Cotidiano
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Luxo em Rocha
Miranda: propriedade de um sargento, o Hyundai Azera 3.0 V6 ano 2013 está
avaliado em R$ 102 mil pela tabela Fipe - Sérgio Ramalho / O Globo
#COMENTÁRIO
Como pode a população de uma cidade
acreditar em justiça, crer haver segurança, sentir-se protegida pela policia.
Diante de tanta demonstração de soberba e poder que são apresentados sem
qualquer modéstia por policiais modestos, no mínimo ela questiona o poder
aquisitivo desses militares.
Soldado ‘esbanja’
em Olaria: a SUV Honda CR-V 2008, cujo preço médio é R$ 54 mil, pertence a um
soldado. Salário-base de sua patente é de R$ 2.326,54 - Antonio Scorza
/ Agência O Globo
Eles estão cobertos de razão, mais onde
estão as cúpulas das polícias que não tomam providências de averiguação sobre o
assunto e quando o fazem, os processos são morosos e se limitam a apenas
comprovar o deslize do policial envolvido, sem ir além, sem buscar
envolvimentos mais aprofundados e de escalões superiores, que certamente
haverão de existir.
Pobre País este nosso, onde tudo é só
corrupção, onde o ápice da sabedoria no ser humano é a malandragem, onde
sucesso significa bandidagem...
Tínhamos tudo para ser o melhor e maior
país do mundo, mas somos apenas um antro de bandidagens, corruptores e
corruptos em todas as esferas da sociedade...
É lamentável!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: O
Globo
#CONVITEAPROSA
Como poderemos mudar a cara do Brasil?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
Em Bangu, vaga cativa
no pátio: Renault Duster fabricada este ano e com valor de mercado entre R$ 49
mil e R$ 62 mil. Picape de soldado foi flagrada estacionada dentro do batalhão -
Antonio Scorza / Agência O Globo
Com salários de R$ 2,3 mil e R$ 4 mil, eles dirigem
modelos que custam até 43 vezes o valor dos vencimentos
SÉRGIO RAMALHO - 16/12/2014
RIO — Se fosse
usada como parâmetro para avaliar a remuneração na Polícia Militar, a frota
particular estacionada em pátios ou nos arredores de batalhões colocaria em
xeque a retórica dos baixos salários. Isso porque não faltam veículos caros —
alguns de luxo, com valor de mercado em torno de R$ 100 mil — em nome de
sargentos e até mesmo de soldados. O GLOBO visitou, ao longo de uma semana,
unidades da PM no Centro e em bairros das zonas Sul, Norte e Oeste, e checou a
propriedade de vários carros. O levantamento foi passado à Secretaria estadual
de Segurança, que, este ano, abriu sindicâncias para apurar o patrimônio de
cerca de cem policiais.
Com salários de R$
2,3 mil e R$ 4 mil, respectivamente, soldados e sargentos podem ser vistos
dirigindo modelos que custam até 43 vezes o valor de seus vencimentos, como os
utilitários Hyundai Santa Fé e Honda CR-V EXL e as caminhonetes Amarok CD High
e Nissan Frontier, com tração 4x4. Veículos assim costumam parar em frente aos
batalhões de Botafogo, Bangu e, principalmente, Rocha Miranda.
UMA MÁQUINA QUE
VALE MAIS R$ 100 MIL
É no 9º BPM (Rocha
Miranda) que está lotado um sargento proprietário de um Hyundai Azera 3.0 V6
ano 2013. O carrão, de acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) custa pelo menos R$ 102 mil. Na madrugada do último dia 20,
um outro sargento do mesmo batalhão invadiu, de arma em punho, um depósito da
Secretaria municipal de Ordem Pública para recuperar sua picape Toyota Hilux
ano 2006, que havia sido rebocada. O veículo está avaliado em aproximadamente
R$ 62 mil.
O endereço que
consta no registro de propriedade do Hyundai Azera fica na Rua Tacaratu, quase
em frente ao 9º BPM. A casa informada no documento, contudo, não serve de
moradia. O imóvel tem finalidade comercial — nele, é possível comprar cestas
básicas ou alugar mesas e cadeiras para festas. Em um telefonema para a casa,
um homem que atendeu a ligação questionou se o sargento estava sendo
investigado pela equipe de reportagem e desligou em seguida.
SEM PREOCUPAÇÃO
COM MULTAS
Muitas vezes,
faltam vagas na Rua Tacaratu para tantos carros de PMs. Por isso, é fácil
encontrar automóveis parados em fila dupla, como aconteceu no último dia 25.
Sem se preocupar com multas, um sargento do 9º BPM ocupou parte da pista para
estacionar sua picape cabine dupla Mitsubishi L 200 Triton 3.2 ano 2010,
avaliada em R$ 80 mil. Com um detalhe: uma carreta para transporte de
motocicletas estava acoplada ao veículo.
Como tem sido
difícil estacionar em frente ao 9º BPM, alguns policiais param seus carros a
aproximadamente 50 metros da entrada do batalhão, na esquina da Rua Tacaratu
com a Estrada do Sapê. Ali, também no último dia 25, um soldado conseguiu parar
sua SUV Hyundai Santa Fé V6, ano 2008 e com preço médio de R$ 52 mil, sob a
sombra de uma amendoeira. Um colega da mesma patente não teve tanta sorte: seu
Kia Cerato 2011, estimado em R$ 41 mil, ficou ao sol.
Já um soldado do
16º BPM (Bangu) não precisa procurar vaga na rua: ele costuma parar sua Renault
Duster 16 D, fabricada este ano e com valor de mercado entre R$ 49 mil e R$ 62
mil (segundo a Fipe), no estacionamento interno do batalhão. Em setembro, a
unidade foi um dos alvos da Operação Amigos S.A., que, deflagrada pela
Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e pelo
Ministério Público estadual, levou à prisão 26 policiais, incluindo seis
oficiais.
No 16º BPM, o
gosto por carrões não parece ser algo limitado a praças e sargentos.
Investigações revelaram que, poucas semanas antes da realização da Amigos S.A.,
um major trocou um Citröen Pallas avaliado em R$ 65 mil por uma picape Dodge
Journey que custou R$ 120 mil. Hoje, três meses depois da operação, veículos
caros voltaram a ocupar as vagas que ficam no interior e em frente ao batalhão.
Na lista de possantes, a marca Toyota figura entre as favoritas e foi a
escolhida por um sargento, que dirige pelo pátio um modelo Corolla 2013 de
quase R$ 70 mil.
AUTOMÓVEIS EM NOME
DE TERCEIROS
Dimensionar a
frota de luxo dos PMs não é tarefa fácil. Os muros altos de vários batalhões
dificultam a visão dos veículos parados nas áreas internas. Porém, muitos não
se preocupam em esconder seu patrimônio. É o caso de um soldado do 16º BPM
(Olaria), que tem vaga cativa na Rua Jorge Martins para sua SUV Honda CR-V
2008, cujo preço médio é R$ 54 mil.
Outro obstáculo
para investigadores é a grande quantidade de veículos registrados em nome de
parentes, principalmente mulheres dos policiais. Um sargento do Batalhão de
Choque, por exemplo, é casado com a proprietária de uma caminhonete Amarok CD
4x4 High ano 2012, avaliada em R$ 102 mil. Por sua vez, um policial do 2º BPM
(Botafogo) tem o hábito de dirigir a SUV Dodge Jouney SXT 2009 da companheira.
O carro está cotado em R$ 56 mil.
De acordo com a
Secretaria de Segurança Pública, desde o início do ano, a Corregedoria-Geral
Unificada (CGU) apura cerca de cem casos de suposta incompatibilidade entre
salários e bens acumulados por PMs. O órgão informa que os sinais de riqueza
mais comuns são justamente veículos, seguidos de imóveis. Ainda segundo a
secretaria, o sargento do 16º BPM que dirige um Toyota Corolla já está sendo
investigado pela CGU.
A Polícia Militar
destaca que, em cada batalhão, há uma comissão — composta pelo subcomandante,
por outros três oficiais e por integrantes do setor de inteligência —
encarregada de investigar supostos casos de enriquecimento ilícito na tropa.
“Essa análise é checada com os bens declarados no Imposto de Renda. Caso ocorra
alguma irregularidade, os comandantes enviam a investigação para a Corregedoria
da PM, que remete os documentos à CGU, para que a sindicância patrimonial seja
instaurada’’, diz uma nota da corporação.
A PM informa
também que o salário-base de um soldado é R$ 2.326,54 e de um cabo, R$ 2.679,74.
Os vencimentos de um sargento variam de R$ 3.132,58 a R$ 4.070,85. A corporação
ressalta que a renda pode aumentar de acordo com triênios, gratificações,
cursos e outros benefícios. O GLOBO fez pedidos aos batalhões da Polícia
Militar citados nesta reportagem para ouvir os proprietários dos veículos, mas
não obteve respostas do comando dessas unidades.
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