Política
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#COMENTÁRIO
O resultado apresentado pela Comissão
Nacional da Verdade, CNV, que trouxe muitas e questionadas lágrimas da
Presidente da República no ato da entrega do relatório final, criou mais
revolta que satisfação. Se para os militantes esquerdistas ele foi considerado
um compêndio de identificações de militares e agregados que cometeram atos de
crueldade para com os heróis militantes, o outro lado começa-se a levantar, a
mostrar o outro lado da moeda.
Afinal não há contendas se não houver
lados opostos em conflito e numa guerra declarada, não há bonzinhos de qualquer
lado, os heróis só existem aos olhos de quem os procura. Inocentes morrem ou se
mutilam sem ter chance de não estar naquele local, naquela hora.
Então, quando se prenuncia a verdade
dos fatos ocorridos, obrigatoriamente deve abranger tos os ângulos de uma visão
do todo. Por esse motivo que as ditas “lágrimas de crocodilo” de nossa Presidente,
pegou tão mal na sociedade, como se sutileza fosse possível na sua pessoa, ela
deveria ter chorado num cantinho escondido.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
Saiba mais sobre o que você vai ler na matéria:
#CONVITEAPROSA
Uma visão unilateral de uma situação só
agrava o problema, você concorda?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
DE SÃO PAULO - DE
BRASÍLIA - DO RIO - 14/12/2014
Familiares de
mortos na ditadura militar (1964-85) em ações da esquerda armada lamentaram a
ausência de qualquer menção a esses casos no relatório final da Comissão
Nacional da Verdade, apresentado na quarta-feira (10) no Palácio do Planalto.
O grupo, que
iniciou os trabalhos em maio de 2012, focou a investigação somente nos mortos e
desaparecidos comprovadamente vítimas de atos cometidos por agentes de Estado.
Os demais casos não foram investigados.
Militares da
reserva reunidos no Clube Militar divulgaram
uma lista, em resposta às
conclusões trazidas no documento, com o nome de centenas de pessoas que
morreram direta ou diretamente em ações das organizações da esquerda armada. A
relação, contudo, contém erros e ao menos duas pessoas que estão vivas.
O número exato de
mortes provocadas pelas ações da esquerda é incerto. Um dos casos de maior
repercussão na ditadura foi o assassinato de Henning Albert Boilesen,
presidente da Ultragaz e diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de SP). O relatório da Comissão Nacional da Verdade afirma que Boilesen era um
empresário que arrecadava recursos para o aparato de repressão e que chegou a
importar um aparelho de choques e a assistir a sessões de tortura. "A fama
de Boilesen acabaria despertando a ira dos opositores do regime, e uma ação
conjunta do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e da Ação Libertadora
Nacional (ALN) executou o empresário" em 15 de abril de 1971", diz o
documento. Para Henning Boilesen Jr., filho do empresário, ele era "um pai
de família que, certo dia, despediu-se da mulher, saiu para trabalhar e levou
25 tiros na cabeça de terroristas de esquerda".
"Mas eu não
esperava mesmo que a comissão fosse ouvir o nosso lado, o outro lado da
história", diz Henning, 72 anos, que mora em São Sebastião (SP) com a
mulher. "Sei que os parentes do Lamarca [um dos líderes da esquerda armada
na ditadura] estão recebendo dinheiro, mas imagine se eu recebo alguma pensão
por causa do assassinato meu pai", diz ele. Ele rechaça as acusações de
que seu pai financiava e assistia sessões de tortura.
"Oito dos 16
irmãos do meu pai morreram na Dinamarca, vítimas dos nazistas. As mulheres da
família foram torturadas na frente dele, sentadas em cones, foram pressionadas
até rasgar o corpo. Se você vê uma coisa dessas, acha que vai querer assistir à
sessão de tortura?", pergunta. Segundo Henning, a Comissão não levou em
conta que "bancos eram assaltados, aviões sequestrados, terroristas
matavam". O dentista Simão Pedro Bispo Feche, 61, irmão de um cabo morto
por militantes de esquerda, também reclama do que classifica de "caráter
unilateral" da Comissão Nacional da Verdade. "Não tenho os olhos
fechados, sei que ocorreram muitos abusos, mas ocorreram dos dois lados. Eles
[militantes de esquerda] não eram santinhos". Simão conta que o irmão
Sylas Bispo Feche morreu em 1972 durante abordagem a militantes de esquerda
suspeitos perto da avenida República do Líbano, em São Paulo.
"Eram quatro
agentes do DOI-Codi. Eles cercaram um fusca para pedir documentos aos
suspeitos. Ele foi o primeiro a descer do carro e foi metralhado." Segundo
Simão, Sylas tinha 23 anos e era casado. "A gente não esquece jamais. Ele
era divertido, querido, acreditava na vida."
ALVOS ESTRANGEIROS
Sequestro do
embaixador dos EUA
O sequestro do
embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick em setembro de 1969 — libertado em
troca da soltura de 15 presos políticos — foi a primeira operação do gênero no
mundo na história dos movimentos de guerrilha urbana. Carlos Marighella
criticou os companheiros, argumentando que a iniciativa provocaria um acirramento
da repressão.
*
Capitão americano
foi morto em SP
O capitão
norte-americano Charles Rodney Chandler, veterano da Guerra do Vietnã, foi
morto pela VPR quando deixava sua casa no bairro de Sumaré, em São Paulo. Ele
estudava na Escola de Sociologia e Política e aprendia o português.
Guerrilheiros acreditavam que ele era um agente da CIA que ensinava técnicas de
tortura no Brasil, o que não se comprovou.
*
'Estou vivinho',
afirma comerciário
O comerciário
aposentado José Getúlio Borba, 73, ficou surpreso ao saber que seu nome
constava em uma lista de vítimas de guerrilheiros na ditadura. "Estou
vivinho", disse com bom humor na sexta-feira (12). Ele conta que foi
baleado por militante de esquerda que trocou tiros com a polícia dentro da loja
em que trabalhava na época, em São Paulo, e que já havia sido apresentado como
morto em outra lista.
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