Lisandra e a filha
Stella venceram o preconceito do diabetes
#COMENTÁRIO
Infelizmente, a desinformação sobre
este e outros assuntos no meio da população normalmente geram grandes
problemas. O problema se torna ainda maior quando a reação das pessoas atinge
criançadas portadoras dessa doença. Temos que ter consciência de que ela (a
doença) “NÃO É TRANSMISSÍVEL”, ela tem fator hereditário ou de maus costumes
alimentares após longo tempo, em conseqüência da idade.
Esse programa da IDF voltado ao esclarecimento
e desmistificação a respeito da diabetes, parece ser uma boa idéia, embora aqui
no Brasil tenha apoio de uma entidade comercial e não governamental.
De qualquer forma, é muito importante
que pais, professores e pessoas em geral tenham conhecimento de como agir
diante de situações que podem surgir com o relacionamento com diabéticos. Às
vezes, pequenos gestos, pequenas atitudes podem salvar a vida dessas pessoas...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Notícias R7
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Projeto educativo sobre diabetes
infantil nas escolas chega ao Brasil
Não foi fácil para a estudante Stella
Sadocoo Paes, 17 anos, driblar o bullying na escola por causa do diabetes tipo
1, diagnosticado no primeiro ano de vida. A falta de conhecimento sobre a
doença dos professores, colegas e pais chegou ao ponto de ela ser proibida de
brincar com algumas amiguinhas porque “as mães achavam que o diabetes era
contagioso e pegava pelo toque”, lembra a jovem menina.
Além do preconceito, a mãe Lisandra
Paes, 41 anos, conta que sempre enfrentou dificuldade para matricular a filha
na escola. Desde a idade pré-escolar até hoje, Stella já passou por cinco
instituições de ensino. Atualmente, ela estuda na Escola Municipal de Ensino
Fundamental e Médio Professor Derville Allegretti, na zona norte de São Paulo,
onde a mãe é coordenadora pedagógica.
— As escolas não podem impedir a
matrícula, mas quando sabem que a criança tem diabetes dificultam o processo,
reforçando que a criança vai tomar lanche separado dos colegas, que os
educadores não podem medir a glicemia nem aplicar insulina e assim vai.
Mãe abandona emprego para
cuidar de filha pequena com diabetes
Até os nove anos — idade que Stella
venceu o medo de aplicar a insulina sozinha — Lisandra sempre acompanhou a
filha nos passeios da escola, já que era uma exigência para que a aluna pudesse
participar das atividades com os colegas de sala.
— Eu faltava no trabalho para que ela
não se sentisse excluída e tivesse a oportunidade de conviver com o grupo.
“Meu maior medo é prejudicar a
saúde do bebê”, diz grávida com diabetes gestacional
Nas festas de aniversário, Lisandra
levava a comida da filha, salgados e doces, para que ela não passasse vontade.
Exatamente por vivenciar essa realidade, a coordenadora pedagógica recebeu em
sua escola o projeto Kids, que acaba de ser lançado no Brasil, voltado à
conscientização do diabetes no ambiente escolar.
—No dia seguinte do treinamento
recebido, um professor identificou um aluno com diabetes que não havia relatado
que tinha a doença por medo.
Diabetes nas escolas
O projeto Kids é uma iniciativa da IDF
(Federação Internacional de Diabetes) que chegou ao Brasil por meio de uma
parceria com a ADJ Diabetes Brasil (Associação de Jovens Diabéticos) e a
empresa farmacêutica Sanofi. Exatamente por ser pioneiro no País e visar levar
educação e conhecimento sobre uma doença crônica que só cresce, conta com o
apoio do Ministério da Saúde e das Sociedades Brasileira de Diabetes e de
Pediatria.
Diabetes: descubra os mitos e
verdades sobre a doença
Nesta fase inicial, 15 escolas públicas
e privadas, sendo 13 no Estado de São Paulo e duas no Ceará, serão selecionadas
entre uma lista de 42 que já mostraram interesse em participar do projeto, que
será direcionado a crianças e adolescentes de seis a 14 anos, explica Fernanda
Castelo Branco, da ADJ Diabetes Brasil.
— Nosso critério é que a escola tenha
entre 700 e 1.000 alunos do ensino fundamental, sendo pelo menos dois com
diabetes tipo 1. Além disso, exigimos a participação das famílias.
O curso tem duração de um dia e é
dividido em módulos de 1h30 para os educadores e 45 minutos por faixa etária,
com palestras lúdicas, práticas e interativas. A equipe que vai levar o
conhecimento para as escolas é formada por três educadores em diabetes e quatro
estagiários.
Como o Brasil é um país muito grande, a
endocrinologista Denise Reis Franco, diretora da ADJ Diabetes Brasil e uma das
coordenadoras do projeto Kids, avisa que o material educativo ficará disponível
para download gratuito em oito línguas no site de todos os parceiros.
— A ideia é propagar o programa para o
maior número de pessoas. Estamos na fase inicial e futuramente queremos fazer o
treinamento em vídeo.
De acordo com a IDF, existem hoje 12
milhões de diabéticos no Brasil, sendo que de 5% a 10% do total corresponde ao
tipo 1 (infanto-juvenil). A cada ano, 5.000 novos casos da doença nas crianças
são diagnosticados, por isso a importância de desmistificar o assunto no
ambiente escolar.
Denise explica que “embora as escolas
brasileiras não possam realizar nenhum procedimento médico, é importante que os
professores e colegas saibam reconhecer alguns quadros clínicos e consigam
acionar quem for preciso”.
— Reverter uma hipoglicemia [queda da
taxa de açúcar no sangue] com uma bala ou copo de suco de laranja pode salvar
vidas. Além disso, para essas crianças a insulina é uma questão de
sobrevivência e precisa ser aplicada no horário.
Depois de alguns obstáculos, Stella [a
estudante do início desta reportagem] não enfrenta mais preconceito na escola.
Ela administra a insulina seis vezes por dia e monitora a glicemia com a mesma
frequência.
—Todo mundo sabe que tenho diabetes e não
sou julgada por isso. Só evito tomar a insulina na frente dos outros porque sou
tímida.
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