Ford Fusion Hybrid funciona sem
motorista – tecnologia já é factível
#COMENTÁRIO
A ficção se realizando... O mundo tecnológico é algo fantástico, a
cada dia se apresentam novas e novas surpresas. Exemplos como estes carros autônomos são projeções de um
futuro muito próximo. Nem todos verão, mas nossos netos, com certeza estarão
usando essas máquinas.
Muitas coisas deverão ser mudadas,
muitos conceitos deverão ser
substituídos para que esse novo mundo seja possível. O conceito de mundo
virtual, já muito comum aos jovens, será de suma importância para a realização
desses projetos. A quem sobreviver
em condições nesse futuro quase inimaginável, deverá ter em mente aceitação de novos desafios para sua
mente e seu comportamento. Quem sabe chegamos até lá.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte:
#CONVITE
Você se vê nesse mundo altamente
tecnológico?
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Carros autônomos: só ficam atrás do veículo dos Jetsons porque (ainda)
não voam.
Por Bárbara
Ladeia - iG São Paulo | 02/09/2014
Dentro de
20 anos, tecnologia para automação dos veículos deverá custar US$ 3 mil
adicionais, segundo estudo da EY
Imagine você e seus amigos, em um carro a caminho
de um restaurante. Você entra no veículo e, com um comando de voz, fala o
endereço final e relaxa. O carro sai, para em todos os semáforos, respeita a
própria pista, foge do trânsito e desvia de acidente sem levar nenhuma multa.
Enquanto isso, você está lá sentado, trocando ideias com amigos, assistindo
vídeos ou comparecendo a uma reunião de trabalho virtualmente. No volante...
ninguém.
Parece cena de filme de ficção científica, mas é
uma realidade muito próxima segundo o estudo “Implantando Veículos Autônomos”,
divulgado pela consultoria EY com exclusividade ao iG. Em 2035, o mercado de carros autônomos, sem motorista, deve
responder por 75% das vendas de veículos em todo o mundo.
“Essas tecnologias já estão presentes em veículos
de luxo de forma isolada”, afirma René Martinez, sócio de consultoria para a
indústria automobilística da EY. Neste caso, Martinez está falando de freios
automáticos, ferramentas de segurança, autoestacionamento, entre outros benefícios
restritos a veículos mais caros.
Um dos maiores obstáculos à entrada desses produtos
no mercado fica por conta da legislação. Ainda há perguntas não respondidas,
por exemplo, sobre a responsabilidade dentro de um acidente. Sem motorista,
quem poderá ser responsabilizado pela ocorrência? E os seguros, como vão medir
o risco atribuído ao condutor?
“A questão hoje não é o desenvolvimento da
tecnologia embarcada, mas os agentes externos”, diz Martinez.
Atualmente, na Califórnia, nos Estados Unidos, e na
Inglaterra formatos de legislação já vêm sendo discutidos. “O que falta
para que a adaptação da cadeia produtiva aconteça é a mudança da legislação,
dos seguros e dos serviços das prestadoras em telecomunicações”, aponta o
executivo.
Infraestrutura ainda é
gargalo
Celso Duarte, supervisor de engenharia avançada da
Ford Brasil, confirma a limitação legal, embora não considere essas questões
tão urgentes. “O produto em si já é totalmente factível, as tecnologias já
estão desenvolvidas entre vários setores”, explica.
Para Duarte, mais do que a regulamentação, o maior
obstáculo é a infraestrutura insuficiente. A clareza das sinalizações de
trânsito, como faixas bem pintadas, placas visíveis e semáforos de alto
contraste seriam itens de primeira necessidade para circulação desses veículos.
Ainda em protótipo, o Ford Fusion Hybrid autônomo
foi construído com tecnologias já disponíveis no mercado e mais sensores de luz
infravermelha, que mapeiam a pista 2,5 milhões de vezes a cada segundo, num
raio de 61 metros. Com isso, gera um mapa do ambiente em três dimensões.
Telecomunicações no
centro das atenções
Isso sem mencionar o ponto central, relacionado às
telecomunicações. “São muitos itens em comunicação, considerando a comunicação
entre veículos, com centrais de trânsito para mapeamento de caminhos, desvio de
acidentes, além de fornecedores e montadoras”, sinaliza Duarte.
Na estimativa da EY, cada carro seria capaz de
gerar a transferência de 750 megabytes em dados por segundo. O ferramental para
o carro autônomo estará, invariavelmente, preso à conectividade – seja via
linha telefônica ou conexão de internet.
São elementos de infraestrutura que “não dependem
só da montadora”, como afirma o executivo da montadora. “Essas interações têm
de ser previstas. Se um carro perde a comunicação, vira um trem
desgovernado."
São ferramentas óticas, conectadas e principalmente
interligadas com as centrais e entre os veículos. Sem falar de outros sistemas
que dependerão diretamente da liberação de autorizações pela Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel), como a frequência de 79 GHz, atualmente usada
pela radioastronomia.
O Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a
Stanford University já trabalham junto com Ford em seu projeto “Blueprint for
Mobility”, que debate mobilidade tendo o carro autônomo como eixo central. O
MIT desenvolve sistemas capazes de antever ações de veículos e pedestres,
enquanto Stanford se dedica a sensores que captem obstáculos no segundo plano.
No Brasil, ferramentas de
segurança são vendidas em modelos acessíveis
O novo Ka, recém-lançado pela montadora, por
exemplo, já conta com itens de segurança que usam a conectividade para melhorar
a experiência ao volante. Por exemplo, ao ter os airbags acionados ou o
combustível cortado, o veículo envia um sinal para o celular do condutor, que
liga automaticamente para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU-192), compartilhando a localização do veículo. Mesmo se o condutor
estiver inconsciente, bastará um sinal de celular para que o pedido de socorro
chegue à central.
Assim como a Ford, uma boa parte das montadoras tem
projetos nessa linha. Google e Toyota, por exemplo, desenvolveram um modelo
autônomo do Lexus juntos. Outras já participam de torneios e também enriquecem
o debate científico. Mas, ao que consta, o projeto continua bem guardado nos
departamentos de pesquisa – consultadas, Toyota e Volkswagen alegaram que seus
projetos ainda são muito incipientes e, por isso, não disponibilizaram
porta-voz à reportagem.
Carro traz automação da
inteligência humana
Ricardo Takahira, presidente do painel de veículos
híbridos e elétricos do congresso SAE Brasil 2014, afirma que os profissionais
de tecnologia da informação têm conquistado mais cadeiras na indústria
automotiva. “O que está sendo colocado lá é a inteligência de um homem atrás do
volante”, diz.
Essa é apenas uma das questões culturais que
precisarão ser suplantadas. A outra é na cabeça dos próprios consumidores.
Embora o carro esteja começando a deixar o posto de sonho de consumo dos
brasileiros, há ainda um valor emocional enorme atrelado ao ato de dirigir.
“Não vamos mudar esse modelo cultural nos próximos 20 anos”, complementa o
executivo.
Por isso, Takahiro acredita que a melhor opção para
avançar o debate tecnológico – sem enfrentar a ira dos apaixonados por carro –
seja a aplicação dessa automação no transporte público, a exemplo do monotrilho
e do metrô da Via4, na Linha Amarela, ambos em São Paulo. “A primeira versão
viável é de veículos comboio”, antevê.
Preço poderá limitar
produto no mercado brasileiro
Além de todas as questões infraestruturais, a
chegada desse produto no mercado brasileiro também esbarra no preço. Na análise
da EY, até 2025, a tecnologia ainda será de valor um pouco mais impeditivo, o
equivalente à adição de até US$ 10 mil (R$ 23 mil) no preço do carro.
Com a maior capilaridade, em 2035, a tecnologia
deverá custar apenas US$ 3 mil adicionais (cerca de R$ 6,9 mil). A EY estima
que 85% das vendas aconteçam na América do Norte, na Europa e na Ásia. No
Brasil, o preço será um obstáculo grande a ser superado. “Por enquanto, ainda
somos muito orientados por custo. A entrada no Brasil talvez não seja tão
simples”, diz Takahira.
Por aqui, o carro elétrico deve vir antes – até
porque “é mais difícil colocar automação em um veículo à combustão”, explica o
executivo. Até lá, para os brasileiros, os carros do futuro vão continuar
aparecendo só nos filmes de ficção científica.
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