quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Áreas sob viadutos do centro de São Paulo terão lojas e oficinas culturais


Cotidiano



Área sob o elevado Bernardino Tranchesi, atrás do Masp, onde a prefeitura pretende instalar livraria e café


#COMENTÁRIO

Á despeito do desalojamento de moradores de rua, essa medida, se tomada de maneira geral no estado todo, não só na cidade de São Paulo, pode tornar um grande aproveitamento de espaço ocioso e que pode vir de encontro a solicitações de muitas prefeituras por área de uso social. As prefeituras ao construírem um viaduto ou ponte, já poderiam disponibilizar de imediato essa área para uso de entidades que se dispusesse a criar ali seu espaço cultural.
Quanto aos moradores de rua, é uma responsabilidade exclusiva dos órgãos de assistência social dos governos estadual e municipal, independentemente de qualquer posição tomada com base na proposta do governo do estado.
Outro fator não levantado nesse projeto da Prefeitura Municipal de São Paulo é questão de segurança pública. Quem já teve oportunidade de caminhar à noite por baixo desses viadutos ou pontes na cidade paulista e muito provavelmente em todas as grandes cidades, conhece a dificuldade e o temor de se ter que fazer isso...

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

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LEANDRO MACHADO - DE SÃO PAULO - 24/09/2014  

A Prefeitura de São Paulo vai ceder os espaços debaixo de viadutos do centro da cidade para empresas e também a projetos sociais que ofereçam oficinas culturais.
Tocada pela Subprefeitura da Sé, a iniciativa propõe a "revitalização e conservação urbanística" desses espaços, segundo a descrição no site da administração municipal. O centro da capital paulista tem cerca de 50 viadutos – muitos servem de abrigo para moradores de rua. O número de locais que receberá reformas ainda é incerto, pois técnicos ainda estudam as obras. A estrutura precisa ter espaço suficiente para que a empresa ou o projeto possa se instalar.
No elevado Bernardino Tranchesi, atrás do Masp, por exemplo, a prefeitura pretende instalar uma livraria e um café. No local, há uma estrutura onde vivem quatro moradores de rua. Na segunda-feira (22), a Subprefeitura da Sé começou a receber as propostas para esse elevado. O prazo termina em 3 de outubro. O viaduto Major Quedinho, na avenida Nove de Julho, será ocupado pelo projeto social Resgatando Vidas Através da Música, que dará oficinas para pessoas pobres. As obras já começaram, segundo a prefeitura.

CUSTOS
"Nós achamos que é possível ampliar a utilização dessas estruturas. Os baixos dos viadutos não precisam ser lugares degradados, feios, que só servem para estacionamento e moradores em situação de rua", diz o subprefeito Alcides Amazonas. A empresa ou projeto social cujo projeto for escolhido será responsável por reformar e conservar o local. Terá também de bancar os custos. O subprefeito reconhece que tem dificuldades financeiras para tocar obras de revitalização e manutenção do mobiliário do centro. "Temos limitações orçamentárias, o dinheiro é sempre curto. Tentamos então fazer bons projetos com recursos da iniciativa privada", diz.

MORADORES DE RUA
Em 2005, a gestão do então prefeito José Serra (PSDB) foi chamada de higienista por instalar rampas "antimendigo" debaixo de viadutos. No começo deste ano, a administração de Fernando Haddad (PT) também foi criticada por colocar blocos na parte de baixo de elevados na zona norte da cidade. Um dos quatro homens que vivem embaixo do elevado Bernardino Tranchesi, conhecido como Mandala, 49, diz morar no local há seis anos. Ele não quis revelar seu nome. "Ninguém chega para nos ajudar, só para nos tirar daqui", afirmou Mandala, ao saber da possibilidade de ter de deixar o local. "Nós não praticamos a política higienista. Virou uma convenção que viaduto é lugar de morador de rua. Precisamos ter espaços melhores para eles, isso estamos vendo também", diz o subprefeito Amazonas.
A prefeitura afirmou que também vai oferecer as áreas debaixo dos viadutos para projetos sociais que envolvam moradores de rua e catadores de lixo. 

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