Uso de uma enzima permite extrair elétrons do suor e gerar energia para
uma biobateria
Uma boa sessão de exercícios físicos não só é
benéfica para a saúde - também pode no futuro recarregar o seu telefone
celular.
#COMENTÁRIO
A cibernética, uma palavra
meio fora de moda e talvez desconhecida por muita gente, está chegando por aí. Um
dos incômodos mais chatos na tecnologia
atual é a duração das cargas que alimentam nossos inseparáveis aparelhinhos
eletrônicos... Dependendo de onde estejamos, pode se tornar um transtorno
recarregá-los e aí nosso mundo desmonta e caímos na realidade de que o mundo
não depende deles, nós é que somos viciados e isso nos transtorna.
Mas parece que esses cientistas americanos vestidos de “Superman” chegam
voando para nos salvar!
Dentre todos os chips que já
pensaram em enfiar em nossa pele, talvez este tenha uma real utilidade prática.
Não sei se digo isso porque já me sinto um daqueles que dependem da tecnologia como se ar fosse ou
simplesmente, estou parando para pensar mais profundamente nesses tais chips
implantados. Sei lá... Vamos ver para crer...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: BBC
#CONVITE
Você implantaria um
chip desses em seu corpo?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
-----------------------------------------------------------
James
Morgan - Repórter de Ciência da BBC News, em São Francisco
Uma tatuagem que produz energia a
partir do suor foi um dos destaques de um encontro da Sociedade Americana de
Química, em San Francisco. O adesivo abriga uma biobateria alimentada por
lactato, uma substância muito semelhante ao ácido lático produzida durante o
exercício físico intenso e presente no suor. A técnica pode em breve ser usada
para fornecer energia para aparelhos de monitoramento cardíaco, relógios
digitais e até mesmo smartphones, dizem cientistas americanos.
Os cientistas já desenvolveram formas
de usar o corpo humano para carregar pequenos aparelhos eletrônicos: algumas
tecnologias tiram proveito do movimento do corpo, enquanto outras recorrem ao
sangue para fornecer energia a células de biocombustível implantadas no
organismo. "Nosso aparelho é o primeiro a usar o suor. É um teste desse
conceito", explica a cientista Wenzhao Jia, da Universidade da Califórnia,
em San Diego, que publicou detalhes de sua técnica na revista científica Angewandte
Chemie. "No momento, não conseguimos produzir tanta energia. Mas
estamos trabalhando para melhorar a tecnologia com o fim de poder carregar
aparelhos eletrônicos de pequeno porte."
Descoberta inesperada
A pesquisadora conta que a equipe
científica que realizou o estudo não buscava desenvolver uma biobateria, mas
sim um aparelho de monitoramento de lactato. A medição de níveis da substância
é feita por atletas profissionais para avaliar seu preparo físico e eficiência.
Mas o procedimento é inconveniente, porque normalmente envolve tirar amostras
de sangue. Para criar uma forma mais rápida e confortável de realizar esse
teste, Jia acoplou um sensor de lactato a uma tatuagem temporária. "Eu
mesmo a usei - você sequer a sente. É como uma tatuagem de verdade", disse
ela à BBC. "Não é uma coisa só para atletas. A maioria das pessoas que se
exercita quer saber como pode melhorar (a eficiência) do seu exercício
físico."
Porém, sua equipe foi além e
transformou o sensor em uma bateria carregada pelo suor, incorporando uma
enzima que retira elétrons do lactato, gerando uma corrente elétrica. Em uma
sessão de bicicleta ergométrica de intensidades variadas durante 30 minutos,
voluntários usando as tatuagens geraram até 70 microwatts por centímetro
quadrado de pele. "Mas nossos eletrodos têm só 2x3 milímetros de tamanho,
e geram cerca de 4 microwatts - um pouco pequenos para gerar energia suficiente
para carregar um relógio digital, por exemplo, que requer 10 microwatts",
explica a pesquisadora. Curiosamente, disse ela, aqueles com menos preparo
físico geraram mais energia, e os que se exercitavam mais de três vezes por
semana geraram menos. "Acreditamos que seja porque pessoas menos
preparadas fisicamente se cansam mais rápido, gerando mais lactato. Uma pessoa
melhor preparada terá que se exercitar bem mais para produzir energia para a
bateria."
Energia renovável
Jia diz que aumentar a produção de energia é um dos desafios que seu
laboratório precisa vencer para desenvolver o produto comercialmente -
finalidade para a qual inclusive já formou uma parceria com uma empresa startup
de tecnologia. Uma maneira de fazer isso é tornar o aparelho mais sensível à
substância. Outra seria incorporar várias células de biocombustível à tatuagem,
conectadas em série ou paralelamente.
Outros passos futuros são conectar
aparelhos eletrônicos portáteis à tatuagem e criar uma forma de armazenar a
corrente elétrica gerada, diz Jia. Mas porque usar o corpo e não miniaturizar
baterias convencionais, pergunta a reportagem? "Porque biobaterias têm
certas vantagens", argumenta Jia. "Elas podem ser recarregadas mais
rapidamente e são mais seguras: não há risco de explosão ou vazamento de
materiais tóxicos. E elas usam uma energia renovável: você."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?