#COMENTÁRIO
Tanto já foi falado sobre essa epidemia e o único raio de esperança é
esse medicamento em desenvolvimento. Criado às pressas e ainda carente de
testes comprovadores de sua real eficácia, ZMapp
é tudo o que temos para nos agarrar. Cepas
diferentes já foram testadas e parece que uma delas está se mostrando eficaz
contra o vírus. Queremos acreditar que estamos próximos de ao menos ter um
medicamento que elimine o fatídico vírus
para dar paz aos contaminados. Que
se façam doses suficientes para isso e ao mesmo tempo, procurem criar, aí com
mais calma e tempo, uma vacina que inoculada, nos proteja de uma contaminação.
Como diriam religiosos, Amém!
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: BBC
News
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Os únicos
resultados de testes clínicos feitos até agora com a droga experimental ZMapp,
cuja finalidade é combater a infecção pelo vírus ebola, mostram que ela teve
100% de eficácia em macacos, mesmo em casos avançados de infecção.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, cujos
detalhes foram divulgados na revista +++Nature, disseram que se trata de
"um importante passo adiante". Eles agora querem iniciar testes
clínicos em pessoas para entender melhor os efeitos da droga. O ZMapp ainda
está em estágio inicial de desenvolvimento. Até agora, não havia dados sobre
sua eficácia. Médicos vêm recorrendo a ele - mesmo sem que ele tenha recebido
aprovação para uso em pessoas - pelo fato de o ebola não ter cura. A doença
matou mais de 1,5 mil pessoas na atual epidemia, iniciada na Guiné, no oeste da
África. No entanto, mesmo que a eficácia do remédio em humanos seja comprovada,
os limitados suprimentos da droga não serão capazes de ajudar as 20 mil pessoas
que, segundo estimativas, ainda devem ser infectadas na atual epidemia no oeste
da África. Além disso, sabe-se que duas em cada sete pessoas que já receberam o
medicamento acabaram morrendo em decorrência do vírus.
Anticorpos
Pesquisadores têm investigado diferentes
combinações de anticorpos como terapia contra a doença. Combinações prévias
obtiveram algum sucesso em estudos com animais. E o ZMapp é o coquetel mais
recente, contendo três anticorpos. Os testes desse coquetel, feitos em 18
macacos infectados com o ebola, mostraram que 100% deles sobreviveram -
inclusive animais que receberam a droga até cinco dias após a infecção, ou
seja, já em estado avançado da doença e três dias antes de ela se tornar fatal
nos animais. Os cientistas dizem que trata-se de um feito significativo, já que
medicamentos prévios só serviam se fossem ingeridos antes mesmo que os sintomas
surgissem.
Um dos pesquisadores, Gary Kobinger, da Agência de
Saúde Pública do Canadá, disse que esse é um grande avanço em relação a
combinações prévias de anticorpos. "O nível de avanço superou minhas
próprias expectativas e me surpreendi com o fato de (o coquetel) resgatar
animais até o quinto dia (de infecção); é uma notícia fantástica", diz
ele.
No entanto, cientistas costumam ser cautelosos
quanto a interpretar implicações para humanos de testes animais.
Um médico liberiano e um padre espanhol morreram de
ebola, mesmo sendo tratados com o ZMapp. Em contrapartida, dois médicos
americanos que se conseguiram se recuperar também receberam o ZMapp. O curso da
infecção é mais lento em humanos do que nos macacos. Por isso, estima-se que o
ZMapp só seja eficaz em humanos se ingerido até o nono ou 11º dia da infecção. Mas,
segundo Kobinger, "sabemos que há um ponto sem volta, em que os órgãos
principais do corpo sofrem muitos danos, então há um limite (ao
medicamento)".
Testes em humanos
O virólogo britânico Jonathan Ball, da Universidade
de Nottingham, comentou o resultado da pesquisa dizendo que, antes dela,
"o ZMapp era um mistério total". "Trata-se de uma melhora
incrível quanto aos coquetéis prévios - 100% de sucesso e, sobretudo, após os
primeiros sintomas da infecção", agrega ele. O professor Peter Piot,
diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, afirmou nunca ter
imaginado, "40 anos após eu ter me deparado com minha primeira epidemia de
ebola, que a doença continuaria a provocar mortes em uma escala tão
devastadora".
"Esse bom teste em não-humanos oferece a
evidência mais convincente até agora de que o ZMapp pode ser um tratamento
efetivo às infecções de ebola em humanos", afirma. "É crucial que
testes em humanos comecem o mais rápido possível."
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