José Alexandre Scheinkman, professor das
universidades Columbia e Princeton, em seminário em SP
#COMENTÁRIO
Muitas linhas de pensamento
econômico defendem essa idéia de melhoria real na educação do povo, conseqüentemente
há a necessidade de investimentos no parque
industrial do Brasil. Como o próprio economista fala em sua entrevista,
esse nivelamento por baixo em que se encontra a educação brasileira é latente.
É muito Fácil constatar isso conversando com formandos em quaisquer níveis de
estudo. Se comparados aos formandos em épocas atrás é discrepante a
demonstração dos conhecimentos adquiridos durante seu período letivo. Isso se
vê do nível básico aos graduados nas universidades
brasileiras.
Quanto aos investimentos na indústria, vamos de encontro aos custos de produção
que são altamente onerados por impostos governamentais. A tributação muito alta
no Brasil, inviabiliza a produtividade face a oferta dos bens produzidos
chegarem muito caros ao consumidor
final.
Conseqüentemente, tendo um preço na venda muito alto, não se consegue
mandá-los ao exterior, por que não têm preços
competitivos e no mercado interno se torna inviável sua venda em razão do
poder aquisitivo do povo brasileiro estar nivelado por baixo.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha de São Paulo
#CONVITE
- Você acha uma
abordagem certa esta do economista José Alexandre Scheinkman?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
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MARIANA CARNEIRO - DE SÃO
PAULO - 14/08/2014
O Brasil está se distanciando dos países de mais
elevada eficiência na capacidade de produzir nas últimas três décadas. Isso
está limitando o crescimento da economia e os avanços da qualidade de vida dos
brasileiros.
Entre 1983 e 2013, a produtividade do trabalhador
brasileiro recuou em relação à do americano.
Há 30 anos, cada trabalhador brasileiro produzia
cerca de 25% do que um americano. Em 2013, caiu para 20%.
Na China, Índia, Taiwan e Coreia do Sul por
exemplo, ocorreu o oposto. Eles melhoraram sua eficiência. Na China essa
relação subiu de 5% para 20% neste período. Os dados foram apresentados pelo
economista José Alexandre Scheinkman, professor das universidades americanas
Columbia e Princeton. Ele participou de evento organizado pela revista
"Exame", em São Paulo. O economista alertou ainda que a produtividade
total da economia (que inclui o uso do capital, além do trabalho) também recuou
no Brasil nos últimos 20 anos. Nos demais países citados, ela aumentou.
A conclusão do economista é que o Brasil não está
conseguindo absorver as evoluções técnicas globais.
Segundo ele, a pouca educação dos trabalhadores
explica parte dessa perda de eficiência. Mas o investimento também caiu muito.
'DESCULPA ABSURDA'
Scheinkman criticou o que chamou de "discurso
da desculpa", adotado no Brasil de que o país é muito complexo e, por
isso, não pode crescer mais do que os mais eficientes, como EUA. "Esse
discurso da desculpa é um absurdo", afirma. O Brasil, disse ele, tem que
crescer para melhorar a qualidade de vida da população. Para ele, não existe
discrepância entre buscar o crescimento do PIB e a melhora dos indicadores
sociais. "Não há nenhum choque entre crescer e crescer melhor",
afirmou ele. "Um exemplo é o Bolsa Família, trouxe melhoria da qualidade
de vida sem um custo alto. Pesquisas mostram que países com uma melhor
distribuição de renda tendem a crescer mais. Não há concorrência entre as duas
coisas." Para ele, muitas das famílias que recebem hoje o benefício
poderiam se beneficiar "muito mais" de um crescimento maior. Scheinkman
enumerou algumas medidas para elevar a eficiência, entre as quais melhorar as
regras e o ambiente de negócios. Porém, na sua avaliação, é relevante uma
reforma tributária.
"A reforma tributária tinha que estar no topo
da agenda dos candidatos", afirmou. "Quanto mais se aprende sobre o
tema, mais se reconhece que é uma confusão total." Durante os próximos
quatro anos, o Brasil deve crescer abaixo da média da última década, com
inflação superior à meta de 4,5% e juros acima de 10%. O próximo presidente
terminará o período de governo, no entanto, com números melhores do que os
verificados em 2014. Essas previsões fazem parte da pesquisa semanal Focus, do
BC, que reúne as projeções para a economia de cerca de cem analistas de
instituições públicas e privadas.
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