Política
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#COMENTÁRIO
À medida que a sociedade vai tomando
conhecimento do teor do relatório apresentado pela Comissão Nacional da
Verdade, vão aparecendo os relatos de pessoas que sofreram agressões por parte
das militâncias armadas a que pertenciam parte dos interessados pelo tal
relatório. Por se tratar de um documento unilateral, que atende a interesses de
apenas um dos lados e tem a soberba de se achar um relato oficial dos fatos,
satisfez a alguns e descontentou uma nação que embora muitos não sejam sequer a
favor dos fatos, se sentiram ofendidos pela empáfia presunçosa do oba-oba do
governo em sua apresentação em detrimento dos demais agredidos, a outra parte
da história. Pelo relatório, eles simplesmente não fazem parte dos fatos, foram
apagados, nem pessoas inocentes agredidas ou mortas foram consideradas, o que
as facções armadas fizeram será perdoado, afinal, eles são heróis, segundo a
esquerda militante disfarçada de governo. Do modo que os acontecimentos são
contados, passarão certamente a serem verdades, como querem, e as gerações
futuras acreditarão que foi realmente assim. E como num conto americano
filmado, os mocinhos estão certos, o resto são apenas bandidos e índios, não
interessa como se envolveram e como morreram...
#Disse
Carlos Leonardo
Saiba mais sobre o que você vai ler na matéria:
#CONVITEAPROSA
Não deveríamos citar os dois lados de um
fato para conhecimento e providências?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
LUCAS REIS - DE MANAUS - 14/12/2014
A audição
comprometida e as dores no lado esquerdo do corpo não deixam o general de
reserva Sylvio Ferreira da Silva, 88, esquecer-se da manhã de 25 de julho de
1966.
Ele foi um dos 14
feridos do atentado no aeroporto de Guararapes, no Recife, quando uma bomba
matou um vice-almirante, Nelson Gomes Fernandes, e um jornalista, Edson Régis
de Carvalho.
Quase 50 anos
depois, Silva vive em Brasília, onde acompanhou o noticiário sobre a
divulgação, na quarta-feira (10), do relatório final da Comissão da Verdade e
viu a presidente Dilma Rousseff (PT) chorar durante o evento.
"Como pode
uma coisa ser voltada somente para um lado?", diz Silva, endossando o
discurso dos militares de que a comissão ignorou os crimes cometidos pela luta
armada durante a ditadura militar (1964-1985). "A comissão ouviu um lado
só, o lado do terrorismo não foi investigado. Afinal de contas, essa repressão
foi para evitar que acontecesse o pior."
"Estava vendo os comentários de colegas na internet, e também acho
lamentável a choradeira da Dilma", disse Silva. "Ridícula,
ridícula." O atentado tinha como alvo o general Costa e Silva, que viajava
em campanha antes de suceder Castello Branco (1964-67) na Presidência. Ele
escapou ao mudar o trajeto e desembarcar em João Pessoa.
No momento da
explosão, Silva conversava com o jornalista que acabou morto. A tragédia não
foi maior porque a maioria das pessoas que aguardavam o candidato deixara o
local minutos antes, quando surgiu a informação de que o avião havia mudado de
rota: "Quando o pessoal debandou depois da mensagem do alto-falante, eu
chamei o jornalista para conversar. Foi quando explodiu."
Ele teve fratura
exposta, estourou um tímpano e perdeu quatro dedos da mão esquerda: "O
fêmur da minha perna esquerda estilhaçou completamente, estraçalhou. Mas minha
artéria femoral continuou intacta. Foi um milagre."
Seu colega da
Marinha Nelson Gomes Fernandes não teve a mesma sorte. "Eu o conhecia
desde 1958, ele levou o bujão na nuca", diz. Silva deixou o Recife e foi
se tratar nos EUA, onde fez implantes nos dedos e passou por cirurgia na perna.
Após meses de fisioterapia, voltou à ativa, mas com sequelas.
"Comecei
usando bengala, mas sofro até hoje. Meu lado esquerdo, do pé ao ouvido, é tudo
anarquizado. Tenho problema nos dedos do pé, na perna, e o tímpano
estourado", afirma Silva.
"Graças a
Deus, superei o trauma, mas nunca vou me esquecer desse dia."
ATENTADO EM
AEROPORTO
A bomba que
explodiu no saguão do aeroporto dos Guararapes (PE), em julho de 1966, por
pouco não foi uma tragédia maior.
Naquela manhã, o
anúncio de que o general Arthur da Costa e Silva, alvo do atentado, havia
mudado sua rota esvaziou o saguão. Duas pessoas morreram e outras 14 foram feridas.
O general assumiu
a Presidência no ano seguinte.
Na época, a
polícia culpou o ex-deputado Ricardo Zarattini e o professor Edinaldo Miranda.
O atentado, porém, foi organizado por um grupo ligado à Ação Popular, conforme
militantes assumiram mais tarde.
Há um ano, a
Comissão da Verdade de Pernambuco apresentou documentos de 1970 das Forças
Armadas que provam que o governo militar sabia da inocência deles. A dupla
chegou a ser presa e torturada, mas apenas Miranda foi processado e condenado.
LISTA
Os clubes Naval,
Militar e da Aeronáutica divulgaram na quinta (11), uma lista com 126 nomes de
militares, policiais e civis que, segundo eles, foram mortos em ações da luta
armada contra a ditadura militar (1964-1985).
De acordo com a
nota, publicada em forma de anúncio em jornais do Rio e divulgada no site do Clube Militar, a intenção é homenagear vítimas
"desprezadas" pela Comissão Nacional da Verdade.
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