segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Famílias alagoanas ainda rejeitam doação de órgãos


Saúde







#COMENTÁRIO

É até compreensível essa vã esperança de que o ente querido ainda tenha um resquício de vida. A falta de esclarecimento aliada a preceitos religiosos inibe a possibilidade e as chances de alguém que esteja aguardando a oportunidade de uma nova vida. A reportagem apesar de baseada em Alagoas, reflete em quase sua totalidade, as mesmas reações das pessoas, apresentadas em todas regiões brasileiras. Deveria haver por parte do Ministério da Saúde um amplo trabalho de esclarecimento sobre o assunto nas mídias de maior poder entre as pessoas, a TV e o rádio.

Pensando friamente, é quase um ato de egoísmo querer manter intacto o corpo do ente falecido quando a tantas pessoas carecendo de uma doação para que possa sobreviver, para que possa ver, conhecer um mundo que nunca viu, talvez...



Rodrigo Campos, nefrologista da Santa Casa de Maceió


Matéria esclarecedora sobre Morte Cerebral, clique e leia. Biblioteca Virtual em Saúde

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

Deveríamos expressar em vida o desejo de doação de órgãos, não acha?
Eu sou doador múltiplo de órgãos.

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Em Alagoas, a Central de Captação de Órgãos possui 342 pessoas na fila de espera aguardando um transplante. No Brasil, o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) registrou em junho 17.814 pacientes aguardando uma chance para viver ou para ter mais qualidade de vida. Enquanto isso, mesmo após a confirmação de morte encefálica do paciente, muitas famílias têm recusado a doação de órgãos.
Ainda segundo o RBT, publicado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em 2014 o sistema recebeu 4.551 notificações de potenciais doadores em todo o país. Deste total, 1.313 famílias de pacientes sequer quiseram ser entrevistadas para tratar de uma possível doação de órgãos. Em Alagoas, das 18 notificações verificadas no primeiro semestre, 12 geraram entrevista e seis (50%) recusaram. Cinco doações não foram autorizadas no período.
Os números revelam um dos principais empecilhos na área de transplantes quando o assunto é doador falecido. “Mesmo após a confirmação da morte encefálica, muitas famílias acreditam que o paciente pode estar em coma e acordar a qualquer momento. Daí a recusa em tratar de uma possível doação de órgãos”, comentou o nefrologista Rodrigo Campos.
O problema na demora em se decidir pela doação de órgãos é que o paciente com morte encefálica pode sofrer uma série de ocorrências, como parada cardíaca, por exemplo, que podem comprometer o estado de todos os órgãos e todo o procedimento.
Daí o foco do Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado no neste sábado (27), ser direcionado às famílias e a cada cidadão que queira realizar esse gesto humanitário: “Doe órgãos, doe vida!”
“Infelizmente, a cada 10 potenciais doadores, quatro não realizam a doação de órgãos devido à recusa da família. Por isso, é importante que todos expressem em vida esse desejo”, acrescentou Rodrigo Campos.
Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à família o desejo da doação. Normalmente, todos concordam com a realização deste último desejo, que só se concretiza após a autorização da família por escrito.
No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução CFM Nº 1480/97, devendo ser registrado, em prontuário, um Termo de Declaração de Morte Encefálica, descrevendo os elementos do exame neurológico que demonstram ausência dos reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar.



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