Militares ucranianos perto de tanque de guerra com a bandeira do país em Donetsk
#COMENTÁRIO
O mundo está em ebulição. Feridas são
abertas e sangram muito em várias regiões do planeta. Razões políticas de
momento, razões históricas de tradições raciais e esta que aparenta ser uma
espécie de reanexação de fronteiras outrora já existentes. Putin dá a nítida
impressão de que muito sutilmente está tentando fazer renascer das cinzas a
extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). E a Ucrânia
dividida é tudo o que Putin quer. Há a definição de que uma das partes esteja
prontamente a favor dessa anexação de repúblicas. O problema é que a Rússia não
pode se declarar oficialmente a favor dessa parte de militantes e por isso as
forças se equivalem e a destruição e sofrimentos são causas inevitáveis e de
longa duração.
Boicotes comerciais começam a serem
feitos por diversas nações e temos que ficar atentos, pois os russos apontam em
nossa direção para parceiros de negócios e isto pode ser uma faca de gumes...
Temos que avaliar muito a situação de comércio exterior para com esses países,
o fator de risco político é muito grande.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Revista Exame
Anna Malpas e Olga Nedbaeva
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Ucrânia e potências ocidentais
manifestaram seus temores quanto à possível intervenção militar russa, enquanto
a região de Donetsk sofre intensos bombardeios
Donetsk - Kiev e as potências
ocidentais manifestaram nesta sexta-feira seus temores quanto a uma possível
intervenção militar russa sob o pretexto de uma missão humanitária no leste da Ucrânia,
onde Donetsk, em poder dos separatistas, sofre intensos bombardeios. Durante
uma reunião de emergência na ONU sobre a Ucrânia, o
representante ucraniano Olexandre Pavlitshenko disse ter "razões que levam
a crer em uma intervenção russa sob pretexto de uma missão de manutenção de
paz". Ele citou o aumento da presença militar russa na fronteira, que
passou de 12.000 para 20.000 homens em três semanas, o sobrevoo de aviões
não-tripulados russos e disparos contra as tropas ucranianas a partir da Rússia.
Quinze integrantes das forças
ucranianas foram mortos em combates no leste do país nas últimas 24 horas,
principalmente perto da fronteira com a Rússia. As vítimas são sete soldados e
oito guardas de fronteira de uma brigada que precisou “bater em retirada” após
três dias de combates. Neste contexto, a embaixadora americana nas Nações
Unidas, Samantha Power, acusou a Rússia de querer aproveitar a grave situação
humanitária no leste da Ucrânia para intervir ainda mais nesta região. O
agravamento das condições de vida dos civis em torno de Donetsk e Lugansk
"deve ser abordado, mas não pelos que criaram esta situação",
afirmou, atribuindo a responsabilidade a Moscou.
"Falar de manutenção de paz na
Ucrânia pelos russos é uma contradição em si mesmo", denunciou.
A Rússia propôs uma missão humanitária
ou a criação de corredores humanitários para ajudar a população do leste da
Ucrânia. Nas frentes de batalha, os combates ganharam intensidade nesta
sexta-feira em Donetsk e jornalistas da AFP ouviram fortes explosões. O
Exército ucraniano bombardeou pela primeira vez na quinta-feira o centro da
cidade, a principal nas mãos dos separatistas, onde um morteiro atingiu um
hospital, deixando um morto e dois feridos.
Enquanto isso, Kiev perdeu duas
aeronaves. Um helicóptero teve que fazer um pouso de emergência após ser
alvejado por rebeldes, e um caça foi abatido na periferia da cidade de
Zhdanivka, perto do local onde o avião da Malaysia Airlines caiu após ser
atingido por um míssil em 17 de julho.
Guerra
comercial
Enquanto o Exército ucraniano procura
libertar as cidades controladas pelos insurgentes pró-russos, Kiev anunciou
nesta sexta-feira novas sanções contra a Rússia. Os russos optaram na
quinta-feira por responder às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela
União Europeia após o incidente com o avião da Malaysia Airlines.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni
Yatseniuk, anunciou sanções de seu país contra 172 pessoas e 65 empresas,
principalmente russas, acusando-as de terem apoiado a anexação da Crimeia ou de
terem financiado a rebelião pró-russa no leste da Ucrânia. Yatseniuk não
revelou a lista das pessoas e empresas punidas. Ela deverá ser aprovada pelo
Conselho de Segurança e Defesa e adotada pelo Parlamento na terça-feira. Entre
as possíveis sanções, estão a proibição de entrar no país e o congelamento de
ativos. O presidente também mencionou a possibilidade de proibição da entrada
de recursos naturais, no momento em que cerca da metade do gás consumido na
União Europeia passa por território russo. Além disso, a Austrália anunciou
nesta sexta o reforço em breve de suas sanções contra Moscou.
"Sejamos claros, a Rússia é o
perseguidor (...) um grande país que tenta perseguir um pequeno país",
declarou o premiê australiano, Tony Abbott. Na quinta-feira, a Rússia havia
proibido durante um ano a importação de produtos agroalimentares europeus e
americanos em resposta às sanções decretadas por Estados Unidos e UE contra
Moscou, a quem consideram responsável pela crise na Ucrânia.
Rússia
"à beira do abismo"
Em visita a Kiev, o secretário-geral da
Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse na quinta-feira que está disposto a reforçar
sua ajuda à Ucrânia diante da agressão da Rússia. Para ele, o apoio aos
separatistas ganhou "em intensidade e sofisticação". "Faço um
apelo à Rússia para que se retire da beira do abismo, para que se retire da
fronteira. Não utilizem a manutenção da paz como um pretexto para a
guerra", declarou Rasmussen em uma coletiva de imprensa.
A Otan alertou nos últimos dias para a
crescente presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia. A Aliança
Atlântica teme que Moscou intervenha sob pretexto de uma ação humanitária e
pede medidas urgentes para ajudar a população civil no leste.
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