#COMENTÁRIO
Abaixo, estou transcrevendo essa
reportagem do jornalista Leão Serva, ele toca num assunto muito importante e
que a população sente muito profundamente na pele. Essa sujeirada toda que os
candidatos fazem em todas as cidades do País nestas épocas. Começam lentamente
com a distribuição de panfletos mão a mão em contatos com o povo e vão
progressivamente aumentando a quantidade dessa papelada por todos os cantos das
cidades. Nos dias que beiram o pleito, isso se torna uma loucura.
E como o repórter diz, isso não leva a nada, ninguém toma decisões de voto baseando-se em santinhos recebidos. Um, em milhares de votantes levantam um desses panfletos a caminho das urnas. Só sobra muito lixo à revelia da lei que está aí para ser desrespeitada por quem se diz respeitador dela e de seus direitos.
E como o repórter diz, isso não leva a nada, ninguém toma decisões de voto baseando-se em santinhos recebidos. Um, em milhares de votantes levantam um desses panfletos a caminho das urnas. Só sobra muito lixo à revelia da lei que está aí para ser desrespeitada por quem se diz respeitador dela e de seus direitos.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Que acha dessa
sujeira que ficam as ruas?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
A lei Cidade Limpa foi implantada em São Paulo em
2007, aprovada pela unanimidade menos um dos vereadores paulistanos. Obteve
imediatamente imenso apoio popular.
É, por isso, chocante ver políticos que participam
da corrida eleitoral de 2014, depois de sete anos de vigência da lei,
emporcalharem a cidade sem nenhum escrúpulo.
Pior ainda: vereadores que votaram a favor da lei,
agora concorrendo a deputado, sujam a cidade, como Floriano Pesaro (PSDB) e
Jooji Hato (PMDB). Há também políticos ditos ambientalistas poluindo o visual,
como Bruno Covas (PSDB) e William Woo (PV). Ou candidatos do partido do
ex-prefeito Kassab (PSD), autor da lei Cidade Limpa, como Walter Ihoshi. Há até
placas com foto de José Serra (PSDB), entusiasta da lei que eliminou a poluição
da propaganda na cidade. Cito apenas alguns. Há reclamações sobre diversos
outros casos e nomes em toda a cidade.
Alguns poderão dizer que o pleito é regido por leis
federais e o veto à publicidade externa é municipal. Sim, mas em respeito à
vontade do cidadão paulistano, os candidatos à eleição de 2010 se contiveram.
Políticos podem alegar, ainda, que não controlam tudo que acontece na campanha.
Tanto pior: se não comandam sua equipe, como dirigirão o país?
Há ainda duas questões importantes a considerar. A
primeira delas é a imoralidade: os cavaletes com a imagem dos políticos custam
dinheiro. É natural ver em sua invasão um sinal de abuso econômico.
O segundo aspecto é a burrice. Os publicitários
sabem (talvez não contem a quem os contrata) que esse tipo de propaganda não
tem efeito. Ela emporcalha a cidade, estragando ainda mais o visual de nossas
ruas, mas o eleitor não as vê, lê ou memoriza. Ninguém para no trânsito para
anotar o número do político. Ao contrário, talvez até se irrite com a profusão
de imagens repetitivas, que parecem sempre os mesmos retratos mal produzidos
com idênticos sorrisos amarelos. Só quem se beneficia com elas são as gráficas.
Diferente do que a publicidade objetiva, ela não
convence eleitores. Aquele que vota consciente não escolhe candidatos por mera
sugestão propagandística, semelhante à publicidade de sabonete. O eleitor
informado escolhe o seu representante através das suas propostas, chapa
política, confiabilidade, etc.
E quem não vota consciente também não é
influenciado por placas espalhadas pelas ruas aleatoriamente. Há muitas formas
de atingi-lo e conquistá-lo. Nenhuma delas inclui os cavaletes que invadiram as
calçadas.
É inclusive chocante notar que tantos políticos,
candidatos a ocupar postos de representação da sociedade, não entenderam nada
sobre como a sociedade vive e se comunica hoje.
Por qualquer critério que se adote para avaliar
eficiência em comunicação, cavaletes e placas que sujam o visual da cidade não
são considerados eficientes. Foi por isso, também, que as principais agências
de publicidade logo aceitaram a lei Cidade Limpa. Essa é a razão por que, mesmo
nas cidades vizinhas a São Paulo (onde a lei não foi adotada), os grandes
anunciantes, que se preocupam com eficiência, não usam outdoors.
O mundo mudou e os políticos não viram. Ou talvez
sejam mais espertos e usem essa publicidade para outro fim: acostumar a cidade
à ideia de que a Lei Cidade Limpa morreu. A prefeitura já não fiscaliza as ruas
desde janeiro de 2013. A campanha viria para jogar a pá de cal na regra.
Uma forma de evitar isso é recusar o voto aos
políticos que sujam a cidade com publicidades de formatos proibidos por aquela
lei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?