Mundo
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#COMENTÁRIO
Um dia depois de nosso querido e
famigerado leão rugir forte sobre viajantes de e para o exterior, eis que na
jaula vizinha chamada Argentina outro leão responde aos apelos do brasileiro.
Com as mesmas intenções do governo brasileiro, arrecadar, segurança é segundo
plano, o governo argentino também se declara exigente desse fatídico
questionário sobre a vida do viajante.
Vejamos. A ação seria muito bem vista
por todos, brasileiros e argentinos, se a motivação maior fosse segurança civil
ou militar, se fosse proteção à saúde das pessoas no país. As pessoas acatam
muito facilmente regras, por mais restringentes que sejam, se elas detectarem que
a intenção dessa nova regra seja proteção do país, tanto na área civil como
militar. Torna-se da mesma maneira um problema se esse mesmo povo sentir que a
intenção primeira da ação seja simplesmente uma nova maneira do governo
arrecadar mais, de cercar suas possibilidades de um pequeno deslize tributário.
Afinal, ele se acha no direito de cometê-lo baseando-se nas grandes fraudes
monetárias geradas pelos governos do país.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Como você vê essa checagem a viajantes
pelo exterior?
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FELIPE GUTIERREZ - DE BUENOS
AIRES - 26/09/2014
O governo argentino determinou que as companhias
aéreas terão que passar dados minuciosos de seus passageiros de voos
internacionais ao fisco e aos agentes de segurança do país.
A decisão, publicada no diário oficial, exige que
as operadoras informem como cada passageiro pagou a passagem, em que endereço
recebe suas contas, dados sobre o programa de milhagem, histórico de não
comparecimento, o número de bagagens de cada um deles, o código das malas que
foram despachadas, e o assento ocupado no voo, entre outros.
Serão exigidos dados de argentinos e estrangeiros.
O levantamento inclui o tipo de documento usado no voo, nacionalidade, data de
nascimento e itinerário completo.
No total, são 32 itens.
Para os voos que chegarem à Argentina, os dados vão
ser transmitidos quando todos tiverem embarcado. Para os de saída, é preciso
enviar até 30 minutos antes do fechamento das portas da nave.
Em Paris, o titular do fisco, Ricardo Echegaray,
afirmou que as empresas ficarão responsáveis por passar as informações, e
que"os passageiros não terão que informar nenhum dado extra".
O fisco, diz ele, só está centralizando as
informações para "buscar a melhor política migratória e poder gerenciar os
dados". Os argentinos que consomem no estrangeiro são tributados sobre
compras no exterior acima de US$ 300. O imposto é de 50% sobre o valor que
exceda o teto.
DE OLHO DO DÓLAR
Do ponto de vista fiscal, a medida tem dois
objetivos, diz Lorenzo Sigaut Gravina, economista-chefe da consultoria
Ecolatina: coibir a sonegação e evitar fraudes com o dólar turismo.
Saber as respostas a essas perguntas "vai
permitir que o fisco saiba se os dólares que os argentinos declaram terem sido
comprados para viagens realmente vão ser gastos no exterior em turismo. Mais do
que evasão, o problema da Argentina é a falta de dólares", afirma.
Segundo ele, a medida soa como mais uma restrição a
viagens ao estrangeiro.
Segundo o decreto, publicado no diário oficial, o
mecanismo "permitirá contar com informação única e atualizada em tempo
real para otimizar os processos de controle e fiscalização e simplificar
procedimentos aduaneiros, migratórios e de segurança aeroportuária".
Não é só o fisco que irá receber as informações,
mas também a direção de migrações e a segurança dos aeroportos.
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