qualquer espécie, segue a
linha de raciocínio acreditando sempre que dias melhores virão e que a água da
chuva voltará a encher os reservatórios e que ao final tudo acabará bem
novamente.
A visão é duramente criticada por geólogos, hidrólogos e pesquisadores ligados ao campo hídrico, econômico, ambiental e político.
A visão é duramente criticada por geólogos, hidrólogos e pesquisadores ligados ao campo hídrico, econômico, ambiental e político.
De acordo com Pedro Côrtes, geólogo e professor de gestão ambiental da Universidade de São Paulo (USP), a situação vivida pela população ao longo do ano de 2014 ainda não foi dramática.
“Estamos no começo
da crise. O pior ainda não aconteceu”, acrescentou o pesquisador.
O déficit de
precipitação de mais de mil milímetros atrelado ao esquecimento no investimento
por parte do governo deve gerar ao longo de 2015, marcas jamais vividas na
história recente de qualquer cidadão brasileiro, garantem os pesquisadores.
Dados do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Cptec/Inpe) mostraram que ao longo de 2013, a precipitação
acumulada, principalmente entre a Região Metropolitana de São Paulo e o
nordeste do estado, na divisa com Minas Gerais, onde estão as seis represas do
Sistema Cantareira, oscilou entre 1.300 e 1.500 milímetros. Já em 2014, o
acumulado variou em média entre 900 e 1.100 milímetros. Algumas estações não
computaram nem 700 milímetros de chuva ao longo de todo o ano.
Cenários
largamente mais preocupantes que a crise hídrica e energética (ano de
racionamento de energia elétrica e de água potável) adotado pelos governos
entre 2001 e 2002, quando choveu de forma bem mais distribuída que agora em
2013 e 2014.
Se somadas as
deficiências de precipitação dos últimos cinco anos, a região encontra-se mais
de necessária, precisando de ao mínimo, mil milímetros de precipitação.
A cidade de São
Paulo, principalmente, deve entrar em colapso total até o final de 2015, onde
moradores não terão água para beber, indústrias promoverão a demissão em massa,
pela falta de água na produção das mercadorias e a migração de famílias
inteiras para outras regiões será única e exclusivamente em função da
inexistência de água. Esse é o cenário mais otimista alertado com muita
antecedência pelos pesquisadores.
O comércio, a
indústria e os moradores residentes em São Paulo, bem como a área
metropolitana, sentirão não apenas no bolso, mas no método de sobrevivência,
tamanha ingerência política.
Os pesquisadores, que já haviam indicado a possibilidade ainda em 2013, agora cravam a certeza de que teremos um êxodo urbano, ou seja, a população migrando da cidade grande para o interior devido, exclusivamente, à falta de água potável para a sua sobrevivência e também pela demissão em massa e a crise econômica que ela irá alavancar.
A mídia e o governo não mostraram ainda a gravidade que se aproxima com a extinção da água potável dos principais reservatórios, o que não significa que em anos seguintes, o armazenamento não seja recuperado. Cabe à população agilizar suas tarefas e gerir a pouca água que resta. Mesmo que chova o dobro do que foi perdido nos últimos dois anos, as represas demorariam, pelo menos cinco anos, para recompor o que foi perdido.
São Paulo está à beira do colapso, mas como sempre, acreditamos em dias melhores, ou na chuva que cairá. E isso terá um preço muito alto a ser pago por todos.
Não existe
milagre, mas sim planejamento. E planejamento é o que menos fizeram nos últimos
anos para com a água de São Paulo.
(Crédito das
imagens: Reprodução/Sabesp – Arquivo/Denny Cesare/Moacyr Lopes/Folhapress
Arquivo/Luis Moura/Estadão Conteúdo – Arquivo/Nacho Doce/Reuters)
(Fonte da
informação: De Olho No Tempo Meteorologia)
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