#COMENTÁRIO
Estamos vivendo um caos no trânsito em todo País. Em São Paulo, a
capital paulista, é quase impossível se locomover nos horários de pico, dá-se
de encontro com quilômetros e quilômetros de engarrafamento no trânsito todos
os dias, Deve existir um tácito acordo entre montadoras, distribuidoras de
combustível e o governo para que exista esse derramamento de veículos novos no
mercado. Concomitantemente, há um incentivo muito grande e uma facilitação de
financiamentos ímpar quase que forçando o conceito de que ter um carro zero nas
mãos é sinal de progresso na vida.
Conseqüentemente, novos carros nas ruas significam carros usados à
disposição para compra pelos menos afortunados e felizes proprietários.
Como se não fosse suficiente a quantidade exorbitante de veículos nas vias,
há ainda os abusos e a inexperiência na direção de veículos que inviabilizam o
trânsito normal nas cidades grandes e agora até em algumas cidades do interior
paulista.
A solução para o problema está longe de ser considerado aceitável, o
transporte público é massificante em qualquer cidade do País, não há um estudo
sério sobre as necessidades e facilidades ao usuário. Não há como substituir esse
volume de veículos em circulação.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha de São Paulo
#CONVITE
Você deixaria seu
carro para ir de ônibus ao seu destino?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
-----------------------------------------------------------
ANDRÉ MONTEIRO - SÃO PAULO
- 20/08/2014
A frota de veículos nas maiores cidades do país
cresceu bem mais que a estrutura viária nos últimos anos. De 2003 para 2012,
enquanto a frota aumentou 92%, a extensão de ruas subiu 16%. A informação é de
pesquisa inédita da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), que
comparou dados de 438 municípios com mais de 60 mil habitantes. A entidade usou
dados oficiais para estimar a frota que efetivamente está em circulação e a
quilometragem do sistema viário. O cálculo é baseado no tamanho e no
crescimento das cidades e não inclui novas obras como de viadutos, por exemplo.
Segundo o engenheiro e sociólogo Eduardo Vasconcellos, coordenador do trabalho,
a malha viária já está estabelecida e cresce conforme o aumento da população.
Com isso, a explosão da frota, principalmente de
carros (70%) e motos (209%), explica os congestionamentos cada vez maiores nos
grandes centros e que já chegam também ao interior do país. "Um aumento de
5% da frota causa um impacto muito maior no trânsito, pois a relação entre
fluxo e tempo de percurso não é linear. Em cinco ou seis anos a cidade
entope", diz Vasconcellos. Ele avalia que a experiência nos países mostra
que a saída não passa por gastar milhões para abrir mais ruas e avenidas, que
inevitavelmente vão lotar. Cita como exemplo a cidade de Los Angeles, nos EUA,
que tem grande quantidade de vias expressas mas sempre figura entre as campeãs
de lentidão.
O caminho, diz, é fomentar o transporte coletivo e,
principalmente, acabar com o estímulo oficial concedido ao transporte
individual – como a redução de impostos para a compra de novos veículos e
subsídio à gasolina.
A pesquisa aponta que a gasolina subiu 38% em dez
anos, menos que a inflação de 160% do INPC/IBGE. "Descontando o gasto com
a compra e manutenção, o custo de usar o carro em um mesmo deslocamento é
equivalente à tarifa do transporte público nas nossas cidades. Na Europa, essa
relação é de cinco vezes", diz.
Para Vasconcellos, a melhoria do transporte
coletivo é urgente, mas enquanto "o custo de usar o carro for igual ao
ônibus, a maioria das pessoas vai ficar no carro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua opinião sobre isso?