Saúde
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#COMENTÁRIO
Longe de querer fazer qualquer
comentário, por mínimo que seja, uma vez que não dispomos da menor qualificação
para tal, postamos a reportagem da Folha, por acharmos de grande valia às
pessoas em fase de constituição familiar.
Cabe a valorização de uma melhoria nos
exames já feitos em redes privadas e a esperança de disponibilização em
atendimentos médicos para a área pública de saúde. A um custo ainda elevado
para a maioria da dita classe média e quase impossível às classes abaixo, estes
exames de sangue em pré-natal são considerados de extrema valia na prevenção de
tratamento físico e psicológico para o bebê e também para a futura mamãe.
#Disse
Carlos Leonardo
#CONVITE
Que você acha da aplicação dessas
tecnologias no pré-natal?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
DÉBORA MISMETTI - EDITORA
DE "CIÊNCIA+SAÚDE" - 27/09/2014
Síndromes causadas pela falta de pedaços minúsculos
de DNA em um cromossomo agora podem ser detectadas no feto, a partir da nona
semana de gravidez, por meio de um teste feito no sangue da mãe, colhido como
um exame de sangue comum. O teste, que se tornou disponível no Brasil
recentemente, é um aprimoramento do exame já feito na rede privada desde o
início do ano passado para encontrar anomalias cromossômicas, entre elas a
síndrome de Down, a mais comum das trissomias (ter três cópias de um cromossomo
em vez de duas).
Ao todo, é possível detectar cinco síndromes
causadas por microdeleções: DiGeorge, Prader Willi, Angelman, Cri du Chat e
Deleção 1p36. Elas se somam agora às alterações cromossômicas que já eram
encontradas na versão anterior do teste: síndrome de Down (trissomia do
cromossomo 21), Patau (13), Edwards (18), Turner (alterações no cromossomo X em
meninas), Triplo X, Klinefelter (um cromossomo X a mais em meninos) e
triploidia (uma cópia a mais de todos os cromossomos). Tanto nas alterações de
cromossomos quanto nas microdeleções, o erro ocorre na hora da formação dos
gametas (óvulos e espermatozoides). Mas o risco de carregar um cromossomo
inteiro a mais ou a menos aumenta com a idade. Assim, uma mulher com 40 anos
tem risco de 1% de ter um bebê com down.
"Para as microdeleções, não há grupo de idade
de risco", afirma o geneticista Ciro Martinhago, da clínica Chromosome
Medicina Genômica, que já fez testes de microdeleções. Os exames são colhidos
aqui e enviados para uma empresa dos EUA, que analisa o material.
DIAGNÓSTICO DIFÍCIL
Outro ponto que diferencia as trissomias das
microdeleções é que as últimas são muito mais difíceis de "enxergar".
A maioria não dá sinais no ultrassom, a não ser em caso de problemas cardíacos.
Exames de cariótipo – que contam os cromossomos do
feto – feitos a partir de material colhido de forma invasiva, diretamente da
placenta ou do líquido amniótico, também não conseguem ver esses problemas.
Além disso, os exames invasivos trazem um risco em torno de 1% de causar
aborto.
O novo exame procura pedaços do DNA do feto que
ficam circulando no sangue materno, junto com código genético da mãe. A análise
de milhares de trocas de letras do código genético permite separar o DNA dos
dois e procurar as partes faltando nas regiões ligadas às cinco síndromes mais
comuns causadas por microdeleções.
Segundo Rita Sanchez, especialista em obstetrícia
de risco e chefe da maternidade do hospital Albert Einstein, o diagnóstico
precoce das síndromes permite tomar providências para melhorar o prognóstico
dos bebês.
A mais comum delas é a síndrome DiGeorge, que
ocorre em 1 em 4.000 bebês – down, por exemplo, acomete, em média, 1 em 600
bebês. Causada por uma deleção no cromossomo 22, a DiGeorge leva a problemas
cardíacos graves, convulsões e atraso no desenvolvimento. De acordo com
Sanchez, na síndrome DiGeorge a criança sofre convulsões logo ao nascer por
falta de cálcio. "As convulsões causam sequelas. Se você já sabe o que é,
já começa a corrigir a falta de cálcio, o que melhora o prognóstico da
criança." O Einstein deve começar a oferecer o teste dentro de um ou dois
meses. O exame tem preço em torno de R$ 3.500, a depender de quantas síndromes
o paciente quer buscar. É possível procurar todas ou se concentrar em alguma
caso haja suspeita por histórico familiar – só uma minoria se encaixa nesse
caso. "É melhor a família se preparar do que viver as fases de negação e
raiva quando a criança nasce. O diagnóstico precoce ajuda no vínculo entre mãe
e bebê", afirma Ciro Martinhago.
Apesar de graves, as cinco síndromes não são
incompatíveis com a vida, portanto não haveria base para pedir autorização
judicial para abortar por causa do teste.
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