Sociedade
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Turistas nas ilhas, litoral norte de São Paulo
#COMENTÁRIO
Desde que o mundo é mundo existem
separações por camadas da sociedade. Aí muitos fatores estão em jogo como
educação, base educacional familiar, respeito... Pode até ser considerado um
ato discriminatório quando uma classe culpa outra de menor recurso financeiro
por estarem se sentindo incomodados. O fato de estarem buscando novos ambientes
mais tranquilos é muito válido, o que não podem é ficarem se rotulando melhores
que alguém.
Realmente é muito inconveniente a presença
de pessoas com problemas de álcool em excesso prejudicando o sossego familiar
dos banhistas. Para algumas pessoas, essa situação é tão natural e desconhece
limites. Extrapolam o respeito, principalmente a mulheres, independente de suas
idades. A situação criada normalmente gera conflitos às vezes muito graves.
Com a adesão da nova classe média,
despreparada para estar presente nesse novo patamar social, vem um conflito de
educação e respeito que têm papéis e limites diferentes em ambas as classes
agora unida. Nunca mais estas duas classes sociais serão as mesmas, mas deverão
esforçarem-se para interagir, para conviverem em harmonia. É uma adaptação
muito difícil. Ambas perderão algo em suas características, isso é certo.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITEAPROSA
Reclamos, muxoxos e choramingos deverão dar lugar a uma paz entre
classes. Você acredita nisso?
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THAIS BILENKY - ENVIADA ESPECIAL A
SÃO SEBASTIÃO (SP) - 12/01/2015
Para escapar da
"farofa", do "cheio de fritura", da "muvuca", da
música alta, dos "caras bêbados que desrespeitam a mulher dos
outros", da sujeira e dos "malfeitores", paulistas resolveram,
literalmente, se ilhar.
A cada ano mais
turistas curtem os dias de verão no litoral norte de São Paulo nas Ilhas, arquipélago
a cerca de cinco minutos de lancha da praia de Juqueí. O acesso restrito a quem
tem barco "filtra" os turistas, dizem os frequentadores, que
consideram a si mesmos "mais conscientes" e "tranquilos."
Cada visitante
costuma trazer o que vai consumir. A maioria dos barcos possui grelha. Levam
boias, pranchas e barracas, para quando resolvem se esticar nas areias do
arquipélago.
Há quatro cabanas
de comida e bebida espalhadas pelas duas praias das Ilhas. Mas elas não incentivam
propriamente o "turismo farofeiro". Um coco, por exemplo, sai a R$
10. A caipirinha, a R$ 25. Cerveja "long neck", R$ 10.
O engenheiro
Egydio Ferreira Costa, 34, comprou um barco há um ano em sociedade com três
amigos.
Desde então, ele
só foi à praia nas Ilhas. Na areia do condomínio onde tem casa, próximo à
Riviera de São Lourenço, não pisou mais. "O pessoal bebe e desrespeita a
mulher do outro. Aqui vem um público mais consciente. Só quando é barco alugado
ou 'banana' vem um pessoal diferenciado", opina.
Egydio se refere
aos passeios que, em geral, saem de Juquehy, em que a lancha puxa uma boia
comprida chamada de "banana". Por R$ 20, o turista passa 20 minutos
no arquipélago. Por R$ 40, pode ficar um pouco mais.
Osmar Silva, há 15
anos o único morador das Ilhas e responsável por uma das barracas, diz que o
lugar já foi mais deserto. Se, há alguns verões, via passar cem lanchas, hoje o
número triplicou.
A praia de
Boraceia, onde a educadora física Tayla Oliveira, 44, tem casa, "tem muita
farofa e cheiro de fritura". Ela lamenta que sua opção pela paisagem
selvagem esteja ameaçada. O aumento de turistas já gera acúmulo de lixo.
"Eles gostam da natureza, mas não de preservá-la", criticou,
apontando para um pedaço de churrasqueira abandonada na areia.
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