#COMENTÁRIO
É muito aparente a imensa utilização de
mão de obra especializada e não formada no meio social, hoje no Brasil. Hoje a indústria
a cada dia que passa utiliza-se mais e mais de robôs para montagens, para
fabricação e quer queiram ou não, há necessidade de elementos humanos para
alimentar esses robôs.
Com isso a cada dia que passa, mais e
mais categorias intermediárias de formandos deixam de serem necessárias ao
setor.
Hoje existem no mercado de trabalho
duas categorias que estão em destaque, os altos executivos de grandes formações
e conhecimentos lingüísticos específicos e os operadores que não têm prévia
qualificação, mas contam com uma vontade muito forte de execução de tarefas.
Ainda é pífia a procura por profissionais
sênior, realmente sênior, elementos de grande conhecimento prático vivido, que
hoje são substituídos por formandos altamente gabaritados teoricamente e com
pouca ou nenhuma experiência de campo. Esse é o retrato do Brasil.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha de São Paulo
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ÉRICA FRAGA - MARIANA
CARNEIRO - INGRID FAGUNDEZ - DE SÃO PAULO - 10/08/2014
Dez profissões de pouca qualificação e salário
baixo foram responsáveis por metade dos 9,4 milhões de empregos formais criados
no país entre 2007 e 2013.
O cargo de servente de obras foi o campeão de vagas
geradas: 921 mil, quase 10% do saldo total entre contratações e demissões no
período. Trabalhadores de chão de fábrica, faxineiros, vendedores, vigilantes e
recepcionistas também tiveram os maiores saldos de postos criados.
Na outra ponta, entre as carreiras que demitiram
muito mais do que contrataram, estão supervisores administrativos,
trabalhadores do setor de cana-de-açúcar e operadores de máquinas fixas. As
informações são parte de um levantamento feito pela Folha nas bases de dados do
Ministério do Trabalho e revelam um quadro de intensa mudança estrutural no
mercado brasileiro.
O aumento da renda da classe média alimentou a
demanda por serviços e comércio. A expansão salarial e os incentivos ao setor
habitacional também explicam o aquecimento da construção civil. Essas
tendências levaram a uma maior formalização de quem antes trabalhava sem
carteira assinada e a um forte aumento nas contratações por parte desses
setores.
Mas a maioria das vagas criadas foi de baixa
qualificação, já que os serviços demandados são pouco sofisticados, a oferta de
mão de obra educada é limitada, e o setor de construção não se modernizou.
"O setor de construção civil no Brasil ainda é muito atrasado. Com pouca
modernização, a demanda por serventes é alta", afirma o economista Anselmo
Luís dos Santos, da Unicamp.
A intensa contratação de mão de obra pouco
qualificada ajuda a explicar a queda do desemprego e da desigualdade.
"Ganho muito mais do que muita gente que passou muito tempo
estudando", diz o pedreiro Valdionor Santos Silva, 27, que completou
apenas o ensino fundamental.
EFICIÊNCIA
O aumento do emprego tão concentrado em postos de
baixa qualificação explica o lento avanço da eficiência da economia brasileira.
E a baixa produtividade limita a capacidade de crescimento.
As empresas adotaram medidas para melhorar. Um sinal
disso foi o forte crescimento nas contratações de profissionais com perfil
técnico. O aumento de especialistas é acompanhado por um significativo corte
dos cargos intermediários de gestão.
Também na busca por mais produtividade, máquinas
têm substituído empregos no campo e nas empresas. Mas a indústria, que poderia
dar impulso à contratação de profissionais mais qualificados, está em crise – o
que afeta a demanda por mão de obra no próprio setor e por serviços
sofisticados que poderiam atendê-lo, como pesquisa e desenvolvimento.
Outro empecilho ao avanço da produtividade é a
falta de mão de obra qualificada nos setores em expansão. "Um monte de
engenheiro júnior virou sênior. Um monte de encarregado virou mestre. Mestres
passaram a ser pagos como nunca. Mas muitos não estavam preparados, e isso
causou problemas", diz Antonio Setin, presidente da construtora Setin.
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