quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Governo federal financia metade de “Coliseu” no sertão cearense


Política


Estádio de Alto Santo (CE), com fachada inspirada no Coliseu de Roma; custo da obra é de R$ 1,3 mi 



#COMENTÁRIO

Cabe no possível uma coisa dessa? Adeptos políticos da estrela solitária não podem questionar nada a não serem as responsabilidades do prefeito atual, porque os acordos iniciais foram entre PT e Solidariedade. Quero colocar com todas as letras possíveis, que isto não é campanha política, é comentário apartidário, vou-me ater ao fato intrínseco do assunto.
Num município que declarou estado de emergência por falta de água, negocia com o governo federal a construção de um estádio de futebol que, pasmem, tem capacidade para abrigar quatro mil pessoas a mais do que o que tem o município em habitantes. A esperança ou justificativa dos envolvidos é a utilização do estádio por um time da primeira divisão do futebol do estado que é de uma cidade a cento e sessenta quilômetros de distância do estádio e nem está muito afim de levar seus jogos para lá, é possível?

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

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ANDRÉ UZÊDA - ENVIADO ESPECIAL A ALTO SANTO (CE) - 23/09/2014  

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) financiou metade da construção, no sertão cearense, de um estádio de futebol com fachada inspirada no Coliseu romano.
A arena, em Alto Santo (a 230 km da capital, Fortaleza), terá capacidade (20 mil) superior ao número de habitantes do município (16 mil).
Após cinco anos em obras, o Coliseu do Sertão deve ser inaugurado em janeiro do ano que vem. O custo de R$ 1,3 milhão foi dividido entre governo federal e prefeitura.
O Ministério do Esporte repassou R$ 619 mil, por emendas parlamentares – quando o deputado indica a obra e o governo libera o recurso.
Alto Santo não tem time na primeira divisão do Estado – o Alto Santo Futebol Clube, fundado em 2007, não joga em nenhuma divisão do futebol local. Para evitar que a obra faraônica logo se torne um elefante branco, a prefeitura negocia para receber os jogos do time de Quixadá, cidade a 160 km de distância.
Para o ex-prefeito Adelmo Aquino (SD), idealizador do Coliseu, o estádio ampliará o potencial turístico e trará receitas para o comércio local.
"O projeto é a longo prazo e será finalizado gradativamente daqui a dez anos. Daqui a uma década, Alto Santo terá uma população maior, e queremos que o estádio continue atual", afirmou.
A primeira fase da obra será entregue com 6.000 lugares. As demais 14 mil cadeiras, que estão no projeto, viriam numa segunda etapa.
Questionado sobre os critérios adotados pelo governo federal para financiar o estádio, o Ministério do Esporte informou que as emendas já vieram definidas pelo Congresso e que o projeto foi aceito pelos técnicos da pasta.
O governo não disse quantas pequenas cidades do interior do país receberam repasses similares para construir equipamentos esportivos.

IRRIGAÇÃO
O interior do Ceará sofre com a falta de chuvas regulares há quatro anos, e Alto Santo é um dos 175 municípios do Estado (95% do total) que decretaram situação de emergência devido à seca.
Mesmo assim, o gramado é irrigado regularmente, meses antes de sua inauguração.
Para Aquino, água não falta. "Estamos, possivelmente, em um dos locais de maior volume de água de todo o Ceará. Temos aqui dois grandes açudes que nos abastecem em grande volume, o Castanhão e a barragem do Figueiredo", disse à Folha.
Procurado, o atual prefeito da cidade, José Iran Paulino (PRB), não foi localizado.
O município aposta na negociação com o Quixadá Futebol Clube, da primeira divisão cearense. O gramado já foi aprovado pela federação estadual, mas o clube hesita em bancar a taxa relativa ao aluguel do estádio –10% do arrecadado na bilheteria.
Nadoth de Castro, presidente do Quixadá, diz que o clube aceitará jogar no Coliseu se a prefeitura abrir mão dessa receita. "Só é vantajoso se tivermos esse percentual da renda. Caso contrário, fica muito oneroso." 



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