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Cerimônia de comemoração dos 65 anos da República Popular da
China em Hong Kong: um guarda-chuva amarelo lembrou os protestos
#COMENTÁRIO
Uma onda nova está se formando, crescendo
a cada dia mais e mais. Legítima reivindicação que representa um anseio de um
povo que compra a ideia de garotos que corajosamente peitaram o potentado
chinês. A tendência é desse levante popular tomar corpo cada vez maior com a
adesão das classes de poder em Hong Kong.
O estado chinês estará entre a cruz e a
espada diante do mundo porque uma vez prometida manutenção da liberdade nas
eleições ele não pode agora lembrar que tem atrás de si uma nação com mais de
um bilhão de habitantes que vivem sob um regime fechado e totalmente dependente
das vontades do governo, e querer impor uma pseudo-liberdade de ações ao povo
chinês de Hong Kong.
Essa situação governamental legitima a
reação da população da ilha que vê seus direitos de liberdade ser usurpados
pelas forças da cúpula da república chinesa.
O mais interessante e que pode servir
de exemplo a muitos é a representatividade de todo esse movimento popular na
pessoa de Joshua Wong, um garoto estudante de dezessete anos apenas.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Público
de Portugal
#CONVITE
O movimento Occupy Central pode ser
comparado aos Caras Pintadas?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
MARIA JOÃO GUIMARÃES - 01/10/2014
Activistas
esperam que durante o feriado haja cem mil pessoas nas ruas da cidade.
A bandeira chinesa foi hasteada em Hong Kong numa
cerimónia cuidadosamente coreografada e sem qualquer perturbação, enquanto nas
ruas os mais ordeiros protestos de sempre viam chegar cada vez mais pessoas.
“Estudantes, banqueiros, lojistas, milionários… Fico
constantemente surpreendida com a força das convicções e a profundidade do
apoio do público em geral. Espero que alguém esteja a dizer a Xi Jiping a
verdade sobre o que ele está a enfrentar”, disse Carrie Grace, da BBC, depois
de um dia entre os manifestantes.
À medida que avançava o dia feriado, a multidão nas
ruas tornava-se mais variada: além das caras muito novas dos estudantes,
apareciam famílias, algumas com bebés, o que mudava a atmosfera dos
protestos.
A expectativa era de um grande crescimento das
multidões. “Acho que vai aparecer um número enorme de pessoas, mais de 100
mil”, dizia o activista do Occupy Central, Ed Chin à agência AFP.
Os activistas querem eleições por sufrágio directo
universal em Hong Kong, como foi prometido no tratado de devolução da região
pelo Reino Unido à China em 1997, e não com os candidatos à chefia do Executivo
vetados antes por Pequim, que, segundo os planos actuais, seleccionará três
nomes para a votação em 2017. Os manifestantes pedem ainda a demissão do chefe
de Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, figura particularmente
detestada.
Leung participou nas cerimónias do dia nacional,
que marca a fundação da República Popular da China pelo Partido Comunista
Chinês, bem cedo, e disse que Hong Kong deveria trabalhar com Pequim para
“conseguir progresso”.
Dizendo que apesar de haver ideias diferentes do
que seria “um pacote de reformas desejável”, era melhor ter o direito de votar
do que não ter. “Esperamos que todos os sectores da comunidade trabalhem com o
Governo de um modo pacífico, legal, racional e pragmático para dar um grande
passo em frente no nosso desenvolvimento constitucional”, disse.
Apenas se viu um sinal dos protestos na cerimónia:
muito atrás na assistência, um guarda-chuva amarelo, levado por um
representante local, e outra política local foi vestida de amarelo. O guarda-chuva é o símbolo dos protestos, e o
amarelo é a cor usada pelos activistas em fitas nos pulsos ou laços na lapela.
Poucas cedências, pouca interferência
O braço de ferro entre manifestantes e autoridades
mantém-se. Enquanto protestos anteriores em Hong Kong já resultaram em
alterações de medidas polémicas (um projecto de segurança nacional que diminuía
liberdades em 2003 e um plano de educação que relativizava Tiananmen e a
Revolução Cultural em 2012 foram suspensos ou alterados), Pequim não quer dar
sinais de fraqueza.
O medo de contágio de protestos para outras cidades
chinesas será uma das razões para que Pequim não recue nas suas propostas de
selecção dos candidatos. O nervosismo das autoridades pode ver-se no
esforço para censurar notícias dos protestos no resto da China. Os media oficiais
repetem que há incidentes obra de uns quantos opositores radicais, e palavras
como Hong Kong, barricadas, Occupy e ainda guarda-chuva foram bloqueadas no
maior site de microblogging do país. Já houve
também detenções de activistas — Wang Long, em Shenzen, por ter posto
uma notícia sobre os protestos numa rede social, e Shen Yanqiu, em Xangai, por
ter posto fotografias da cabeça rapada, que seria um símbolo de apoio aos
manifestantes de Hong Kong, e ter uma t-shirt com a frase
“Quando o povo teme o Governo, há tirania”, segundo escreve o diário
norte-americano New York Times.
A Amnistia Internacional nota que mais de 20
activistas chineses apoiando reivindicações democráticas foram detidos na China
continental, e 60 pessoas estavam a ser interrogadas pelas autoridades.
Por outro lado, as autoridades não têm como tirar
os manifestantes das ruas sem grande violência, e a amostra de uso de gás
lacrimogéneo, gás pimenta e cargas policiais no domingo resultou no efeito
contrário, que foi levar ainda mais pessoas às ruas e mostrar que a força não
seria o modo de suprimir os protestos. A polícia antimotim foi entretanto
retirada da rua.
Outro motivo para a não-interferência é a
importância de Hong Kong como centro financeiro na China, e palco de
experiências no mercado de capitais que as autoridades não se atrevem a fazer
noutras cidades, diz o jornal norte-americano Wall Street Journal.
“Querem acabar com os protestos, mas sinais de interferência no sistema legal
da cidade podem afastar empresas financeiras estrangeiras para outros centros
como Singapura”, explicou Julian Evans-Pritchard, da empresa londrina Capital Economics.
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