segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Paulistas usam barcos para escapar da “farofa” das praias


Sociedade
  
Turistas nas ilhas, litoral norte de São Paulo 


#COMENTÁRIO

Desde que o mundo é mundo existem separações por camadas da sociedade. Aí muitos fatores estão em jogo como educação, base educacional familiar, respeito... Pode até ser considerado um ato discriminatório quando uma classe culpa outra de menor recurso financeiro por estarem se sentindo incomodados. O fato de estarem buscando novos ambientes mais tranquilos é muito válido, o que não podem é ficarem se rotulando melhores que alguém.
Realmente é muito inconveniente a presença de pessoas com problemas de álcool em excesso prejudicando o sossego familiar dos banhistas. Para algumas pessoas, essa situação é tão natural e desconhece limites. Extrapolam o respeito, principalmente a mulheres, independente de suas idades. A situação criada normalmente gera conflitos às vezes muito graves.
Com a adesão da nova classe média, despreparada para estar presente nesse novo patamar social, vem um conflito de educação e respeito que têm papéis e limites diferentes em ambas as classes agora unida. Nunca mais estas duas classes sociais serão as mesmas, mas deverão esforçarem-se para interagir, para conviverem em harmonia. É uma adaptação muito difícil. Ambas perderão algo em suas características, isso é certo.

#Disse

Carlos Leonardo


#CONVITEAPROSA
Reclamos, muxoxos e choramingos deverão dar lugar a uma paz entre classes.  Você acredita nisso?

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THAIS BILENKY - ENVIADA ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO (SP) - 12/01/2015

Para escapar da "farofa", do "cheio de fritura", da "muvuca", da música alta, dos "caras bêbados que desrespeitam a mulher dos outros", da sujeira e dos "malfeitores", paulistas resolveram, literalmente, se ilhar.
A cada ano mais turistas curtem os dias de verão no litoral norte de São Paulo nas Ilhas, arquipélago a cerca de cinco minutos de lancha da praia de Juqueí. O acesso restrito a quem tem barco "filtra" os turistas, dizem os frequentadores, que consideram a si mesmos "mais conscientes" e "tranquilos."
Cada visitante costuma trazer o que vai consumir. A maioria dos barcos possui grelha. Levam boias, pranchas e barracas, para quando resolvem se esticar nas areias do arquipélago.
Há quatro cabanas de comida e bebida espalhadas pelas duas praias das Ilhas. Mas elas não incentivam propriamente o "turismo farofeiro". Um coco, por exemplo, sai a R$ 10. A caipirinha, a R$ 25. Cerveja "long neck", R$ 10.
O engenheiro Egydio Ferreira Costa, 34, comprou um barco há um ano em sociedade com três amigos.
Desde então, ele só foi à praia nas Ilhas. Na areia do condomínio onde tem casa, próximo à Riviera de São Lourenço, não pisou mais. "O pessoal bebe e desrespeita a mulher do outro. Aqui vem um público mais consciente. Só quando é barco alugado ou 'banana' vem um pessoal diferenciado", opina.
Egydio se refere aos passeios que, em geral, saem de Juquehy, em que a lancha puxa uma boia comprida chamada de "banana". Por R$ 20, o turista passa 20 minutos no arquipélago. Por R$ 40, pode ficar um pouco mais.
Osmar Silva, há 15 anos o único morador das Ilhas e responsável por uma das barracas, diz que o lugar já foi mais deserto. Se, há alguns verões, via passar cem lanchas, hoje o número triplicou.

A praia de Boraceia, onde a educadora física Tayla Oliveira, 44, tem casa, "tem muita farofa e cheiro de fritura". Ela lamenta que sua opção pela paisagem selvagem esteja ameaçada. O aumento de turistas já gera acúmulo de lixo. "Eles gostam da natureza, mas não de preservá-la", criticou, apontando para um pedaço de churrasqueira abandonada na areia. 

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