#COMENTÁRIO
Talvez devêssemos iniciar essa análise
nos perguntando: - Há real interesse do governo inibir essa evasão de divisas que é de conhecimento
de todos, já foi artigo cantado e decantado pelos quatro cantos do Brasil.
Incrivelmente não se vê qualquer aparato
sendo montado pela polícia federal,
não há qualquer determinação governamental direcionada para tentar levantar a
origem de tais lançamentos contábeis. Milhões e milhões de dólares simplesmente
somem a cada dia em operações
fraudulentas cujos resultados são de conhecimento de instituições internacionais.
E nós, aqui, como sempre não sabemos de nada...
Se algum fato relevante surge
na mídia indicando claramente desvios de
divisas, de clara sonegação fiscal,
costumamos justificar a inércia como sendo apenas boataria e que o governo aguarda uma versão oficial para analisar e
posteriormente tomar providências... Só por aqui é que é possível acontecer
isso!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Que você acha desse desinteresse do
governo sobre o caso?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
MACHADO DA COSTA - DE SÃO
PAULO - 08/09/2014
Estudo da organização internacional Integridade
Financeira Global (GFI, na sigla em inglês) aponta que, no Brasil, as remessas
ilegais de divisas superaram as legais em 113% entre os anos de 1960 e 2012.
Durante todo o período analisado, saíram
ilegalmente do país US$ 401,6 bilhões, ao passo que as remessas legais
corresponderam a apenas US$ 118,6 bilhões.
O relatório, publicado neste domingo (7), estima
que, anualmente, os fluxos ilegais de dólares representem 1,5% do Produto
Interno Bruto.
Dessa forma, junto do crescimento da economia nas
últimas décadas, a evasão de divisas disparou nas últimas duas décadas.
No período anterior, entre 1990 e 1999, as remessas
ilegais em média, não superaram US$ 10 bilhões por ano.
Entre os anos 2000 e 2009, a média anual de fluxos
ilegais estava em US$ 14,7 bilhões. Já entre 2010 e 2012, esse volume anual
subiu para US$ 33,7 bilhões.
NOTAS FRIAS
A forma mais comum desse crime, segundo o estudo, é
a alteração de notas fiscais de bens transacionados internacionalmente.
Quando um produto é importado, a nota é
superfaturada, e quando é exportada, a nota é subfaturada.
Assim, a diferença entre o valor real do produto e
o que é declarado nos documentos fiscais fica nas mãos dos agentes que estão
atuando fora do país.
Esse tipo de crime representa 92,7% de todas as
movimentações irregulares, segundo o GFI.
Como comparação, o uso de notas fiscais frias em
outros países estudados pelo órgão representa pouco menos de 80%, em média, das
remessas ilegais, segundo o economista-chefe da organização, Dev Kar.
POLÍTICA
Em tempos de eleições presidenciais, o presidente
do órgão, Raymond Baker, faz um alerta aos candidatos.
"O Brasil tem um problema muito sério com
fluxos financeiros ilícitos, e isso deve ser uma prioridade para qualquer
administração que venha a vencer as próximas eleições", afirma.
Os problemas oriundos do fluxo ilegal de capital
elencados pela GFI são a evasão fiscal, o aumento do desequilíbrio social e o
esgotamento da poupança doméstica.
"Fluxos ilícitos estão drenando bilhões de
dólares todos os anos da economia brasileira. Dinheiro que poderia ser usado
para ajudar no crescimento do país. Além da perda direta, essa evasão está
alimentando o crime e a corrupção e custando ao governo uma receita
significante", diz Baker.
O órgão faz uma relação direta entre a evasão de
divisas e o financiamento de atividades ilegais dentro do país.
A partir dessa lógica, segundo o estudo, a adoção
de políticas públicas a fim de interromper os fluxos ilegais poderia ajudar a
reprimir o crime organizado.
Segundo o relatório, a economia informal, no qual a
GFI inclui as atividades criminosas, caiu de 55,1% do PIB nos anos 1970 para
21,8% entre 2010 e 2012.
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