#COMENTÁRIO
Eis aí uma das coisas que sempre fui
contra, ao meu modo de ver as coisas, o
estado jamais deveria arcar com o pagamento de licenças remuneradas e até aposentadorias
oriundas de vícios opcionais adquiridos.
O fato de ingerir ou injetar ou
cheirar algo químico e isso criar dependência, e por isso não for possível mais
trabalhar, essa condição não dará direitos a reclamar um apoio do estado. Se, temos o livre arbítrio de colocar para dentro
de nosso corpo o que quisermos e isso criar uma situação sem retorno, esse livre arbítrio não traz consigo o
direito de repassarmos essas responsabilidades
a terceiros (que nesse caso é o estado).
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
O estado é responsável pela
impossibilidade de trabalhar de um viciado?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
REGIANE TEIXEIRA - DE SÃO
PAULO - 08/09/2014
Pela primeira vez em 22 anos, o gerente em sistemas
de informação Fernando (nome fictício), 36, está sem trabalhar. Ele era
coordenador em uma empresa de energia até ser demitido há quatro meses por
causa da dependência de álcool e cocaína.
Sua história reflete como o uso de álcool e drogas
tem impactado cada vez mais a vida de trabalhadores brasileiros.
Dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
mostram que, de 2009 a 2013, houve uma explosão no consumo de cocaína no país e
dos índices de afastamento de trabalhadores, principalmente no Norte e
Nordeste, devido ao problema.
O número de auxílios-doença por alcoolismo ou
dependência química cresceu mais de 50% em nove Estados brasileiros e no
Distrito Federal neste período.
Amapá, Pernambuco, Goiás, Paraíba, Distrito
Federal, Pará, Ceará e Mato Grosso lideram o aumento dos pedidos de
afastamento.
São casos por uso de álcool, cocaína e seus
derivados, como crack e merla, e pela mistura de drogas.
Desde 2009, o afastamento pelo uso dos diferentes
tipos de entorpecentes feitos com cocaína cresceu 84,6% no país (o levantamento
não diferencia cocaína, crack e merla). Os auxílios por consumo de múltiplas
drogas aumentaram 67,3%, e 19,6% devido ao consumo de álcool.
SÃO PAULO
Mais populoso, São Paulo é o Estado com o maior
número de auxílios. Foram 42.649 no ano passado, o que representa um aumento de
17,9% em relação a 2009
Alagoas foi o único Estado a ter queda na concessão
de auxílio. Segundo o INSS, o motivo foi a queda nos casos de depressão em
decorrência do uso de drogas, que também dá direito ao benefício.
O auxílio-doença é concedido a trabalhadores
segurados pelo INSS, que não perdem o emprego ao se ausentar. Para pedir o
benefício, é preciso comprovar por meio de perícia médica a impossibilidade de
exercer a função em razão do uso de drogas.
O valor recebido depende do salário e vai de R$ 724
a R$ 4.390,24. Uma vez que o benefício é dado, não há prazo máximo para o
encerramento de sua utilização.
De 2009 até o mês passado, o governo federal já
gastou mais de R$ 206 milhões com auxílios-doença para viciados em todo o país.
O INSS forneceu os dados, mas não quis comentá-los.
De acordo com o psiquiatra Ronaldo Laranjeira,
diretor do Inpad (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas
Públicas do Álcool e outras Drogas), o aumento maior do problema em Estados do
Norte e Nordeste ocorreu porque uma rede de distribuição da droga se instalou
nos últimos anos na região. "Não teve investimento em prevenção e, com o
vácuo da política, quem prevaleceu foram pequenos traficantes."
PODER AQUISITIVO
Arthur Guerra, psiquiatra da USP e do Centro de
Informações sobre Saúde e Álcool, afirma que o crescimento do uso de
entorpecentes também é puxado pelo aumento do poder aquisitivo no Brasil.
"Quanto mais dinheiro a pessoa tem e quanto
mais estressante o trabalho é, mais risco há de se usar a droga", afirma.
Segundo ele, a cocaína é uma substância que, quando usada, não causa suspeita.
"Se a pessoa bebe, fica meio mole. Com maconha, ri à toa. Com a cocaína,
ele consegue ir ao trabalho e fazer algumas atividades."
Os especialistas dizem, no entanto, que os
problemas de vício com álcool e drogas não têm uma única causa e se devem a
históricos de cada indivíduo e ao contexto social.
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