sábado, 9 de agosto de 2014

Crescem temores de intervenção russa na Ucrânia

Militares ucranianos perto de tanque de guerra com a bandeira do país em Donetsk

#COMENTÁRIO

O mundo está em ebulição. Feridas são abertas e sangram muito em várias regiões do planeta. Razões políticas de momento, razões históricas de tradições raciais e esta que aparenta ser uma espécie de reanexação de fronteiras outrora já existentes. Putin dá a nítida impressão de que muito sutilmente está tentando fazer renascer das cinzas a extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). E a Ucrânia dividida é tudo o que Putin quer. Há a definição de que uma das partes esteja prontamente a favor dessa anexação de repúblicas. O problema é que a Rússia não pode se declarar oficialmente a favor dessa parte de militantes e por isso as forças se equivalem e a destruição e sofrimentos são causas inevitáveis e de longa duração.
Boicotes comerciais começam a serem feitos por diversas nações e temos que ficar atentos, pois os russos apontam em nossa direção para parceiros de negócios e isto pode ser uma faca de gumes... Temos que avaliar muito a situação de comércio exterior para com esses países, o fator de risco político é muito grande.

#Disse

Carlos Leonardo

Fonte: Revista Exame



 Anna Malpas e Olga Nedbaeva  
-----------------------------------------------------------

Ucrânia e potências ocidentais manifestaram seus temores quanto à possível intervenção militar russa, enquanto a região de Donetsk sofre intensos bombardeios

Donetsk - Kiev e as potências ocidentais manifestaram nesta sexta-feira seus temores quanto a uma possível intervenção militar russa sob o pretexto de uma missão humanitária no leste da Ucrânia, onde Donetsk, em poder dos separatistas, sofre intensos bombardeios. Durante uma reunião de emergência na ONU sobre a Ucrânia, o representante ucraniano Olexandre Pavlitshenko disse ter "razões que levam a crer em uma intervenção russa sob pretexto de uma missão de manutenção de paz". Ele citou o aumento da presença militar russa na fronteira, que passou de 12.000 para 20.000 homens em três semanas, o sobrevoo de aviões não-tripulados russos e disparos contra as tropas ucranianas a partir da Rússia.
Quinze integrantes das forças ucranianas foram mortos em combates no leste do país nas últimas 24 horas, principalmente perto da fronteira com a Rússia. As vítimas são sete soldados e oito guardas de fronteira de uma brigada que precisou “bater em retirada” após três dias de combates. Neste contexto, a embaixadora americana nas Nações Unidas, Samantha Power, acusou a Rússia de querer aproveitar a grave situação humanitária no leste da Ucrânia para intervir ainda mais nesta região. O agravamento das condições de vida dos civis em torno de Donetsk e Lugansk "deve ser abordado, mas não pelos que criaram esta situação", afirmou, atribuindo a responsabilidade a Moscou.
"Falar de manutenção de paz na Ucrânia pelos russos é uma contradição em si mesmo", denunciou.
A Rússia propôs uma missão humanitária ou a criação de corredores humanitários para ajudar a população do leste da Ucrânia. Nas frentes de batalha, os combates ganharam intensidade nesta sexta-feira em Donetsk e jornalistas da AFP ouviram fortes explosões. O Exército ucraniano bombardeou pela primeira vez na quinta-feira o centro da cidade, a principal nas mãos dos separatistas, onde um morteiro atingiu um hospital, deixando um morto e dois feridos.
Enquanto isso, Kiev perdeu duas aeronaves. Um helicóptero teve que fazer um pouso de emergência após ser alvejado por rebeldes, e um caça foi abatido na periferia da cidade de Zhdanivka, perto do local onde o avião da Malaysia Airlines caiu após ser atingido por um míssil em 17 de julho.

Guerra comercial
Enquanto o Exército ucraniano procura libertar as cidades controladas pelos insurgentes pró-russos, Kiev anunciou nesta sexta-feira novas sanções contra a Rússia. Os russos optaram na quinta-feira por responder às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia após o incidente com o avião da Malaysia Airlines.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, anunciou sanções de seu país contra 172 pessoas e 65 empresas, principalmente russas, acusando-as de terem apoiado a anexação da Crimeia ou de terem financiado a rebelião pró-russa no leste da Ucrânia. Yatseniuk não revelou a lista das pessoas e empresas punidas. Ela deverá ser aprovada pelo Conselho de Segurança e Defesa e adotada pelo Parlamento na terça-feira. Entre as possíveis sanções, estão a proibição de entrar no país e o congelamento de ativos. O presidente também mencionou a possibilidade de proibição da entrada de recursos naturais, no momento em que cerca da metade do gás consumido na União Europeia passa por território russo. Além disso, a Austrália anunciou nesta sexta o reforço em breve de suas sanções contra Moscou.
"Sejamos claros, a Rússia é o perseguidor (...) um grande país que tenta perseguir um pequeno país", declarou o premiê australiano, Tony Abbott. Na quinta-feira, a Rússia havia proibido durante um ano a importação de produtos agroalimentares europeus e americanos em resposta às sanções decretadas por Estados Unidos e UE contra Moscou, a quem consideram responsável pela crise na Ucrânia.

Rússia "à beira do abismo"
Em visita a Kiev, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse na quinta-feira que está disposto a reforçar sua ajuda à Ucrânia diante da agressão da Rússia. Para ele, o apoio aos separatistas ganhou "em intensidade e sofisticação". "Faço um apelo à Rússia para que se retire da beira do abismo, para que se retire da fronteira. Não utilizem a manutenção da paz como um pretexto para a guerra", declarou Rasmussen em uma coletiva de imprensa.
A Otan alertou nos últimos dias para a crescente presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia. A Aliança Atlântica teme que Moscou intervenha sob pretexto de uma ação humanitária e pede medidas urgentes para ajudar a população civil no leste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qual a sua opinião sobre isso?