Política
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#COMENTÁRIO
Muito embora alguns simpatizantes de
alguma bancada política no congresso possam estar neste instante torcendo o
nariz. Mas há bem da verdade, é muito bem vinda a ideia de um congresso
extremamente divergente nas opiniões, mas congruente. Um congresso questionador jamais se deixará
levar por conchavos e as dificuldades de se passar um processo que não seja de
interesse de todos é quase inexistente. Aí se exprime a real ideia de política
aos moldes de Platão e Aristóteles. A existência de elementos de alta
representatividade popular em seu seio, faz com que o Congresso se torne a
verdadeira casa de soluções para os anseios de um povo. Esses elementos
defendem seus pontos de vista de acordo aos seus acólitos e por isso não podem
transpor esses limites por outros motivos.
Nos famosos jogos de ganha e perde
muito comum nas discussões e disputas políticas, tende-se a haver um equilíbrio
nas negociações, sobrando pouquíssimas possibilidades de existir tendência
apenas para um lado, para atender a interesses outros ou de terceiros.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Você discorda da ideia de um congresso
tão heterogêneo?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
JOÃO CARLOS MAGALHÃES - DE
BRASÍLIA - 08/10/2014
Congressistas que defendem agendas conservadoras
ganharam força na Câmara nas eleições. Estimativas apontam aumento dos
integrantes das bancadas evangélica, ruralista e "policial".
A configuração deve dificultar o debate de leis
liberalizantes, como a legalização do aborto e das drogas, e da pauta ambiental
e indígena.
Para a Frente Parlamentar Evangélica, o pleito de
domingo elegeu a "maior bancada da história da Igreja Evangélica no
Brasil". Antes das eleições, a bancada tinha 71 deputados. Agora, diz a Frente,
chegará a 80 membros.
Além de numerosos, quatro políticos evangélicos
encabeçaram a lista dos mais votados em Alagoas, Espírito Santo, Paraná e
Piauí.
No governo Dilma, o grupo barrou o que chamaram de
"kit gay" (material anti-homofobia produzido para ser distribuído em
escolas pelo Ministério da Educação), e emplacaram como presidente da Comissão
de Direitos Humanos o pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Feliciano foi reeleito
com 398 mil votos, quase o dobro de 2010.
Os ruralistas também esperam um aumento
significativo de sua bancada. Em geral, estima a Frente Parlamentar da
Agropecuária, seu núcleo duro deve passar de 60 para cerca de 70 deputados. Em
geral, mais de 200 congressistas devem apoiar sua agenda (hoje são cerca de
190).
Responsáveis por importantes derrotas governistas
nos últimos quatro anos, como na discussão do Código Florestal, a bancada tem
ao menos dois focos específicos para a próxima legislatura: dar ao Congresso a
palavra final sobre a demarcação de terras indígenas e retirar "trabalho
degradante" da definição de trabalho escravo.
A bancada "policial", que defende mais
medidas repressivas de segurança pública, também teve campeões de voto, como
Jair Bolsonaro (PP-RJ). O Diap disse que ao menos 20 deputados podem ser
considerados dessa bancada.
Parte dessas bancadas converge em diversos pontos,
como a resistência à pauta do movimento LGBT. Apesar de o principal parlamentar
ligado ao movimento, Jean Wyllys (PSOL-RJ), ter decuplicado sua votação em
relação a 2010, só 16 dos 513 deputados eleitos declararam que defenderão a
causa. "Não apenas ficará praticamente impossível discutir temas como
aborto. Há o risco de retrocesso", disse Marco Antonio Teixeira, professor
da FGV. Para ele, os resultados revelam que os protestos de 2013 não geraram
canais de interlocução com o Estado e dissiparam seu potencial progressista.
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