Sociedade
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#COMENTÁRIO
O sudeste brasileiro, principalmente no
estado de São Paulo/BR, a estiagem está fazendo muito estrago na vida dos
cidadãos. Moro em uma cidade muito próxima a Itu e tenho contato com muita
gente dessa cidade, até parentes, isso me deixa muito bem informado da situação
da cidade, é de calamidade! Trata-se de uma cidade histórica, sem muitos
recursos além do turismo e é de um razoável tamanho. Em minha cidade há uma
represa muito grande que abastece acredito que umas dez cidades sem qualquer
falta de água. Infelizmente por razões geográficas, Itu não consegue receber
água dessa represa, se houvessem interesses políticos na região, acredito que
poderiam ser bombeadas para aquela cidade sem muitos problemas, mas com um razoável
custo.
O desespero que essa gente está sentindo, dá para justificar uma movimentação
dessa monta pelo tempo que a estiagem está acontecendo, sem muitas melhorias
além de promessas. O que não pode ser considerado e tem que ser reprimido são
os baderneiros e seus quebra-quebras.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
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LUCAS SAMPAIO - ENVIADO
ESPECIAL A ITU (SP) - 24/09/2014
"Quem atirou os ovos e os tomates foram as
donas de casa mesmo", diz o historiador Fábio Lepinsk, 30, sobre o
protesto contra a falta de água que acabou em quebra-quebra em Itu (a 102 km de
SP) na segunda-feira (22).
No ato na Câmara Municipal da cidade, em
racionamento há oito meses, manifestantes jogaram pedras e outros objetos nos
vereadores. O presidente da Casa, Marco Aurélio Bastos (PSD), levou uma
"ovada" no rosto.
"Minha avó tem bronquite e osteoporose e tem
de acordar de madrugada para conseguir pegar água", diz Lepinski, que
participou do ato. "O povo não aguenta mais."
O protesto era o assunto da cidade nesta terça
(23). A controvérsia era apenas o estrago na Câmara. "Achei ótimo. Só não
concordei com a depredação", diz Arlete Martin, 54, dona de uma loja.
Uma nova manifestação deve ocorrer hoje (24/9) ou
quinta em frente à prefeitura.
PISCINA DE 10 MIL LITROS
No racionamento em vigor, a cada dois dias os
moradores recebem 10 horas de água.
Mas nem essa regularidade existe, diz Eduardo
Castro, 41, dono de um café. "O que causa indignação é a expectativa pela
água. Se eles disserem que vai vir água uma vez por semana e entregarem, você
se prepara", afirma.
O fornecimento cabe à Águas de Itu. Assim como a
Sabesp, empresa ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), a concessionária
culpa a estiagem no Estado pela falta de abastecimento.
Diante da situação, a população vem tomando medidas
extremas – e criativas.
Após ficar 17 dias "na seca", Roberto
Nunes Jr., 43, comprou uma piscina de 10 mil litros, duas caixas de água, duas
bombas e um caminhão-pipa cheio.
O conjunto, que custou R$ 2.000, funciona como um
reservatório doméstico: a água do caminhão é guardada na piscina, bombeada para
as caixas e usada em atividades como banho e limpeza.
Ao ver a piscina de Nunes Jr., o garçom Roberto
Joel, 46, perguntou quanto custava chamar um caminhão-pipa. "Paguei R$ 800
por uma caixa de 5.000 litros, mas ainda não consegui enchê-la porque não vem
água. Está uma pouca vergonha isso", diz.
VIGIA
A dona de casa Elaine Rocha, 42, que mora com mais
sete, está há 22 dias sem uma gota na torneira. "Fico de madrugada de
vigia e coloco o despertador de hora em hora para ver se veio água", diz.
Ela precisou pegar água da chuva na calha do
telhado para dar banho na mãe doente, de 78 anos. "Não fui ao protesto
porque não posso deixar minha mãe sozinha", diz.
Segundo a PM, cerca de 2.000 pessoas participaram
da manifestação, marcada pelo Facebook.
A Tropa de Choque jogou bombas de gás lacrimogêneo,
e sete pessoas foram detidas por dano ao patrimônio, mas liberadas por falta de
provas.
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