Futuro
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#COMENTÁRIO
Nossa convivência em harmonia na Terra
inclui algumas regras que não deveríamos quebrar, entre elas, os cuidados com
os raios solares. Tão necessários à nossa sobrevivência, podem-se tornar
nocivos quando descarregamos no ar partículas nocivas a ele. Podemos nos
considerar uns “sugismundos” inveterados, quando não sujamos a terra, sujamos a
água e quando vamos descansar um pouco, aproveitamos para sujar o ar... “Eta
nóis, né?” Brincadeiras à parte, nós deveríamos
levar a sério essa estória de camada de ozônio. A industrialização chegou a tal
ponto de sofisticação que nem podemos imaginar, porém pecamos no
desenvolvimento de tecnologias para nos proteger dos restos da produção
industrial. Lentamente, aqui no Brasil, está se tomando consciência desses
problemas que nos mesmos criamos e muito a contra-gosto das grandes empresas
produtoras, parece-nos que já existem algumas providências isoladamente.
Deveria haver a união de interesses dos
órgãos reguladores nas aberturas e liberações de alvarás para funcionamento, um
travasse o outro até que se completasse o atendimento de todas as exigências
legais. E isso obrigatoriamente deveria incluir o meio ambiente.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Já existe um esboço dessa proposta. Não
deveria ser uma obrigatoriedade?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
RAFAEL GARCIA - DE SÃO
PAULO - 22/09/2014
O aquecimento global poderá trazer de chuvas e
secas extremas à subida do nível do mar, mas ao menos uma coisa positiva ele já
produziu: graças à mudança climática, a camada de ozônio (O3) que nos protege
dos raios ultravioleta vem se restaurando mais rapidamente.
A OMM (Organização Meteorológica Mundial) publicou
neste mês seu sétimo grande relatório científico sobre o problema. O documento
aponta que, após ficar em níveis estagnados desde 2000, o ozônio estratosférico
(que sofrera uma queda acentuada nos anos 1980 e 1990) está finalmente
começando a se recuperar.
Os dados ainda não são conclusivos para toda a
camada de ozônio estratosférica mas, em altitudes maiores, acima de 40 km, a
recuperação já é fato. Ali, o ozônio se recuperou cerca de 3% na última década.
Metade dessa boa notícia, afirmam cientistas que
trabalharam no documento, se deve à assinatura do Protocolo de Montreal, em
1987, o tratado internacional que obrigou a indústria a reduzir emissões de
substâncias destruidoras de ozônio, como os CFCs (clorofluorcarbonetos).
A outra metade, no entanto, pode ser atribuída ao
CO2 (gás carbônico), o principal causador do aquecimento global. Ao reter calor
na troposfera (a camada inferior da atmosfera), a estratosfera, camada
superior, se resfria. E, no frio, as reações químicas que quebram a molécula de
ozônio ocorrem a uma taxa mais lenta.
Apesar de parte da melhora na camada de ozônio ser
atribuída a um fenômeno que, por outras razões, é indesejado, o relatório da
OMM tem um tom animador.
"Eu diria que é uma boa notícia, sim, mas num
contexto com certa complexidade", disse à Folha Paul Newman, geocientista
da Nasa e um dos autores principais do documento. Só o fato de a produção de
CFCs ter sido reduzida, não ampliada, já se traduz em números de vidas salvas –
2 milhões de pessoas deixaram de desenvolver câncer de pele, afirma a OMM.
A complexidade em avaliar a recuperação da camada
de ozônio se deve ao fato de que sua oscilação natural é muito grande, o que
torna a margem de erro das projeções muito alta. Além disso, a interação do
problema do ozônio com o aquecimento global não se dá somente pelo resfriamento
da estratosfera.
"Os CFCs não apenas danificam a camada de
ozônio, mas também são gases de efeito estufa poderosos", explica Newman.
"Ao regulamentar os CFCs, então, estávamos fazendo duas coisas: resolvendo
o problema do ozônio e desacelerando o aquecimento global."
Uma estimativa do climatologista britânico Myles
Allen publicada no ano passado aponta que a temperatura na superfície do
planeta estaria 0,1°C mais quente hoje, em média, sem o Protocolo de Montreal.
O novo relatório da OMM, porém, alerta que esse
benefício pode não durar muito. Os HFCs (hidrofluorcarnonetos), os compostos
que a indústria começou a usar mais recentemente para substituir os CFCs, também
são potentes gases-estufa, apesar de não destruírem ozônio.
"A camada de ozônio e a mudança climática
estão intricadamente conectadas, e o aquecimento global ficará cada vez mais
importante para o futuro da camada de ozônio", afirma o relatório.
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