#COMENTÁRIO
Para quem vai às urnas no mês que vem,
é muito interessante tomar conhecimento dessa reportagem produzida pelo jornal O Estado de São Paulo e colocado “on
line” pelo site atarde.com. Ela retrata um breve histórico de alguns novos candidatos
aos diversos níveis da hierarquia política
brasileira.
São exponenciais do movimento “Caras Pintadas” que fizeram história
com a participação ativa no impeachment
do Presidente Collor de Mello. Parte da história muito conhecida por todos os
brasileiros, porém alguns dos elementos exponenciais do movimento de rua estão agora disputando cargos nos governos
federais e estaduais e é muito importante nós votantes tomarmos conhecimento
dessas personalidades em destaque que decidirão por nós num futuro muito
próximo.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: A
Tarde
#CONVITE
Você conhece esses
políticos recém formados?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
-----------------------------------------------------------
As
manifestações de junho do ano passado representaram o fim de um hiato de mais
de 20 anos sem movimentos massivos nas ruas do País, mas não deixaram como
legado a formação de lideranças políticas identificadas com suas ideias. Não
há, nas campanhas eleitorais deste ano, em nenhuma das esferas, o registro de
candidatos que tenham se destacado como referência das ruas. Em contrapartida,
líderes da "geração de 92" - que começou a se aglutinar na
efervescência das eleições diretas de 1989 e atingiu o ápice com os
caras-pintadas do "Fora Collor" - despontam em disputas majoritárias.
Seis candidatos a governador são contemporâneos do movimento estudantil da
época - Alexandre Padilha (PT), em São Paulo; Marcelo Ramos (PSB), no Amazonas;
Flávio Dino (PC do B), no Maranhão; Lindbergh Farias (PT), no Rio; Camilo
Santana (PT), no Ceará; e Lúdio Cabral (PT), em Mato Grosso. A esse grupo se
soma outra tropa de postulantes a vagas no Senado, na Câmara e em Assembleias.
Fazem parte desta turma Ricardo Gomide (PC do B), candidato a senador no
Paraná, e Floriano Pesaro (PSDB) e Orlando Silva (PC do B), que tentam uma vaga
de deputado federal por São Paulo. Eles estiveram juntos ou se enfrentaram em
congressos da União Nacional dos Estudantes (UNE), eleições de centros acadêmicos
e de diretórios centrais de estudantes (DCEs).
Juntos
combateram, na base ou na linha de frente, o governo de Fernando Collor, que
acabou sofrendo um processo de impeachment. Desta safra de políticos, os dois
nomes que mais se destacam estão hoje no mesmo partido, mas foram adversários
no movimento estudantil.
Em 1992,
Lindbergh, então no PC do B, era o popular presidente da UNE que frequentava
programas de TV e brilhava no alto dos carros de som. Enquanto isso, Padilha,
já no PT, era um dirigente de bastidores. Sua ação era discreta no movimento
estudantil porque o então aluno de Medicina da Unicamp foi pinçado ainda jovem
para desempenhar missões importantes designadas pela alta cúpula do partido.
Em vez de
disputar cargos na hierarquia da UNE, Padilha foi escolhido pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para catalisar em direção ao PT o sentimento de
mudança que vinha das ruas. "Lindbergh foi uma das maiores lideranças da
luta social do Brasil. É difícil compará-lo. Já Padilha tinha uma ênfase mais
técnica e atuava no movimento das executivas de curso", lembra o
ex-ministro Orlando Silva, que foi companheiro de chapa do atual candidato ao
governo do Rio na UNE e depois presidiu a entidade. Dois anos depois do
impeachment de Collor, Padilha e Lindbergh tomaram caminhos opostos. O primeiro
trancou a faculdade durante trê s anos para se dedicar às campanhas eleitorais
de Lula. Já o segundo foi eleito deputado pelo PC do B. Padilha ainda voltou
para a Unicamp, onde concluiu o curso de medicina, e foi conhecer a realidade
do Brasil clinicando no interior do Pará. Já Lindbergh trilhou uma tortuosa
carreira política que só se estabilizou quando, a pedido de Lula, se filiou ao
PT, legenda pela qual se elegeu deputado, prefeito de Nova Iguaçu (RJ) e senador.
Opostos
que se atraem Quando Flávio Dino estava saindo do movimento estudantil no
começo dos anos 1990, Padilha e Lindbergh estavam começando a despontar.
"Eu e Padilha éramos da mesma corrente do PT, a Articulação Estudantil. O
PC do B era nosso adversário", lembra o hoje candidato - e líder da
disputa - ao governo do Maranhão pelo PC do B. "Eu fui para o PT na época
porque o partido combatia o José Sarney e o PC do B o apoiava. Hoje é o PT quem
é linha auxiliar e nós estamos contra", diz. "Eu, Lindbergh, Padilha
e Orlando éramos da mesma geração", lembra o vereador paulistano Floriano
Pesaro, que tenta uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSDB. Nas passeatas e
assembleias da época, ele despontava como um dos mais bem-sucedidos quadros da
juventude tucana.
Seu
partido, vale lembrar, nasceu em 1988, apenas quatro anos antes do "Fora
Collor". "Naquela época, o PSDB e o PC do B estavam unidos contra um
adversário comum: o PT", lembra o vereador tucano. Pesaro tem uma
explicação curiosa sobre o fato de seu partido não ter formado tantos políticos
bem-sucedidos como os rivais da "esquerda". "Os velhos do PSDB
não deixaram ninguém despontar. A alternância de poder no partido é quase nula.
É sempre (José) Serra ou (Geraldo) Alckmin", afirma. Tucanos, petistas e
comunistas concordam em pelo menos uma avaliação. Os movimentos de junho de
2013 e de 1992 tiveram características completamente diferentes. "O
movimento de junho se constituiu pela negação da política. Seria estranho
alguém representá-los", avalia Orlando Silva.
Velhos
tempos
Candidato
do PT governo de Mato Grosso, o ex-vereador Lúdio Cabral tem uma trajetória
parecida com a de Padilha, de quem até hoje é amigo. Médico formado pela
Universidade Federal de Mato Grosso, Lúdio também atuou nas executivas de curso
e, junto com Padilha, participou das movimentações pela implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS). Na semana retrasada, os dois se encontraram em Brasília,
onde o ex-ministro da Saúde gravou uma participação no programa de TV de Lúdio.
Já Camilo Santana, candidato a governador do Ceará, foi presidente do Diretório
Central dos Estudantes da Universidade Federal do Ceará e um dos mais
destacados líderes do Nordeste no movimento "Fora Collor". Candidato
a governador do Amazonas pelo PSB, Marcelo Ramos foi dirigente da juventude do
PC do B, mas migrou para o PSB. Depois de se eleger vereador de Manaus pelo PC
do B, tornou-se marineiro e foi ungido candidato na "cota" da
presidenciável Marina Silva. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?