Na Côrte
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#COMENTÁRIO
Esta reportagem dá-nos a visão real do
que ocorre em termos de lobby de empresas em nossas leis, de como empresas investem
milhões em candidatos políticos para um fim específico. De como candidatos se
vendem às empresas e mostram uma face de “eu faço isso, faço aquilo em prol do
meu povo”, tudo para terem verbas extras que separarão uma parte para poderem
pagar atravessadores profissionais e sem escrúpulos que comprarão galinhas e
promessas para dar em troca de seu voto.
Esta é a essência da política que está
errada no Brasil, por aqui, ao contrário da Roma antiga, berço da democracia,
política não é sinônimo de negociação, mas sim de vantagens, lucros e muita
desonestidade.
Aos moldes do Plano Real, que cortou na
própria carne para poder conter a inflação que existia na época, a única
maneira de se estancar essa corrupção deslavada, esse joguete de interesses
estruturais no País é a extinção de altos salários à políticos e uma legislação
contundente e rápida, específica para isso, aos que tentarem subjugá-la. A
Nação deveria repor o poder monetário do político baseado em sua declaração de
Imposto de Renda do ano anterior à sua candidatura. Isso eliminaria políticos
profissionais e não ideológicos que hoje temos, tão sujeitos à corrupção. É
apenas uma ideia...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITEAPROSA
Como você vê esses lobbies do setor
privado na política nacional?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
NATUZA NERY - DIMMI AMORA - RANIER BRAGON - DE BRASÍLIA - 19/12/2014
O Congresso
aprovou nesta quarta-feira (17) uma medida que muda a fiscalização de todos os
frigoríficos do país, resultado de uma emenda apresentada por um senador do
PMDB e defendida por representantes do grupo JBS nos corredores do Congresso.
A emenda acaba com
a fiscalização sanitária em Estados e municípios, tornando a questão de
competência exclusiva do Ministério da Agricultura.
Empresas menores,
que vendem carne apenas dentro dos Estados em que estão instaladas, passariam a
ser fiscalizadas pelo governo federal, e não mais por prefeituras e governos
estaduais.
Maior financiador
da campanha eleitoral deste ano, o gigante do setor de carnes mobilizou aliados
no Congresso para passar a mudança na legislação, que pode criar vantagens para
seus negócios e dificuldades para concorrentes.
A emenda foi
inserida pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) numa medida provisória do governo
que tratava originalmente apenas de redução de impostos e teve vários outros
assuntos incorporados ao seu texto por sugestão dos congressistas.
A medida dividiu a
bancada ruralista. Parlamentares ligados ao agronegócio e contrários à mudança
acusam o grupo JBS de tentar sufocar concorrentes menores. Jucá diz que o
objetivo da iniciativa é reduzir o abate clandestino de animais, protegendo os
interesses do consumidor.
A senadora Kátia
Abreu (PMDB-TO), que deverá ser indicada pela presidente Dilma Rousseff para
ser ministra da Agricultura em seu segundo mandato e é vista pelo JBS como uma
adversária política, é contra a medida.
Presidente da
Confederação Nacional da Agricultura, a senadora deverá sugerir à presidente o
veto do dispositivo. Kátia Abreu não foi localizada para comentar o tema.
INSPEÇÕES
O temor das
pequenas empresas é que a estrutura da fiscalização federal só seja suficiente
para atender grandes frigoríficos nos principais centros. Assim, ficaria
difícil para os estabelecimentos menores a obtenção dos selos de inspeção
necessários para a comercialização da carne.
Além disso, essas
empresas argumentam que a inspeção federal é mais rigorosa, por ser voltada para
o comércio exterior e para mercados muito mais exigentes do que o doméstico.
Para elas, o rigor das inspeções poderia inviabilizar seus negócios.
O senador Jucá
tentou emplacar na medida provisória votada na quarta outra emenda que
beneficiaria o JBS, mas a iniciativa foi barrada.
A proposta
determinava que todas as operadoras de TV a cabo destinassem gratuitamente dois
canais para transmissão de programação de interesse do agronegócio.
O grupo JBS é
proprietário do Canal Rural. Outros dois grupos, o Bandeirantes e o SBA, têm
canais semelhantes. Eles pagam até R$ 400 mil por mês para transmitir sua
programação na TV por assinatura. Se a emenda de Jucá tivesse sido aprovada,
não precisariam mais pagar.
Procurada pela Folha,
a assessoria de imprensa do JBS informou que o grupo não se pronunciaria sobre
as propostas votadas na quarta.
BANCADA
A influência
política do JBS cresceu nas eleições deste ano, quando o grupo distribuiu R$
392 milhões em doações e desbancou tradicionais financiadores como a construtora
Odebrecht, que deu R$ 111 milhões e foi o segundo maior doador do ano.
O grupo JBS ajudou
a financiar a campanha de 166 deputados federais eleitos, formando uma bancada
maior que a do PT, que tem 70 integrantes e é a maior da Câmara dos Deputados.
O grupo também apoiou a eleição de 12 novos senadores.
Além da emenda
sobre inspeção animal, outra prioridade na agenda do JBS é bloquear tentativas
do Congresso de investigar a relação do grupo com o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), que é sócio do JBS e um de seus principais
financiadores.
"Não podemos
admitir que um banco se preste a ser mentor ou criador do maior cartel do país,
com tentáculos agora nas decisões políticas", afirmou o deputado e senador
eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO), outro adversário do JBS na bancada ruralista.
Os empréstimos do
BNDES para o grupo foram questionados no passado pela senadora Kátia Abreu. Ela
nega alimentar uma rixa pessoal com o JBS e afirma defender os interesses
globais do setor, não os de uma única empresa.
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